terça-feira, 19 de junho de 2012
Procrastinar??? Para que mesmo???
Às vezes eu me pergunto até quando vou deixar que pequenas coisas me abalem. De vez em quando eu me pergunto até quando vou deixar que o cotidiano vá desmoronando pouco a pouco por causa da preguiça de manter o dia-a-dia em dia.
Acordei com uma dor horrível no ombro esquerdo. Não sei bem o que aconteceu mas acredito que eu tenha deslocado o ombro mais uma vez e tornado a colocá-lo no lugar e como das outras vezes devo ter machucado a musculatura. Ou então devo ter apenas dormido de mal jeito mesmo e a dor é só consequência da posição errada durante a noite. Ou então posso inventar mais uma outra desculpa mirabolante qualquer para justificar aquilo que, não importa o gatilho, eu conheço a causa: falta de exercícios.
As roupas em casa se acumulam para lavar com frequência, meu armário está com coisas desarrumadas há tempos, a louça eventualmente, volta e meia falta alguma coisa para comprar... por que continuo levando a vida assim? Por que fico adiando o inevitável? Por que eu deixo o desânimo vencer a disciplina com a desculpa de que depois eu estarei mais animada se, na verdade, o desânimo só cresce nesses casos, especialmente porque a tarefa só aumenta com o acúmulo de coisas para resolver? Eu tenho uma listinha de coisas a fazer que chamo de "Não Procrastinar" mas até ela eu fico "empurrando com a barriga"...
O mais engraçado (ou triste na verdade) é que eu vejo que depois, quando tudo fica acumulado, eu acho mesmo que é a vida é injusta... ou então fico sofrendo desnecessariamente com os pequenos incômodos até que eles fiquem grandes o suficiente para que eu não consiga mais ignorá-los. Claro que aqui não estou falando sobre as escolhas racionais e lógicas que somos obrigados a fazer considerando que (pelo menos comigo é assim) não podemos fazer tudo o que nos aparece sozinhos e repriorizando as diversas atividades que se apresentam no dia-a-dia.
Fui pesquisar na internet sobre procrastinação e acabei encontrando uma avaliação psicológica interessante sobre o tema. No texto que encontrei algumas coisas me chamaram atenção. A primeira delas é que existem estudos sobre o porquê as pessoas procrastinam (ou "empurram as coisas com a barriga") afinal de contas, de acordo com o texto, essa atitude é nativa do ser humano e todo mundo, sem exceção, procrastina algo. Outra coisa curiosa é que diz ali que as pessoas não adiam só o que é desagradável mas o que é agradável também. Bem verdade que por motivos diversos mas adiam também o que dá prazer. Na verdade, procrastinar de acordo com o texto (e eu sinceramente concordo) traz uma ilusão (um sentimento passageiro e irreal) de alívio, de que no fim das contas, tudo vai dar certo, mesmo que não façamos nada por isso. Quando escolhemos procrastinar as pequenas coisas, passamos não a nos livrar delas mas a acumulá-las para o futuro (às vezes bastante breve) e só torná-las mais complicadas de serem resolvidas na maioria das vezes.
Independente do motivo pelo qual eu procrastino, quando o faço, concluo que na verdade estou abandonando aquilo que é o que tenho que fazer. No fundo, o que parece uma prova de fé em um primeiro instante, passa a ser exatamente o contrário depois de uma nova análise. Acho que às vezes, mesmo inconscientemente, ando confundindo entregar nas mãos de Deus com largar mão de tudo. Como espero que Deus faça o impossível se nem o possível eu acabei de fazer ainda?
Creio que Deus honra quando fazemos as escolhas certas mas acredito também que são pouquíssimas coisas que ganhamos sem esforço até porque eu acho que a maioria das pessoas (eu inclusive) tem mesmo dificuldade de valorizar o que vem de graça. Davi disse: "Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata" (2 Samuel 24:24) porque ele sabia que dar algo que não nos custa nada não é a mesma coisa, afinal nós mesmos não daríamos o mesmo valor. Se ele, que era o homem conforme o coração de Deus (ou seja, um homem que realmente agradava ao nosso Senhor), fazia assim, por que nós insistimos em fazermos menos do que ele?
Mais do que tentar me enganar, procrastinar é inverter valores e prioridades, é dar lugar à preguiça, ao medo ou à mentiras como a nossa própria falta de capacidade de resolver algo ou ainda à falta de fé de que Deus fará o impossível quando fizermos todo o nosso possível. Mais do que sentir alívio, procrastinar é construir um castelo de cartas, é auto-sabotagem, é caçar "cabelo em ovo"... fica então o convite para mim mesma (e quem quiser me acompanhar): hoje é o dia, agora é o tempo... não esperemos uma nova chance do Senhor... vamos mudar?
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