Li recentemente em uma reportagem na internet que um norueguês, ao perder o seu braço direito, não se intimidou: ao invés de fazer do braço perdido um troféu à desgraça, mandou tatuar um golfinho em 3D no lugar do membro perdido.
Eu particularmente gosto de tatuagens mas sei que muitos não gostam e até respeito aqueles que não vêem a prática com bons olhos. De qualquer forma, independente de gostar ou não de tatuagens, o ponto aqui é outro: a atitude.
Eu mesma tenho a tendência de olhar para os lados e me desesperar ou, ao menor sinal de problema no futuro, começar a me preocupar e chorar, ou ainda, mesmo sem ter fatos reais, fazer uma “ode ao pior”. Claro que, com Cristo no barco tudo vai muito bem e, por isso, quando sinto esse instinto, sei que o melhor é entregar a Ele a minha preocupação e continuar vivendo um dia de cada vez. Só que, esse moço que, aos treze anos perdeu o braço, me encantou com sua atitude. Ele decidiu, de acordo com as palavras dele, olhar o belo ao invés de “olhar para um toco ‘velho’ e cansado” (que era como ele via o seu braço).
Simples, direto, efetivo e muito criativo: olhar para a situação, entender que não há mais o que fazer para mudá-la e, ao invés de reclamar, permitir que venha o aprendizado, entender que, quando não podemos mudar o que aconteceu, podemos mudar para melhor o que somos em vista do que aconteceu.
Eu acredito que na época do acidente houveram tentativas de mudar a situação e implantar uma prótese (confesso que entendo pouco disso mas sei que existem alternativas em alguns casos em termos de próteses, como vemos em alguns atletas por aí) mas que certamente foi tudo em vão e que nada se pôde fazer para minimizar o dano do garoto que caiu no trilho do trem e foi eletrocutado, perdendo então o braço e entendo que é isso mesmo que tem que acontecer: lutar com todas as forças para tentar melhorar a situação.
Só que, por outro lado, quando chegamos ao ponto de entender que nada mais vai mudar aquilo que já aconteceu e que não tem conserto ou contorno, devemos ter a atitude desse moço: olhar e pensar em como deixar aquilo melhor do que é. No caso dele, da marca do acidente, brota uma pintura, uma obra de arte.
E nós, o que estamos fazendo com os nossos “tocos velhos e cansados”? Passamos vinte anos reclamando que eles estão ali ou passamos o nosso tempo em escolher o desenho mais bonito para colocar no lugar?
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