quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Não está dando só canseira

Quantas vezes Deus fala quando a gente menos espera?
Mando uma mensagem de oi pro meu pai, e conversa vai, conversa vem, falando de cotidiano, ele me conta que seu carro está com problemas mais uma vez e que ainda não foi consertado.
Veja, esse carro já deu problema várias vezes no ano, e agora, na época mais chatinha pra estar sem carro, ele, no alto dos seus 73 anos, depende de transporte público, e não na Europa, mas no Brasil.
E o meu comentário (infelizmente) foi: "nossa, esse carro só dando canseira"... e a resposta (pra não ser imprecisa, copio aqui) foi: "O carro não está só dando canseira. Ele nos proporcionou ótimos momentos" e depois continuou explicando porque ainda não foi consertado.
E eu? Fiquei imediatamente constrangida porque, de fato, perdi a oportunidade de ver as coisas como elas são: uma oportunidade.
O carro em questão já os serviu por tanto tempo, e já foi tão útil, e já durou e sobreviveu a tantas aventuras, agora, só porque está de fato chegando ao final da sua linha, se torna um estorvo? E o que dizer de todo o tempo de utilidade? Esquecemos simplesmente? E o que dizer então daquilo que sempre te ajudou tanto mas que, agora, porque apresenta problemas, queremos descartar ao invés de consertar?
Uma enxurrada de coisas me passou pela cabeça, mas a primeira delas foi realmente agradecer ao meu pai pela sua resposta precisa e correta, cheia de sabedoria e gratidão.
Muitas vezes eu percebo que quando algo simplesmente não funciona como eu esperaria, a tendência é reclamar, me irritar e querer descartar. Ruim isso? Não... péssimo! Imaturo e triste para falar a verdade.
Fora disso (do olhar benigno do passado, cheio da gratidão própria daqueles que acreditam que tudo realmente coopera para o seu bem), o que dizer das novas oportunidades ao seu redor, como por exemplo, ter que caminhar mais, e com isso manter mais a saúde e poder olhar mais ao redor? Definitivamente, tenho muito a aprender.
Mas a boa notícia? É que sou cercada de pessoas que, de repente, são instrumentos de Deus na minha vida, e que me lembram daquilo que Ele diria sobre a situação.
Para concluir, estou escrevendo isso na sala de casa, enquanto um menino que amanhã completa 8 anos, decide testemunhar. Ele diz pra mim assim: "tia, eu sou como Salomão. Eu pedi por um ano uma fabrica de massinhas. E assim como Salomão, que orou pedindo por sabedoria e recebeu muito mais, eu também orei e pedi algo e Deus me deu muito mais, porque Ele me deu não um, mas dois brinquedos de massinha". O que dizer disso?
Agradeço a Deus pela oportunidade incrível de ser recordada do amor Dele através de coisas tão simples, mas tão cheias de significado e de amor. E bora buscar o olhar justo, aquele de quem é amado e sabe, e se permite sentir assim, seja por Deus, seja pela vida, seja pelos outros, seja por si mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário