domingo, 23 de setembro de 2012

Carambolas!!!!


Às vezes a gente se deixa irritar com cada coisa boba... hoje mesmo eu decidi jogar um joguinho com a minha filha, já que nem sempre temos essa oportunidade. Era um jogo de perguntas e respostas e conforme você vai acertando vai evoluindo no tabuleiro. Ganha o jogo quem chega primeiro.

Eu não fazia questão de ganhar, pelo contrário, estava ali por conta do tempo com ela em si. Só que, conforme o jogo foi evoluindo, eu vi que ela, dependendo da situação, respondia uma coisa nada a ver, demonstrando aquele típico desinteresse e desleixo adolescente que particularmente me mata. Num ponto do jogo quando eu li a pergunta: "qual é a árvore da carambola?" ela vira e responde uma coisa que não tinha absolutamente nada a ver com o assunto. Aquilo me irritou demais da conta porque era muita má vontade. E eu então disse a ela que não jogaria mais.

Pois é... eu parei de jogar porque já tinha avisado que se ela continuasse respondendo: "quem se importa?" ou coisas que demonstravam total desinteresse por tentar acertar eu pararia. E parei. Ela ficou chateada e disse que sou chata, já recolhendo o jogo. E eu, confirmando que sou chata, disse que não ia mais jogar e fui para outro canto.

Decidi que não ia lá tentar pedir desculpas coisa nenhuma, afinal, ela estava errada. Caramba, é muito chato jogar com alguém que nem se esforça para tentar acertar. E sentei toda cheia de razão dentro de mim. Liguei o notebook e quando comecei a digitar notei que a tecla "espaço" está com problemas e é necessário bater mais forte para que ela funcione e aquilo me irritou mais ainda. E eu reclamei com ela. Ela, por sua vez, foi para o seu canto.

Aí, comecei a navegar um pouco na internet... e senti o meu coração ficando triste... e lembrei-me da história que ouvi ontem de um casal que estava há uns poucos dias de se casar e decidiu terminar por causa de uma unha. Isso mesmo... uma unha! Ok, eram dez unhas mas mesmo assim, como raios se termina um casamento por causa de unhas??? E agora eu sei como é que isso acontece.

Só que, como ontem, a noiva acabou indo lá conversar com o noivo, liberou perdão e pediu perdão e eles se acertaram, vivendo mais felizes dali em diante. E eu, com a fórmula em mãos, fico pensando na preguiça e na canseira que é ir até lá conversar e fazer um esforço para que as coisas fiquem bem mesmo achando que a culpa não é minha. Só que, de verdade mesmo, não importa de quem é a culpa: importante é o relacionamento, é a comunhão, e não quem foi que causou o problema ou quem vai resolvê-lo. Importante é que coisas pequenas são lançadas para que percamos o foco naquilo que realmente importa. E definitivamente, o mais importante não é se esforçar para responder qual é a árvore da carambola.

Confesso que às vezes eu olho e vejo que ser cristão é muito menos cômodo do que eu desejaria. Falo isso porque ser cristão exige que sempre busquemos a paz, a alegria e a comunhão com o próximo, mesmo que este não seja o seu ideal de companhia ou o seu melhor amigo (aliás, inclusive, deve-se procurar a paz mesmo com o seu inimigo, orando por ele e lançando perdão sobre a sua vida). Mas, olhando para a vida de Jesus, vejo o quando reclamo sem motivos, afinal, a vida Dele foi bem mais complicada do que a minha, especialmente no fim.

Outro exemplo que me faz pensar (e confesso, me dá até uma certa vergonha) é Paulo de Tarso. Ele era um cara estudado, da alta sociedade, com um bom cargo e uma situação invejável pela maioria das pessoas que o rodeavam mas ele abriu mão de tudo isso quando conheceu Jesus e começou a segui-Lo. Sofreu loucamente mas não reclamou. Pelo contrário, considerou privilégio sofrer por Cristo e pela sua mensagem. E eu aqui reclamando de fazer as pazes com a minha filha... que vergonha!

Mais do que fazer as pazes (e portanto fazer algo), tenho aprendido que o nosso foco deve ser gerar frutos para Deus. Então, pedir perdão não é só fazer algo simplesmente mas é plantar uma semente diferente no coração dela (e no meu) mostrando que, quando somos conscientes de quem somos, assumimos a posição que devemos ter e fazemos o que é necessário para cumprirmos o nosso propósito perante Deus.

E lá vou eu atrás da caramboleira...

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