Eclesiastes

Pois é... eu tenho tantas coisas boas sobre as quais escrever e, de repente, sento-me à frente do computador e nada vem à mente.

Infelizmente, sei que, quando permito que isso aconteça, não estou louvando a Deus. Isso porque Ele faz diversas coisas sensacionais, das menores e aparentemente insignificantes até as maiores e mais visíveis mas realmente eu não consigo neste momento ter inspiração para escrever sobre nenhuma delas.

Estou lendo um livro que fala sobre o Eclesiastes chamado "O livro mais mal-humorado da Bíblia" do Pastor Ed Renê Kivitz (por sinal, pregador que eu admiro) e o livro faz uma série de reflexões sobre o Eclesiastes que, como tema central (se é que estou sendo justa) a vida debaixo do sol, a correria do ser humano e a falta de visão do homem sobre o que é de fato valioso e o que não tem significado (que ele, no livro, chama de "vaidade de vaidade" ou "nuvem de nada").

Talvez por conta da temática do livro eu esteja me sentindo meio estranha... olho para os lados e vejo coisas boas e ruins (na verdade, normalmente boas, até porque há muito tempo não assisto mais televisão e seus programas que propagam a desgraça alheia) mas parece que eu estou vivendo em um mundo à parte, como se eu estivesse vendo o mundo passar ao meu lado e, comigo, nada estivesse acontecendo.

Talvez eu esteja cansada porque dormi pouco e mal, talvez me sinta assim porque não estou perto de Deus o suficiente ou talvez eu precise mesmo de um choque de realidade (do tipo, ir a um orfanato, a um hospital e fazer algo útil por alguém) para reavaliar e repriorizar algumas coisas na minha vida.

Acho que, no fim das contas, estou entrando no clima do Eclesiastes: tudo é enfado, tudo é vaidade... será que é mesmo assim? Me recuso a acreditar que Deus, o Todo Poderoso, faria tanta coisa boa simplesmente para chegarmos um dia e, olhando ao redor, pensássemos: "é tudo vaidade... não vale a pena". Creio que muitas coisas valem a pena e espero em breve lembrar-me de uma boa parte delas.