sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Mais rápido ou mais divertido?

Voltei a vir à pé para o trabalho e hoje pela manhã, enquanto eu vinha, eu vim olhando as fotos do caminho. Como isso eu faço sempre, nenhuma novidade. E por isso mesmo, comecei a pensar que, como eu já tinha fotografado aquelas flores recentemente, eu deveria andar por outras ruas, de modo a ver o que tinha por ali. Resultado da caminhada: demorei uns dez minutos a mais do que demoraria mas encontrei coisinhas lindas pelo caminho, incluindo um azulejo decorativo no chão.

Quando cheguei no escritório, mostrei para uma colega as fotos que fiz e ela, educadamente viu e comentou algo que me fez pensar que, no fim das contas, eu fiz a coisa toda mais parecer um passeio do que a vinda ao trabalho. E isso me fez pensar... e escrever.

Quantas vezes estou com pressa de chegar ao ponto final e por isso deixo de olhar o que está em volta? Bom, no meu caso isso tem sido menos frequente porque tenho aprendido a apreciar a vista. Mas, por outro lado, quantas vezes eu tenho me conformado com a mesma vista e simplesmente deixado de apreciar a beleza dela com o passar dos dias, sentindo-me até entediada de vez em quando?

Ontem eu conversava com um amigo sobre paixão e mais uma vez ficou muito claro para mim que esse sentimento é mesmo passageiro mas que em toda relação é necessário que se busque renovar esse sentimento, porque é ele quem dá uma cor diferente às coisas. E aí, pensando sobre isso e sobre o lance do caminho, fico pensando que um meio de recuperar a paixão ou de se apaixonar de novo é sempre olhar com atenção aos detalhes, seja do outro, seja da vida.

Se estivermos sempre acostumados com o que temos, em pouco tempo isso tudo parecerá pouco, até porque o ser humano na minha visão é um ser insatisfeito por natureza. Mas, se pudermos olhar as mesmas coisas todos os dias apreciando o que existe de bonito num dia, e no outro procurando coisas novas, e de vez em quando apreciando as mudanças daquilo que era bom e está ficando diferente, pode ser até que não gostemos mesmo tanto assim do novo resultado, mas podemos reconhecer a beleza do processo e entender que, mesmo quando as coisas não estão exatamente como gostaríamos, ainda assim elas podem ser exatamente o que precisamos, e saber reconhecer isso pode ser a chave de uma vida muito mais plena.

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