Pois é. Definitivamente saí da juventude. Sou oficialmente uma adulta tão madura que quase estou caindo do pé.
Percebo que não gosto da maioria das coisas que as pessoas com cinco ou dez anos a menos do que eu gostam, que dirá do que os adolescentes e crianças curtem... não tenho mais paciência para algumas coisas que há anos atrás achava bem interessante... e pior, estou mais crítica do que nunca em relação a algumas coisas.
Hoje vi uma reportagem na internet falando que uma empresa criou uma roupa tecnológica para auxiliar os pais de primeira viagem. A proposta é que a roupa monitore os batimentos cardíacos, a temperatura do bebê e até mesmo a necessidade de troca de fraldas e avisa aos pais por e-mail ou sms quando alguma "anomalia" é detectada. Vale ressaltar que a roupa está em fase de testes em hospitais e a empresa está à procura de voluntários para testar a roupinha que deve chegar ao mercado ao custo de cerca de U$ 150,00.
Então... e aí, quando eu li essa reportagem, não sei se pela minha rabugice típica da TPM ou simplesmente porque estou ficando velha mesmo, só consegui pensar que os pais e mães agora não precisam mais ficar prestando atenção no seu bebê, já que uma roupa fará isso de modo muito mais eficiente do que eles. Eu sei, é claro que a roupa é útil, já que ela pode auxiliar nos cuidados de uma criança em recuperação de alguma doença, oferecendo noites um pouco mais calmas para aqueles pais que precisam mesmo de ajuda nessas horas.
Mas, por outro lado, fiquei pensando: estamos criando cada vez mais recursos para que um ser humano seja monitorado e se relacione com uma máquina e não com outro ser humano. As redes sociais são assim (eu tenho perfil em algumas delas e uso, confesso, para me relacionar à distância com várias pessoas e sei o quanto isso pode ser reconfortante ou extremamente solitário), os computadores e seus aplicativos, os chips e sensores que tem o objetivo de dar conta de tarefas humanas.
Pois é... acho que estou ficando velha mesmo... a cada dia prezo mais as relações humanas e acho que estamos, por outro lado, nos aproximando da realidade anunciada em livros como "Admirável Mundo Novo" (Aldous Huxley) e isso só me faz mais querer sair de tudo isso e me lançar em uma vida de relações humanas apenas (o que é um absurdo porque isso definitivamente não existe).
No fim das contas, achei uma utilidade para ficar mais velha: acho que estou finalmente atingindo o meu objetivo de ser mais humana (no sentido de ser mais sensível às necessidades dos outros e mais disposta a me relacionar com os outros)... e isso é a coisa mais cristã que eu consigo imaginar que uma pessoa pode querer! :-)
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