Todas as terças-feiras a minha filha tem na parte da tarde aulas de Educação Física na escola. Não sei bem como é o espaço físico que a escola dispõe para a atividade mas sei que, de vez em quando, acontecem pequenos acidentes como em qualquer escola ou qualquer outro lugar onde tenha um monte de gente se movimentando de modo vigoroso.
Na última terça-feira, durante os seus exercícios, a minha filha foi acidentalmente acertada no rosto por uma bola de vôlei que uma garota cerca de quatro anos mais velha cortou com tal força que a fez cair no chão com o impacto. Não ficaram marcas no rosto mas sei que deve ter doído porque ela chegou com um pouquinho de dor de cabeça em casa.
A noite chegou e a dor piorou um pouquinho mas como era mais tarde e estava frio sugeri que ela fosse descansar, afinal, aquela movimentação toda era mesmo cansativa e dormir faria bem para o corpo dela, de modo que a probabilidade era que a cabeça parasse de doer até ela adormecer, fazendo com que ela acordasse sem problemas pela manhã. E ela foi.
No dia seguinte, ela acordou com uma dor terrível não só no rosto mas também com o pescoço um pouco dolorido. Fiquei sinceramente preocupada porque aquela dor não tinha razão de ser, já que normalmente ela teria ido embora em algumas horas. O primeiro pensamento foi que ela tinha tido alguma lesão no pescoço por conta do impacto e decidi então levá-la ao pronto socorro próximo de casa.
Chegamos lá bem cedo e não demorou muito para sermos atendidas. Deus, como sempre, foi maravilhoso e separou uma médica que, fugindo do padrão habitual de médicos de pronto socorro que tem diversos pacientes para atender em pouquíssimo tempo, decidiu dar um pouco mais de seu tempo ao caso, fazendo algumas verificações físicas e solicitando uma porção de radiografias para identificar se havia alguma lesão ou fratura de algum osso da cabeça.
Fizemos os exames solicitados e voltamos à sala dela. Confesso que, como durante os exames a minha filha foi melhorando de humor, cheguei a achar que ela tinha exagerado tudo aquilo só para não ir à escola mas como ela afirmou que estava mesmo mal, eu pedi desculpas e prosseguimos.
Ao voltar ao consultório, a médica disse para nosso alívio que não existia nenhum osso quebrado ou lesão mas que, na verdade, ela está mesmo é com uma tremenda de uma sinusite que é certamente a causa da dor de cabeça e também de uma tosse chata que a perseguia há alguns dias. Dispensou-a da escola e por isso acabei também ficando em casa, trabalhando remotamente durante o dia.
Sabe, quando eu tive que, ao invés de ir para o trabalho, sair de casa para levá-la ao hospital pela manhã mais uma vez, eu fiquei sinceramente chateada porque não era o que eu queria. Não reclamei mas não gostei nada da ideia de atrasar novamente para o trabalho por causa desse tipo de situação e para compensar a hora deixar de almoçar ou comer correndo em quinze minutos.
Depois, ao sair do hospital, segui para casa com a alegria de quem se sente verdadeiramente "sorteado na loteria": a minha filha não teve nenhuma lesão ou fratura e mais, se não fosse essa bolada acidental, nós não teríamos achado a causa dessa dor de cabeça que, por sinal, não é a primeira vez que aparece. Senti-me envergonhada de ter ficado triste e senti-me muito grata.
Chegamos em casa e o trabalho rendeu de modo surpreendente. Além disso, tive a oportunidade de almoçar durante a semana com a minha filha em casa, coisa que praticamente não acontece e pude estar protegida da chuva e do frio, especialmente em uma semana em que eu mesma estava tão gripada por causa da reação adversa de uma vacina anti-gripe tomada na semana anterior. E mais, durante aquele dia eu tive febre mas Deus, em Sua imensurável graça, permitiu que eu estivesse em casa, segura e coberta, trabalhando como eu necessitava mas sendo cuidada por Ele como eu gostaria.
Então, pude experimentar algo: é importante fazermos planos mas, quando os nossos planos são frustrados, antes de reclamar, é mais prudente pedirmos discernimento a Deus para saber se aquela mudança é só mais um teste na vida, uma fatalidade ou apenas mais uma oportunidade que Deus nos dá de usufruir da Sua infinita graça. Nesse caso (como em muitos em minha vida) foi a terceira opção. E na sua, como tem sido?
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