segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Agora sem as mãos...
De uns dias para cá as minhas mãos doem consideravelmente. Às vezes, são só pontadas; às vezes são fisgadas fortes que me fazem chorar. Às vezes eu quase não percebo as dores e começo a retomar o ritmo normal das coisas até que os músculos me lembram que eles ainda estão aqui e não andam contentes comigo.
O meu compromisso aqui é não me lamentar: o meu compromisso com esse blog é registrar as bençãos de Deus na minha vida e é isso que pretendo fazer todas as vezes (ou sempre que possível) que eu escrever aqui. Então, desta vez, ao invés de escrever uma "Ode à dor" eu pretendo registrar esta experiência que tenho certeza é permitida pelos céus para mudar a perspectiva da minha vida em muitas coisas.
A primeira delas é que por causa das dores nas mãos eu praticamente não posso usar o computador. Neste momento estou escrevendo aqui mas eu estou desde a semana passada sem mexer no computador e quando mexo é para fazer coisas mais simples ou a menor quantidade de coisas possível, inclusive em ritmo reduzido porque assim eu não sobrecarrego as mãos e portanto evito a dor. Só que escrever é o meio pelo qual Deus fala mais comigo e não escrever me dói não só as mãos mas o espírito... escrever passou a ser parte do que sou e não poder fazê-lo é como se eu tivesse que abdicar de mim mesma.
Mas, vi que, como quando eu decidi deixar de assistir TV, tenho uma nova oportunidade de me relacionar com o mundo à minha volta de modo diferente. Embora eu prefira mil vezes mandar um e-mail eu vejo que muitas pessoas sentem falta de falar ao telefone (coisa que eu particularmente dispenso) ou mesmo pessoalmente (eu até curto mas o tempo é escasso para isso então esses recursos tecnológicos me dão condições de manter contato com algumas pessoas mesmo que não presencialmente). Então, usando como muleta a desculpa de que tenho pouco tempo, acabo me escondendo atrás do teclado do computador para não fazer visitas às casas dos outros ou passar um tempo ao telefone dando atenção a alguém. E isso definitivamente não era o que Cristo faria.
Jesus, se estivesse fisicamente vivo nesta época, certamente usaria a tecnologia a Seu favor para divulgar a Sua preciosa mensagem de amor e não como desculpa para não se relacionar e/ ou manter uma "distância segura" das pessoas.
Não poder contar com as mãos para escrever o tempo todo é ter a oportunidade de mudar o meu foco: não preciso das mãos o tempo todo para telefonar e não preciso de grande esforço das mãos para visitar alguém no hospital. As mãos ajudam muito mas posso falar do amor de Cristo apenas dando abraços e abraçar não esforça as mãos.
Não ter as minhas mãos à disposição o tempo todo é saber que o corpo tem limites... duro encarar isso, viu? Confesso que no sábado fiquei na dúvida se doía mais a minha mão ou o meu orgulho... e acho que o orgulho em alguns momentos ficou mais abalado do que as mãos. Contar com outros para fazer algo que eu sei e deveria estar fazendo é algo bem complicado. Confiar que posso contar com o amor de Deus através das pessoas ao meu redor de modo a não criar expectativas e ao mesmo tempo me sentir grata pelo cuidado do Criador é bem delicado, uma experiência única praticamente... sei que é necessária mas ainda não sei bem como fazer isso. Espero que Ele me ilumine ao ponto de eu perceber quais são os meus limites que devem ser respeitados e quais são os limites que devo simplesmente superar em nome Dele.
Por fim, confiar que esta situação é para a glória Dele e saber que é a oportunidade que tenho de exercitar tudo o que leio e ouço mas que poucas vezes vejo na prática: ter um coração grato a Deus por tudo o que Ele nos dá, seja aquilo que nos parece bem, seja aquilo que nos parece mal porque, de verdade, a vontade Dele é boa, perfeita e agradável e creio que Ele trará grandes coisas dessa experiência para mim e para os que me rodeiam, a começar por fazer de mim uma pessoa melhor, mais paciente, mais amorosa e mais disposta a ajudar.
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