Só que, em seguida à retirada do tumor, para tristeza geral, o menino contraiu uma meningite e os médicos decretaram que ele teria então problemas físicos e mentais para todo o resto de sua vida.
Quando tudo parecia perdido, os pais notaram que o menino passou a se esforçar para imitar o irmão saudável em tudo o que ele fazia e, com isso, foi pegando o jeito da coisa e os irmãos (que por serem gêmeos já criariam um laço naturalmente) passaram a ter algo mais em sua relação: o irmão saudável passou a ser referencial para o irmão doente e, porque um se espelhava no outro, o doente se recuperou. O irmão saudável, quando percebeu, passou a falar frases de incentivo ao seu gêmeo e dizer que acreditava nele. Com isso, o irmão doente ficou completamente curado.
Eu achei essa história absolutamente impressionante por algumas coisas que, na minha visão, são singelas mas completamente preciosas e, por serem simples demais, deixamos passar muitas vezes:
1) A mãe estava atenta o tempo todo e, mesmo sendo o seu bebê muito novinho, ela notou que havia algo errado: ora, só notamos algo diferente quando conhecemos o padrão. Isso significa que, se a mãe não dedicasse seu tempo ao seu filho nunca perceberia tão rápido que ele tinha um problema;
2) Os pais procuraram médicos competentes que fizeram algo grandioso: tirar um tumor do cérebro de um bebê não é na minha opinião das coisas mais simples a se fazer mas eles, com grande competência, conseguiram;
3) Mesmo com toda a competência médica e dos pais, o menino contraiu meningite: às vezes, por mais que façamos a coisa certa, acontecem coisas que julgamos como erradas e esse foi o caso do menino que, tendo escapado de um tumor, ficou doente e a previsão era de que ele tivesse sequelas;
4) Ter um referencial positivo é fundamental para qualquer recuperação: no caso do menino, o irmão foi, como diz a mãe na reportagem, a melhor fisioterapia que ele poderia ter tido e eu, particularmente concordo. Isso porque, além de ser alguém que o incentivava, era alguém com quem o garoto se identificava e claramente demonstrava amor e confiança de que o melhor aconteceria;
5) A educação correta fez a diferença: provavelmente (a reportagem não diz mas eu sinceramente acredito nisso) os pais não fizeram diferença entre seus filhos e trataram da coisa toda com a maior naturalidade possível e muito amor. Isso porque o menino doente não desistiu de tentar e não usou sua condição para manipular os que estavam ao seu redor e, porque ele era muito pequeno, eu acredito de verdade que esse ambiente positivo tenha sido provocado pelos pais;
6) Determinação para alcançar a cura: o menino tinha o irmão como referencial mas tinha também a vontade de fazer aquilo dar certo. Às vezes temos o incentivo mas já não acreditamos mais ou estamos tão cansados que deixamos de lado o que deve ser feito, perdendo a oportunidade que ganhamos de Deus.
Para mim, o mais impressionante de tudo é que, nessa história, eu vejo na prática algumas coisinhas que estão ali na Bíblia e que às vezes eu esqueço mas que são tão verdadeiras e que podem mesmo fazer a diferença na hora de levar Cristo a alguém (ou trazer alguém para Cristo);
1) Será que podemos dizer como Paulo na primeira carta aos Coríntios: "Sede meus imitadores como eu sou de Cristo"? Pois é, foi isso que o gêmeo saudável fez... imitou a Cristo amando, incentivando e provocando às vezes para que o irmão fosse mais além e, com isso, colaborou na cura do gêmeo doente;
2) Como diz Paulo em outra carta (nessa, aos romanos):
"E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Romanos 5:3-5)
Estamos realmente nos aproveitando das oportunidades que temos nas tribulações? Encaramo-nas como peso, problema, dificuldade apenas ou as encaramos também como oportunidade de crescer, de nos aproximarmos de nossos irmãos, de sermos referencial de fé e de gratidão a Deus? Agradecemos pela vitória que o Senhor nos dará e pelo testemunho que Ele já nos concedeu ao entrarmos naquela situação?
Sei que é difícil pensar dessa forma, mas entendo que é isso que diz em Habacuque 3:17-18: "Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação".
O que aprendo com essa reportagem é:
- Ser uma mãe atenta não só com os meus filhos naturais mas com aqueles que estão ao meu redor para, com discernimento dado pelo Senhor através de Sua palavra, eu perceba que há algo errado e procure ajuda especializada;
- Ser como o menino doente que não desiste e procura sempre superar minhas limitações, buscando um referencial positivo na fé para imitar e, com isso, facilitar a minha cura;
- Ser como o menino são que, com amor e perseverança, acreditou em seu irmão e, incentivando, apoiou-o na sua cura completa, sendo peça fundamental nessa história de sucesso;
Observação: não é necessária grande conhecimento, experiência ou preparação para fazer isso, haja visto o menino tinha exatamente a idade de seu irmão (hoje ambos tem quatro anos de idade)... a arma do menino foi o amor pelo seu irmão, a fé de que tudo ia ficar bem e a confiança no potencial de seu gêmeo.
- Não ser como o médico que viu a situação apenas com os olhos humanos da ciência e considerou que para aquele menino não havia salvação e, portanto, a doença deixaria sequelas para sempre, desconsiderando o poder do amor de Cristo para curar e restaurar
E aí, quem temos sido?
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