quarta-feira, 20 de junho de 2012
E mais uma dúvida se vai...
Agora à tarde li o post de uma amiga em seu próprio blog falando brevemente sobre a sua tragetória de vida. Com uma leveza que me falta, ela descreve a sua trajetória desde a época em que ouvia músicas gravadas pela amiga de infância à sua vida madura. Ela recordou-se de quando era pequena e estudou em uma escola católica e nela, ao invés de ir brincar com as demais crianças, ela preferia ir à capela para rezar. Daí nasceu o seu sonho de ser freira. Tempos depois, ela conheceu algo que mudou radicamente a sua cabeça: ela ouviu um ritmo musical que (na minha opinião) mudara o mundo... o rock!!! E dali em diante, ela abandonou o sonho de ser freira e começou a nutrir o sonho de ser roqueira. Não ficou claro para mim como ela deixou de seguir a ideia de ser roqueira para trilhar o caminho que segue atualmente que é trabalhar em tecnologia da informação em uma empresa de software mas isso não importa. Teve um ponto específico que me deixou pensando sobre tudo isso e é sobre essa ideia que quero escrever.
No texto dela, mesmo não falando sobre muitas fases de sua vida (óbvio, é um texto em um blog e não um livro), ela conclui dizendo que hoje é uma mulher mais resolvida em relação à questão profissional e que abandonou a ideia de ser freira simplesmente porque ela percebeu que além de não ter vocação para a coisa, ela viu que é muito mais útil para o mundo trabalhando em frente ao seu computador do que ajudando criancinhas em Moçambique. E isso me deixou pensando...
Em uma rede social eu vi um comentário de um conhecido que posta coisas um tanto polêmicas que ele é contra o capitalismo e a favor de deixarmos nossos empregos no mundo corporativo e buscarmos alternativas de trabalho de apenas quatro horas diárias para dedicarmo-nos mais à coisas mais importantes como a família, a sociedade e a espiritualidade. E isso também me deixou pensando...
No momento, como a minha amiga, acho que sou mais uma mulher sem ilusões do que uma mulher que vive de fantasias, embora as use eventualmente para colorir o mundo em situações especiais. Mas como o meu conhecido, acho que sou uma mulher um tanto idealista porque já considerei seriamente meios de deixar essa vida capitalista maluca para ter uma vida mais "humana".
Fiquei em dúvida sobre em que posição seria mais útil: atuando no que trabalho ou ajudando criancinhas em qualquer parte do mundo... de verdade, fico balançada com as duas coisas. Por um lado, a ideia de uma vida mais dedicada ao espiritual propriamente, sem as interferências estruturais de uma sociedade caótica, é deliciosamente atraente. Por outro, não seria hipócrita de dizer que viveria sem crises existenciais e psicológicas com a constante incerteza em relação aos recursos financeiros.
Isso me lembrou então uma pregação de um pastor que escutei mais de uma vez em que ele divide os cristãos necessariamente em dois grupos: os "valentes que vão" e os "valentes que ficam". Ambos são (ou deveriam ser) formados por pessoas realmente corajosas e com fé, que passam a ter como atividade principal pregar o amor de Cristo sendo sustentados unicamente pela graça de Deus. Acredito então que a diferença é que para as pessoas do primeiro grupo evangelizar passa a ser a sua "ocupação formal" e as pessoas do segundo grupo assumem postos em empresas e instituições laicas ou não para ganhar o seu pão de cada dia.
Quando anunciar o Evangelho já está na segunda carta de Paulo a Timóteo, que diz: "Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." (2 Timóteo 4:1-5). Onde pregar também está definido: "E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16:15)
Considerando isso, as minhas dúvidas não só perderam o sentido como percebi que acabei de vivenciar o que está escrito em Romanos 12:2: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus".
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