Hoje eu decidi que será importante fazer um registro diário dessa experiência incrível que Deus está me proporcionando: conhecer a cidade em que morarei no segundo semestre, conhecendo a vida de missionária por mim mesma, sabendo os desafios e as alegrias desse novo tempo que está se iniciando, e ao mesmo tempo, podendo servir a esses irmãos que tem um coração tão voltado a servir a Deus e amar o próximo.
O dia então começou com arrumação de malas e com providências pra que tudo aconteça da melhor forma. O relato será breve porque, além de correr bastante, não pude fazê-lo no dia correto, mas acho que não posso perder de vista esse registro porque realmente creio que será importante e pode ser de grande utilidade a muitos.
Arrumação das malas é uma coisa complicada, especialmente se vc nunca passou tanto tempo fora de casa, e ainda mais sem saber exatamente aonde vc vai ficar: casa, hotel, hostel ou qualquer outra coisa que apareça pela frente. Nunca sabemos o que vamos encontrar e não dá pra prever tudo. Além do mais, Deus sempre nos surpreende, mas na medida do possível pode ser interessante tentar evitar dificuldades que podem ser mesmo previstas, tais como artigos de higiene pessoal de costume, remédios mais frequentes e outras coisas que nem sempre são usadas diariamente mas que, se necessárias, podem dar trabalho pra serem encontradas, ou simplesmente podem não ser achadas no local de chegada.
Feita a primeira mala, comecei a arrumar a segunda, que já tem uma pequena parte da minha mudança, e começa aqui a primeira experiência curiosa: dá aquele frio na barriga, uma sensação de despedida, uma tristeza por quem fica, uma alegria por quem vc vai encontrar, tudo junto e misturado... um pouco de receio pelo que virá, uma confiança de que Deus está no negócio e com ela a Paz que excede a todo entendimento. Definitivamente um misto de sentimentos e sensações. Foi quando vi que precisava ir buscar um vestido para uma irmã que está lá na Italia, e saí pra buscá-lo na casa dela. Conheci a sua mãe, e ela é uma pastora muito abençoada. Fiquei feliz por conhecê-la e sei que poderei ainda compartilhar muitas coisas com ela sobre o Reino, o que me encheu de alegria. Dali, voltei pra casa, assei uns kibes (pois é, comecei a me aventurar na cozinha pra salgados) e ficou gostoso... e fui então sair pra começar mesmo as minhas últimas tarefas nesse dia anterior a essa grande jornada.
O primeiro encontro do dia era com uma amiga que há anos eu não via, e que eu sabia que tinha uma história antiga com a Europa. Fomos nos encontrar e tomamos o nosso "café educado" que tanto custou para sair. Foi um tempo incrível, e pudemos falar de muitas coisas, entre elas, claro, os motivos da minha viagem. Foi interessante porque senti que, desta vez, não existem mais dúvidas ou questões pendentes sobre o motivo pelo qual embarquei nessa jornada. Por outro lado, tive a oportunidade de falar do que Deus tem feito na minha vida para ela, e vi o quanto ela realmente precisava (e precisa ainda) se render a Deus, e permitir que Ele cuide de coisas que ela (e nem ninguém) sozinha vai dar conta.
Dali saí (atrasada, mas valeu cada segundo) para encontrar outra amiga. Essa, uma amiga irmã da igreja, foi um momento profético. Além de conversarmos sobre chamado, propósito de Deus, missões, ela compartilhou um sonho que teve que foi extremamente poderoso, e sobre o qual eu preciso escrever com calma (aliás, tempo parece que será algo escasso nos próximos dias) mas que vale a pena registrar.
Durante a conversa, fui abençoada por um irmão que me deu um livro que eu nem abri e já achei incrível... até porque vinha perguntando a Deus o que deveria ler neste tempo e, de repente, recebo ele? Bom sinal, não? Grandes expectativas em relação a essa leitura e ao que Deus desvendará através dela.
Por fim, encontrei mais uma irmãzinha, mas essa de outra igreja nossa, que me conta que descobriu que, em sua caminhada cristã, se juntará a nós em algum tempo na Italia. Eu fiquei chocada com a maneira como as coisas aconteceram com ela, mas Deus é mesmo assim, surpreendente!!!
No fim das contas, voltei pra casa e fui dormir pensando no amor do Pai, e em como Ele faz conexões entre pessoas para que, de alguma forma, nos amemos e possamos viver o melhor Dele para cada um de nós.
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