Hoje almocei com alguém diferente. Essa moça é cristã e eu a conheço porque trabalhamos no mesmo local. Curiosamente, embora tenhamos bastante contato profissional (afinal, a área dela é cliente da minha) até pouco tempo atrás não tínhamos conversado sobre nada pessoal. Naquela época, confesso que a impressão que eu tinha dela era que ela era bem mocinha, novinha e até um pouco mais ingênua do que a média das mulheres da idade dela.
Contudo, num dia qualquer (para mim foi, mas tenho certeza de que para Deus foi um dia especial), vi uma frase que ela colocou no msn: "Sonda-me Senhor, e me conhece..." e eu, reconhecendo a música da Aline Barros, chamei-a com a continuação: "...Quebranta o meu coração" e daí em diante começamos a conversar. Claro que ela, como quase todo mundo quando descobre que eu sou cristã e evangélica, ficou chocada porque simplesmente não esperava isso de mim. Afinal, eu não me visto do modo mais recatado do mundo, tenho lutado bastante para não falar palavrões e piadinhas de duplo sentido (quando alguém fala algo o meu primeiro impulso é lançar um comentário malicioso) e confesso que tenho diversos outros comportamentos que não são considerados cristãos.
Mesmo assim, depois dessa nossa conversa, passamos a conversar mais e mais sobre as coisas do Senhor e trocamos até livros emprestados (que por sinal, tem me abençoado muito) e combinamos de almoçar. Eu "furei" com ela umas três vezes até que parei de tentar marcar o tal almoço.
Há uns quinze dias, o Senhor me lembrou de algo que Ele tinha colocado em meu coração: juntar-me com outros colegas de trabalho cristãos para orarmos pela empresa. Na hora, lembrei-me dela e entendi que tinha que retomar o que Deus tinha dito tempos atrás.
Foi muito interessante e, como não tínhamos conversado pessoalmente antes, na verdade continuamos falando das coisas do Senhor e falamos sobre diversos assuntos, mas uma coisa chamou a minha atenção: ela me perguntou o que eu acho sobre um cristão ir a um bar ou a um local tradicionalmente "não-cristão". Comentei que, uma vez que o Espírito Santo passa a morar em nós quando aceitamos a Jesus como Senhor e Salvador, o lugar em que se está tem bem menos a ver com ser cristão do que a sua motivação e que, portanto, o problema não é necessariamente ir ao bar ou a qualquer outro canto, mas sim o que nos motiva a fazer o que fazemos. Sabe o que ela respondeu? Ela disse (não exatamente nessas palavras porque não me lembro das expressões usadas literalmente): "pois é... eu nunca gostei de igreja que proibe as pessoas de fazerem isso ou aquilo... Jesus mandou que fôssemos diferentes mas no nosso interior. Se deixamos de cortar o cabelo ou passamos a usar saias longas apenas, automaticamente somos considerados ETs e nesse caso somos mesmo diferentes, mas não fazemos a diferença que o Senhor nos ordenou. E aí, mostrar que é diferente sem cortar o cabelo é fácil. Difícil é fazer a diferença de verdade na vida de alguém por causa de Cristo".
Pois é... essa moça, que trabalha, estuda, vai a casas noturnas e se diverte é igual a outras de sua idade. Mas ao mesmo tempo, ela é cristã, faz trabalhos voluntários, lê a Bíblia, participa de campanhas de oração e ora por outros, vê o seu coração aflito quando alguém que gosta não está bem e vive uma vida santa (dentro da limitação dela, mas provavelmente mais santa do que a minha e de muitos outros que conheço e arrotam isso por aí). É ou não é diferente?
Nenhum comentário:
Postar um comentário