segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Vida reta, postura ereta!!!
É interessante como às vezes coisas físicas nos acontecem para que aprendamos conceitos maiores, como conceitos mentais e até espirituais.
Hoje na hora do almoço por causa do lance dos braços fui novamente fazer massagem. Atualmente tenho feito algumas sessões por conta do problema recente mas normalmente eu faço mesmo para relaxar e nesses momentos, confesso, curto ficar tranquila, normalmente orando e aquietando a minha mente. Mesmo quando não faço nenhum dos dois, certamente o que menos gosto é de conversar nessa situação.
Estar em uma maca de massagem é agradável definitivamente não é um lugar adequado para levar um papo: o corpo fica sendo esmagado por vários minutos e o rosto fica socado em um buraquinho no meio da mesa cuja espessura é o suficiente apenas para respirar. Ou seja, a boca não tem espaço para mexer, a impressão que dá é que a gente vai babar, enfim, não acho nada agradável conversar ali.
Só que quando eu chego lá, normalmente o profissional pergunta se eu tenho alguma queixa ou pedido para orientar a sessão (normal, afinal, passam tantas pessoas por ali que é difícil que o profissional decore quem é quem e acompanhe de perto cada um). É nessa hora que eu conto que trabalho com tecnologia e que uso notebook por oito horas diárias ou mais e explico como é a minha rotina de frente para o computador.
Hoje a profissional que me atendeu (que por sinal é normalmente caladinha) resolveu bater papo: contou-me que quase não usa o computador mas que joga cerca de uma hora por dia em joguinhos na internet e que só não fica mais tempo online porque seu filho pequeno exige atenção mas que, como o hábito é fazer sua jogatina no notebook, ela quis mostrar sua solidariedade em relação à minha condição atual.
Conversamos então sobre o menino dela e ela me perguntou se eu tinha filhos e eu contei sobre a minha menina. O papo foi avançando e ela me disse que acha que meninas são mais companheiras das mães quando crescem do que os meninos e começou a justificar que acha isso por conta de seus próprios irmãos e sua mãe. Até aí, comentei que conheço famílias em que a menina que cresceu não liga tanto para a mãe mas também conheço famílias em que a mãe conseguiu mostrar a seus filhos que é importante andarem juntos e portanto eles cuidam de sua mãe tão bem ou melhor do que uma filha. Até aí eu achei que ela estava só papeando casualmente... e aí ela soltou que tem medo de que seja assim com ela e seu filho.
Eu achei o comentário estranho e ia perguntar mas ela não me deu esse tempo e continuou explicando que como a sogra dela não gosta muito dela e ela particularmente não faz muita questão de conviver com a mãe do marido. Além do mais, por conta disso, o marido se afastou bastante da mãe e foi daí que ela concluiu que os homens cuidam menos das mães.
Na hora em que ouvi achei tão curioso porque ela simplesmente não percebeu que na verdade é a atitude dela que vai aproximar ou afastar o seu filho dela quando ele crescer. Isso porque, mesmo pequeno, ele vê e absorve tudo o que presencia e é claro que ele está guardando mesmo sem saber esse modelo. Ou seja, o que ela teme é o que ela está plantando para si mesma, simplesmente porque não tem disposição de mudar o jogo com a sua própria sogra.
Decidi então aplicar algo que aprendi nesse final de semana com pessoas muito especiais: adotar a postura que deve ser adotada. Neste caso, com muita calma, eu sabia que precisava mostrar a ela qual era o seu engano. Sabia que ela não me machucaria (bom, se quisesse poderia fazê-lo mas confesso que nem pensei nessa possibilidade naquele momento) e que mesmo que pudesse se chatear comigo ela precisava saber o que está fazendo. Então eu adotei a postura que precisava adotar e comentei com ela que se ela realmente acha ruim a ideia de seu filho não estar tão perto dela quando ele crescer então ela precisa adotar uma nova postura.
Naquele momento, a moça ficou chocada e demonstrou-se levemente confusa. Expliquei então que atualmente moro com a minha filha e com a minha mãe e que tenho a consciência de que o que a minha filha mais aprende em ser filha é com as minhas atitudes com a minha mãe, especialmente quando eu não falo. Ela defendeu-se dizendo que a culpa é da sogra que não a trata bem e colocou que ela já tentou mas não funciona.
Sabe, um parênteses aqui: quando a gente tem cinco anos, essa coisa do "foi ela quem começou" vale como argumento mas, quando passamos dessa idade, já não dá mais para nos apoiarmos nesse tipo de desculpa (isso mesmo, não é motivo, é só uma desculpa para não enfrentar o que não queremos).
Bom, voltando ao papo com a massagista, eu comentei com ela meio em tom de brincadeira que não importa muito quem é que começou mas é realmente essencial saber quem é que vai terminar. Afinal, esse lance de quem começou é coisa de criança e não leva a lugar nenhum mas que se ela realmente deseja um futuro diferente para si precisa plantar algo diferente agora.
Ela disse que não liga para o que a sogra fala mas em seguida ela disse que sempre que tenta se aproximar a sogra causa um constrangimento e ela se afasta. Eu disse então a ela que se ela realmente não ligasse ela não se irritaria com o que a sogra diz e que a sogra só vai mudar quando ela mesma mudar.
A profissional ainda tentou argumentar um pouco e eu vi que era hora de recuar um pouco e mudar de assunto. E assim deixamos de lado a conversa e seguimos com a massagem, falando mais da minha coluna do que da postura dela em família.
Quando saí de lá, olhei para ela e vi que algo ficou em sua mente. E percebi então que, assim como acho que o meu problema atual não é tendinite ou algo relacionado ao muito fazer apenas mas ao como e porquê estou fazendo as coisas, é necessário endireitar a postura. Arrumando a postura (seja a física ou a espiritual) as coisas fluem de modo muito mais suave e o corpo sofre menos (tanto o meu corpo físico quanto as partes do corpo de Cristo com as quais tenho contato direto por serem os meus "próximos").
Então, mais do que nunca, deixei de encarar como piada e comecei a entender como lema de vida de verdade a expressão com a qual entitulei esse compartilhar. Só peço a Deus que, diferente de outras vezes, o meu caminho até comece torto mas termine reto. Peço a Ele porque sei que, por mim mesma, isso nunca será possível mas, àquele que crê, tudo é possível (Marcos 9:23).
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