quarta-feira, 16 de novembro de 2011

It's always sunny in the rich men's world

Impressionante como os ricos vivem em um mundo à parte! Estando hospedada num dos melhores hotéis do Rio de Janeiro percebi como o dinheiro pode oferecer luxo e conforto ao ser humano.

Trabalhei na quinta e na sexta o dia todo e não consegui usufruir do hotel, com exceção do café da manhã majestoso (sim, é sensacional) e do quarto confortável que conta com um chuveiro delicioso.

Hoje, sábado, acordei e, como o trabalho foi finalizado ontem sem maiores complicações, pude aproveitar a minha estadia na "Cidade Maravilhosa". Acordei e tive o privilégio de conseguir uma mesa ao lado da janela cuja vista era a praia. Como estava sol, pude ver o pessoal indo à praia pela manhã e os primeiros cariocas chegando com suas bolas e redes para o futvôlei ou apenas para uma "pelada" de final de semana.

O café da manhã é um evento que merece menção especial: não consegui contar quantos tipos de pães estavam à disposição, mas seguramente no mínimo cinco, considerando pães integrais e pães comuns de diversos tipos. De cereais matinais, eram quatro tipos e à disposição tínhamos leite integral, leite de soja, leite desnatado e um outro tipo que não me recordo agora. Tinha uma bancada só com frutas cortadas, tais como manga, kiwi, morango e outras. A quantidade de frios também não ficou atrás: além de presunto de parma, salmão defumado delicioso que, com um cream cheese light que eles tinham lá formou um sensacional sanduíche na baguete de grãos. Os sucos, de fruta natural, refrescantes mas não gelados (o gelo à parte garantia o gosto de cada um em relação à temperatura).

No quarto, um menu invejável de opções para o serviço de quarto, uma cama enorme (como sou pequena caberiam pelo menos três pessoas do meu tamanho sem aperto), quatro travesseiros, um chuveiro em que era possível regular a temperatura e a vazão da água separadamente, um par de pantufas e um roupão cheiroso com o logotipo do hotel, além de um bombom de brinde desejando uma boa noite (eu não como chocolate então não posso dizer se era gostoso mas era bem bonito).

Depois do café, decidi andar na praia (que estava do outro lado da rua) e caminhei por alguns quilômetros tranquilamente à beira mar olhando a quantidade de prédios com apartamentos enormes com suas varandas ou janelas grandes para aproveitar a vista valorizando o imóvel. Fui ouvindo alguns louvores no celular, o que conferiu à caminhada um colorido especial.

Ao final da caminhada, ainda na praia, tomei um suco de abacaxi feito à mão (isso mesmo, o homem não usou liquidificador para bater... eu nunca tinha pensado nisso) que estava alucinante de bom.

Feliz da vida com a graça do Senhor (ainda mais porque durante a caminhada Deus me iluminou em relação à um assunto específico sobre o qual vinha pensando e não via a solução), entrei no hotel meio que sacudindo ao som de um cântico no celular e um funcionário do hotel, olhando para mim, sorriu... eu notei, tirei o fone e ele comentou como eu parecia de bem com a vida. Expliquei então a minha rotina do dia até ali e disse que não tinha como não estar feliz e ele comentou em seguida: "A senhora já conheceu a piscina no 38° andar? Depois que a senhora conhecer, aí sim vai ter motivos para ficar feliz." Embora estivesse com o tempo contado para encerrar a minha hospedagem e ir ao aeroporto, decidi verificar já que o rapaz tinha dito aquilo com tanta convicção.

Quando cheguei ao local, entendi o que ele quis dizer: a piscina é o que chamamos de "infinity pool", ou seja, aquele tipo de piscina que parece não ter borda para que o usuário fique com toda a vista à seu dispor, tendo o horizonte como "borda"... Portanto, deslumbrante. Decidi entrar nem que fosse alguns minutinhos e notei o quanto a água estava agradável por conta do calor do sol. Uma senhora portuguesa lá estava e começamos a conversar e ela me contou que ganhou a viagem porque está no Brasil para um casamento hoje no Copacabana Palace e falamos sobre o preço das coisas e criação de filhos.

Percebi então que era hora de correr porque não poderia perder o vôo de volta para a minha cidade. Voltei ao quarto, tomei um delicioso banho, sequei o meu cabelo com o secador do hotel, agendei um táxi para quinze minutos depois e desci no eficiente e rápido (mas não aterrorizante) elevador do hotel. Chegando na recepção, fui atendida por um funcionário com uma roupa bastante quente (apesar do calor do Rio de Janeiro) trabalhando no sábado de manhã sorridente e muito simpático, que fez o meu check out rapidamente e com bastante eficiência.

O taxi chegou e rapidamente fui ao aeroporto (o hotel é relativamente perto do Aeroporto Santos Dumont e no sábado não pegamos trânsito) e fui no meio do caminho ouvindo o taxista me contar sobre as propriedades do empresário Eike Batista (dono do hotel em que me hospedei e que acaba de arrendar a Marina da Glória no Rio de Janeiro por 20 anos por um valor indecoroso de acordo com o motorista).

E eu fiquei pensando: como é mais fácil, colorido e agradável o mundo dos ricos. Lembrei-me deu uma música do grupo ABBA (cujo título é o mesmo do meu texto) onde uma pessoa que não é rica fica imaginando como seria ser rica e como é fácil ser rico. Depois dessa experiência, eu passei a concordar com essa música. Tudo quando se tem dinheiro é mais rápido, o atendimento é mais fácil e mais simpático, a comida é infinitamente melhor, os lugares absolutamente deslumbrantes, o público mais educado e as acomodações mais confortáveis.

Mas aí pensei nas pessoas que amo e o quanto elas também amariam estar ali e vi o quanto é vazio ter dinheiro (ou ter acesso ao luxo que o dinheiro proporciona) se não tivermos boas companhias. Isso porque, embora tenha sido uma experiência inesquecível, não tenho com quem lembrar, com quem comentar depois, para quem fazer uma piadinha que tenha surgido num momento de descontração... vazio, foi essa a sensação.

Lembrei-me então de 1 Coríntios 13 em que Paulo fala sobre o amor ser o maior dom. Lá, ele diz dos versículos de 1 a 8:

"1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
3 - E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 - O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5 - Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 - Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 - Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 - O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá"

E entendi que, na verdade, nada daquilo tem valor se não estivermos em primeiro lugar com o Senhor Jesus, mas em segundo lugar, com amados ao nosso lado compartilhando, sorrindo, chorando e caminhando conosco.

Senhor, me perdoe por sentir esse vazio. Sei que fui agraciada por Ti com essa oportunidade e sou eternamente grata por ela. Agradeço também pela Tua luz na minha vida e por tudo o que tenho sido e tido com o Senhor. Mas peço perdão porque, embora tenha sido bom, fiquei triste por não poder estar com alguns dos meus amados. E agradeço, é claro, por cada um dos presentes que o Senhor colocou ao meu lado (de quem eu sinto tanta falta).

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