segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Vida sem rumo
Cheguei a uma conclusão: viver sem Deus é como dirigir um carro em uma cidade grande cujas ruas não são familiares e o seu GPS está desatualizado ou simplesmente incompleto.
Hoje eu fui destacada para atender a um cliente que, até a semana passada, tinha seu escritório em um lugar bastante bom e conhecido da cidade (além de próximo e de fácil acesso da minha casa). Na própria sexta-feira durante o dia avisaram que o escritório estaria em outro local a partir de segunda (vulgo "hoje") e me passaram o endereço novo. Eu cheguei a olhar no mapa e vi que era uma região que não é completamente desconhecida mas também não é exatamente familiar. Fiquei tranquila porque tinha a certeza de que o meu GPS me ajudaria a chegar sem problemas e esqueci do assunto.
Ontem à noite eu ainda pensei que talvez fosse bom parar e dar uma olhadinha com calma nos mapas da internet para ter uma ideia mais precisa de onde fica o lugar mas novamente fiquei sossegada porque afinal, para que mesmo serve o raio do GPS? Sosseguei e deixei o caso de lado.
Hoje de manhã fui levar a minha filha na escola e conforme fui dirigindo pedi a ela que localizasse o endereço. Ela não achou e eu, certa de que o GPS é bom, fiquei até um pouco irritada com ela porque, afinal, ela não estava prestando atenção para usar o aparelho. Peguei então e resolvi mexer com ele e foi aí que veio a frustração: ele não tinha (aliás, não tem) a rua que eu precisava achar.
Na hora fiquei bem chateada e até me sentindo sem rumo. Como eu faria para chegar no cliente? Eu já detesto ir ao centro, especialmente de carro, e por vários motivos: trânsito no horário que me colocaram para atendê-los, fluxo de carros e pessoas, os perigos que a própria região oferece... enfim, eu detestei mesmo. Mas, como não podia dizer simplesmente que não ia atender ao cliente, parei e pensei em como resolver (a vontade era chorar ou delegar para alguém resolver por mim mas não dava então, dispensei a raiva e dei lugar à razão).
Parei o carro, pensei... pensei... e vi que estava atrapalhando as outras mães que queriam e precisavam parar os seus carros na frente da escola para desembarque de seus pequenos. E vi que antes que uma delas reclamar (elas são bem educadinhas, ninguém me xingou no período e olha que eu demorei, sabe?) eu teria que sair. Fui com o carro então até uma rua próxima e parei-o. Lembrei então da internet do celular e dos mapas ali... resolvido! Era só procurar uma rua próxima e tudo ia dar certo. Ou não?
Enfim, eu achei uma rua bem próxima da rua que eu tinha que chegar, coloquei no GPS (essa tinha cadastrada lá) e segui em frente. E descobri que a jornada seria mais complicada do que eu esperava... parei em um posto para abastecer e conversei com o frentista que me deu várias indicações dando-me uma ideia de onde seria o local mas ainda me deixando meio em dúvida sobre como chegar (mas já era melhor do que eu tinha antes). Continuei seguindo as indicações do GPS.
Tudo foi bem até que o aparelho me mandou entrar em uma rua que simplesmente não tinha como seguir. Daí em diante foi uma sucessão de caminhos truncados e ruas em que eu não podia entrar. Rodei, rodei, peguei trânsito, mais trânsito... cheguei a cogitar de me irritar mas era inútil e desisti... continuei. De repente, o GPS indica: você chegou ao seu destino. Ufa!!! Cheguei!!! Hum... cheguei nada... eu pedi para chegar na rua próxima porque a rua mesmo não estava cadastrada ali.
Confiante (e meio chateada por ter rodado tanto para chegar em um lugar que, de casa, era simples e rápido de chegar) eu decidi conversar com outro frentista. Esse não foi tão receptivo quanto o primeiro... mas deu-me uma indicação válida e eu a segui. De fato, ele me indicou onde ficava a rua e eu cheguei a ela, agora com a tarefa de identificar a numeração. Graças a Deus entrei para o lado certo (acho que se tivesse errado teria ficado frustrada de verdade) e fui andando até quase achar a numeração. Ali, pedi ajuda a um outro senhor que me indicou o prédio e o estacionamento ali e a minha epopéia estava chegando ao fim.
Entrei no estacionamento e olhei procurando por vagas. Só encontrei no quarto andar e mesmo assim eram poucas opções. Isso porque ainda não eram oito da manhã. Chegando no elevador, um rapaz que para o carro com frequência aqui comentou que quando chega dez horas da manhã eles fecham o estacionamento porque por volta das nove já quase não tem vagas e acaba ficando impraticável circular ali. A informação foi útil porque eu já sei que preciso me organizar para vir amanhã de modo mais apropriado.
Cheguei no escritório e o cliente ainda não tinha chegado. Pude então sacar o notebook e começar a escrever este texto. Pensei em diversas coisas:
1) Mesmo conhecendo relativamente o lugar em que fica o escritório, por falta de orientação correta, eu rodei mais do que o dobro do necessário para vir até aqui;
2) O tempo gasto, da mesma forma, foi muito superior ao necessário;
3) A frustração de seguir em um caminho que sabe-se que não é o melhor sem saber qual seria o mais correto é grande;
4) O desgaste é maior considerando os riscos que se enfrenta por passar por locais desnecessariamente perigosos;
5) No fim, eu só cheguei porque perguntei a alguém, já que o meu GPS não era suficiente para me levar ao local necessário
Lembrei-me com saudades pela primeira vez do finado "guia de ruas" impresso em papel. Eu sei, ele parece ultrapassado, é mais difícil de usar do que um aparelho que ajusta a direção das ruas automaticamente conforme a gente vai rodando e recalcula a rota quando a gente erra mas não falha. E foi quase que imediato o paralelo com a Bíblia: aquele livro enorme, que parece ultrapassado, que por conta da tradução muitas vezes fica mais difícil de entender do que outros meios, mas que simplesmente não falha.
Na manhã de hoje o GPS pareceu útil mas não resolveu a questão; o "guia de ruas" seria mais eficiente. Na vida de hoje, alguns meios parecem bem úteis mas eles podem até passar segurança mas no fim das contas, não te levam onde você precisa chegar; a Bíblia, por sua vez, pode parecer mais complicada mas nunca, absolutamente nunca, te deixa na mão.
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