Há uns tempos atrás reencontrei uma prima minha que há anos eu não via. Ela é muito querida e, cá para nós, não é realmente uma prima mas como ela e a irmã mais velha (que também mora do lado esquerdo do meu peito) estão na minha vida de modo especial desde a infância, acabaram sendo parte da família.
A irmã dela, (uma das minhas amigas mais antigas diga-se de passagem) com quem mantenho contato até hoje, mora na nossa cidade e perdeu nesse ano um filho durante a gestação. Ela mudou-se há anos para outra cidade distante daqui com a mãe e lá vive até hoje. Como ela já tinha programado vir para cá por conta do nascimento do sobrinho (que não aconteceu por motivos que não temos como garantir mas que já sabemos que tem mudado muitas coisas na vida de seus pais) então veio passar o Natal na casa da irmã.
Aproveitando a estadia aqui, foi à igreja que frequentávamos desde crianças para ver o coral cantar e eu, sem saber que ela ia, me programei para ir em família até lá também.
É curioso esse contato com o passado. Eu nunca fui disso, nunca fiquei olhando para trás e, talvez por isso, tenha cometido tantos erros. Por outro lado, não olhar o passado me permitiu avançar em diversas áreas. Só que, atualmente, fazer essas “viagens” tem me permitido experimentar da presença de Jeová Rafá em minha vida (o Deus que cura).
Vi hoje coisas interessantíssimas e que, claro nem de longe esperava entender:
- A minha prima ora constantemente pela irmã, ao ponto de eu tê-la visto como intercessora pessoal dela. Isso me mostrou que Deus tem uma obra tão grande na vida dela que permite que tenha alguém na família que interceda incessantemente por ela;
- Olhando para a minha vida, notei que tenho algumas “intercessoras pessoais” também: uma delas é a minha mãe (mulher que merece um capítulo à parte sobre o quanto é usada por Deus para me amar e ensinar);
- Vi o quanto Deus tem feito na vida da minha prima e a vi pela primeira vez como profeta e mulher de fé, poder e presença de Deus. Não que isso me surpreenda propriamente mas notei que, da minha época, uma boa parte foi realmente firmada na igreja e temos no meio de nossa turma algo que considerei especial: além das minhas primas (e de mim mesma, confesso), temos o meu presente e temos uma missionária em outro continente. Quanta coisa Deus fez e faz em nossas vidas! E mais: que privilégio termos um grupo que, mesmo distante, é tão amado pelo Senhor;
- Notei que eu e minha família somos amados por aquelas pessoas ali até hoje e ficou um gostinho de “quero mais” que venho sentindo há tempos em relação àquela comunidade. Creio que não está na hora de voltar (se é que essa hora vai existir) mas sinto-me bem e, aos poucos, com uma alegria de estar ali que já tive no passado mas que não tem nada a ver com saudosismo porque sinto que é uma alegria renovada;
- Embora não congregue mais ali, sinto-me em casa para participar da Santa Ceia com aqueles irmãos que, para mim, são parte da minha casa (mesmo os que ainda não conheço).
Não sei o que dizer sobre o que Deus tem para nós... só que para mim uma coisa é certa: a obra é grande e Ele está começando a revelar os meios pelos quais devo agir em nome Dele. Preciso agora de sabedoria e discernimento do Senhor para que isso seja feito no tempo e no espaço correto. Sei que sendo conduzido por Ele acontecerá o melhor e isso é o mais importante.
O pastor de lá que amo e está saindo dali para outra igreja pregou hoje algo que, confesso, expressa exatamente o que entendo agora: ele disse que Paulo, em uma de suas cartas, identifica-se como “prisioneiro de Cristo”. Para o pastor, quando Paulo diz isso, o que na verdade ele quer dizer não é que ele é um escravo de Cristo. O que Paulo disse é que quer estar “acorrentado” com Cristo, de modo a nunca largar Dele. E acho que Paulo estava coberto de razão: a melhor coisa a se fazer é “se amarrar” a Cristo para nunca perde-lo de vista e aliás, nunca sair de perto Dele.
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