terça-feira, 28 de agosto de 2012

O truque perfeito?


Acabei de ver um vídeo mostrando um pássaro que, para atrair os peixes para perto de si e portanto poder se alimentar, joga pedaços de pão na água. Desta forma ele atrai os peixes a subirem à superficie e quando isso acontece ele pode "pescar" tranquilamente.

Desde o final de semana venho ouvindo a música "Ele me ama" do grupo "Livres para Adorar". No meio dela, o autor fala do amor de Deus sobre nós e da maneira como Ele cuida de nós de modo absolutamente zeloso. Em um determinado trecho o autor diz: "Se a graça é um oceano estou me afogando". Ontem, ao ouvir a música com a minha filha, ela achou o trecho um tanto dramático e eu confesso que mesmo tendo pensado assim no passado e tendo mudado a minha percepção do significado disso recentemente não consegui explicar porque eu discordo do que ela disse. Mas, agora, parando para pensar, tudo parece ficar mais fácil de verbalizar: a graça de Deus me cobre de modo tão absoluto que é como se eu estivesse completamente mergulhada no oceano, de modo que não tivesse possibilidade de sair para lado nenhum.

Voltando ao vídeo, notei que o tal pássaro vive um dilema: não pode mergulhar tão fundo senão se afogará mas precisa comer o peixe senão morrerá de fome. Então, ele astutamente usa esse recurso do pãozinho para atrair a sua presa e alimentar-se dela.

Da mesma forma creio que seja a atuação do inimigo de nossas almas: ele não pode mergulhar na graça de Deus que nos envolve porque seria aniquilado mas deseja nos tragar então, de algum modo, fica jogando "pãezinhos" na superfície para atrair-nos a sair desse oceano e ficarmos vulneráveis à ação dele.

Dias atrás comecei a reler o livro "A isca de Satanás" do autor John Bevere. No livro, o autor explica que a isca é a ofensa e a armadilha é a mágoa. Então, funciona mais ou menos assim: duas pessoas entram em contato de alguma forma e, de repente é lançada uma palavra, uma idéia que, de início parece tão inofensiva mas que, mesmo sem querer, é mal colocada e para uma das duas pessoas soa tão mal que chega a doer os ouvidos (ferindo junto o coração); a pessoa que ouviu expressa o seu incômodo e a pessoa que lançou a palavra reage com indignação e quando menos se espera a confusão está armada. Só que normalmente a gente que está no olho do furacão não consegue perceber que foi só atraído para a beira do oceano da graça e, se não recusar a mágoa no coração, em breve será abocanhado pelo pássaro e levado para fora do oceano morrendo sem ar ou pela força do bico da ave destroçando o nosso corpo. O mais interessante é que para quem olha rápido o vídeo fica evidente a esperteza do pássaro mas, para quem morde a isca fica a impressão de que o "pássaro" queria apenas ajudar...

Por que mesmo achamos que para nós peixes existe algo que nos sirva na borda da água? Por que mesmo insistimos em dar atenção a pássaros que vem com pedacinhos de pão só porque eles parecem alimentos mais fáceis porque afinal não precisamos nos esforçar para tê-los, aproveitando com prazer o gostinho de ganhar um petisco diferente? Só porque não temos que trabalhar por ele? Só porque não precisamos nos esforçar para localizá-lo, buscá-lo, brigar por ele e nem ter como recompensa o mesmo gosto de sempre que as presas habituais oferecem? A que custo?

Devemos nos lembrar que somos peixes e que existe todo um oceano de graça de Deus nos cobrindo, mantendo, alimentando, sendo todo o nosso habitat seguro e natural, criado pelo Criador para nos sustentar plenamente. E nunca, de jeito nenhum, devemos considerar que um pássaro, que simplesmente não pertence ao nosso meio ambiente e que não tem a menor condição de nos nutrir porque simplesmente não pode entrar no nosso meio pode oferecer algo melhor do que o nosso Criador, aquele que fez e faz TUDO perfeito.

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