Eu amo tomar chá e tomo chás durante o dia todo. Por causa disso, vou pelo menos umas duas vezes por período do dia à copa da empresa para ferver a água no microondas e fazer o meu chazinho. Esse processo todo dura cerca de dois minutos e meio, já que só o tempo da água no microondas é de dois minutos.
Bom, há pouco, como de costume, entrei na copa para fazer o meu chá e, claro, como uma empresa normal, quase sempre encontro pessoas por ali. Enfim, as pessoas que ali estavam eu não conheço mas o discurso delas, infelizmente, me é bastante familiar: reclamações sobre desrespeito com horários de reuniões e
outras falhas de comunicação da empresa.
Interessante que o grupo continha três moças e um rapaz e, curiosamente, era o rapaz o maior crítico do recinto. Ele comentou sobre a falta de cuidado de certas pessoas em relação à avisar aos outros sobre oportunidades ou eventos da empresa e reclamou efusivamente sobre a falta de respeito em relação aos
horários de reuniões.
Mais interessante ainda foi a reação dele quando, uma das moças (por sinal, as demais entraram mudas e saíram caladas), resolveu "lembrá-lo" de seus atrasos em reuniões... ele passou de uma posição de ataque para uma posição de defesa com uma velocidade impressionante. Mais impressionante ainda foi a
condecendência com que ele encarou seus próprios atrasos e falhas; atitude essa que eu não vi expressa em nenhum momento na primeira parte do discurso.
O que me chocou não foi na verdade a naturalidade na mudança de postura mas foi ter percebido o quanto isso é comum de acontecer em empresas e até na igreja. Lamentavelmente, sem perceber, somos muito parciais, e de um modo nada bom.
Quando Jesus disse "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." (Mateus 22:38-40) acredito que Ele se referia exatamente a este tipo de situação...
E eu, o que estou fazendo com a minha vida em relação a isto? Será que, ao olhar o que o rapaz fez ali e expressar o meu descontentamento, já não estou sendo dura demais? Ou, mudando a pergunta: como será que eu teria agido no lugar dele... teria criticado os demais e me defendido ou teria tentado manter a balança mais equilibrada?
Para mim é muito difícil perceber quando estou agindo exatamente como o rapaz da copa... Isso porque acho que quando estamos do lado de fora da situação temos uma clareza maior na avaliação da situação (provavelmente por conta do distanciamento emocional e com isso maior parcialidade). Acho que o grande desafio aqui é pedir a Deus que nos ajude a ver as coisas através da ótica Dele que é perfeita.
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