terça-feira, 1 de maio de 2012

O "não" a gente já tem... e a coragem para buscar o "sim"?

Hoje eu conheci uma pessoa absolutamente formidável: uma mulher que deve ter perto de uns quarenta e cinco ou cinquenta anos, casada pela segunda vez e que tem quatro filhos (dois dela e dois do marido). Até aí, nada de muito impressionante.


O que me chamou a atenção naquela mulher foi que, quando cheguei na igreja em que a conheci, ela se apresentou e começamos a conversar. Eu perguntei como ela havia conhecido aquela igreja e ela contou a sua história. 


Embora tenha episódios tristes, nada de lamúrias ou murmuração no discurso, o que já foi bem diferente. Contou como surgiu a decisão de se cadastrar em um site de relacionamentos cristão e como foi que conheceu o atual esposo e como tudo foi acontecendo até o casamento em si.


É uma mulher bastante simples: pelo que o filho menor me falou (por conta de um comentário dela dizendo que tem grandes dificuldades de escrever) ela só estudou até a quarta série. Bom, de verdade eu não sei como é que isso aconteceu mas sei que eu não notei aquela mulher falando nenhuma palavra errada... e pensando bem, nem as conjugações verbais ou os tradicionais "seje" e "esteje" apareceram no nosso diálogo.


Ela me contou que seu filho mais velho se desviou dos caminhos do Senhor e que, por conta de uma providência divina, sofreu ontem um acidente de moto e está internado no hospital. Conforme ia contando, não senti aflição ou desespero por parte dela ou do marido... pelo contrário, senti confiança de que aquilo tudo foi permitido por Deus para que o rapaz reavaliasse a sua vida e tivesse uma segunda chance de voltar-se para o que importa.


No fim das contas, ela virou-se para mim e disse que não é exatamente um exemplo porque ela não teve uma vida certinha mas que ela faz o seu melhor. Na hora, voltei-me para ela e disse que é exatamente por causa da sua vida pouco "certinha" que ela é útil para Deus: as pessoas que vivem nesse mundão não vivem vidas "certinhas" e tem problemas que ela já vivenciou mas que, diferente dos demais, foram resolvidos pela fé e com isso ela se torna a testemunha ideal para os que não conhecem a Cristo.


Então, nos abraçamos e ela me disse que não devo temer ou duvidar de que Deus tem o melhor para mim. Ela disse ainda algo que me deixou completamente sem reação: o "não" é plantado em nossos corações para que não tenhamos coragem de buscar o "sim", que é na maioria das vezes aquilo que Deus sonhou para nós. Como não temos a coragem de nos libertarmos do "não" porque já o conhecemos, perdemos todos os "sim" do Senhor, especialmente quando ficamos pensando que não somos merecedores de algo (ok, não somos mesmo mas Deus não nos ama porque merecemos... Ele simplesmente ama e isso é amor incondicional). Por fim, ela disse que eu não devo deixar que a ideia de que eu não serei melhor ou não terei condições melhores se plante em meu coração para não perder a coragem de buscar o "sim".


Sem saber, essa mulher mudou a minha vida hoje. Sem saber, na sua simplicidade, ela mostrou que não é tão complicado viver uma vida em que nada é impossível quando se crê nas promessas do nosso Pai. Sem nenhuma pretensão e sem notar, essa mulher me mostrou que devo vasculhar o meu coração eliminando o "não" e regando e deixando crescer o "sim" do Senhor para a minha vida e para as daqueles que me rodeiam. E eu agora tenho a obrigação moral de tomar coragem e abraçar o "sim"... se não for por ninguém mais, que seja por essa corajosa que me mostrou que vale a pena acreditar.

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