segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A luta contra a carne

Caramba, como é difícil isso... estou naquele período do mês que qualquer crime cometido tem atenuantes. Com isso, qualquer coisa tem o potencial de me irritar profundamente: desde um lanche mal esquentado até uma poça de água na minha calça branca na ida ao cliente, ou ainda uma notícia desagradável na família ou no trabalho.

Só que, independente de qualquer coisa, ninguém tem culpa disso e, exatamente nessas horas é que surgem para mim as perguntas mais estúpidas, as orientações mais descabidas, os procedimentos mais ilógicos e as pessoas com mais má-vontade do mundo de fazer tudo acontecer. E isso, claro, me irrita. Pior, me irrita tanto que perco a paciência inclusive com quem não poderia perdê-la: pessoas importantes, que amo e me amam profundamente.

E como é difícil não descontar justamente nessas pessoas... é muito mais fácil manter a elegância, a educação e o humor com os que são "conhecidos" mas não são próximos. Já com os que são próximos, esses sofrem conosco.

Por outro lado, tomo um remédio para controlar o humor. Só que, como todo remédio controlado, quando deixo de tomar, tenho sintomas de abstinência (que confesso que de início não tinha associado à falta do remédio).

Sinto-me triste com essa situação. Não quero magoar ninguém, mas por outro lado não quero mais tomar remédios. Aí, sempre vem a pergunta: "por que o Senhor não me cura logo disso e pronto?", mas, em seguida, vem a resposta que, por sinal, Deus me usou para dar a alguém muito querido que passava pela mesma inquietação: "Que diferença faz se é através de remédios e não através de um milagre instantâneo? Não entendi... no fim das contas, você não está sendo cuidado por Deus do mesmo jeito?".

Hoje entendo a tristeza que se abateu sobre esse meu querido na hora. Lamento por ter parecido tão insensível mas, ao mesmo tempo, a minha "ignorância" sobre o assunto permitiu que o Senhor agisse (e não o meu conhecimento humano ou uma das diversas capacidades que Ele me concedeu).

Lembrei-me então da segunda carta de Paulo aos Coríntios, onde no capítulo 12 ele diz (versículos de 7 a 11):

"E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.
E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.
Fui néscio em gloriar-me; vós me constrangestes. Eu devia ter sido louvado por vós, visto que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou."

Isso me permite entender o que Paulo compreendeu quando pediu a Deus que o curasse e Ele se negou. Paulo então, depois de ter superado a frustração com Deus, percebeu que a sua força era um impedimento para a graça do Senhor atuar através da vida dele.

Sei que tenho muito a crescer e creio que o Senhor tem me dado essa experiência para que a minha fé seja exercutada, consolidada e provada por mim mesma para que, de fato, o Senhor seja o meu sustento, o meu alimento e a minha cura.

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