terça-feira, 13 de novembro de 2012
Nada é por acaso
Às vezes Deus nos permite passar por situações que, inicialmente, parecem absolutamente casuais mas, conforme o tempo vai passando, percebemos que foram totalmente planejadas para garantir que uma sucessão de fatos ocorresse mudando muitas vidas a partir dali.
Hoje eu reencontrei uma amiga que há algum tempo eu não via. Na verdade, quando nos conhecemos, não ficamos amigas de imediato... por sinal, demorou inclusive, ao ponto de corrermos o risco de nem nos aproximarmos.
A história foi assim: eu trabalhava na área de tecnologia da empresa em que atuo há anos. Um dia, o diretor da área de serviços me chamou para voltar para a equipe de implantação atendendo clientes, entendendo que eu seria mais útil para a empresa naquela área. Eu voltei e menos de dois meses depois fui mandada para atender um cliente no qual eu ficaria dois dias. Bom, esses dois dias se tornaram sete meses... e não foi algo planejado. Aliás, era algo inclusive para mim inexplicável porque simplesmente não havia justificativa para ficar ali, já que eu praticamente não tinha trabalho e o cliente sabia mas pagava para que eu ficasse por ali monitorando o funcionamento do sistema.
Enfim, logo no primeiro ou segundo dia eu fui apresentada a ela mas nem me ocorreu conversar ou me aproximar dela, afinal, eu não tinha amizades com mulheres, principalmente clientes. O meu foco era na ocasião me relacionar de modo estritamente profissional com aquelas pessoas com quem teria contato no projeto ao qual fui destacada e ela não era parte disso. Então, eu não falava com ela. Por causa disso, ela me achava extremamente antipática e a recíproca era verdadeira.
Na verdade, fui mandada para lá para auxiliar um colega de trabalho que era cliente da empresa e acabou vindo para cá para atender a este cliente. E como ele era menos experiente, eu ofereci de ajudar por lá e fui revisar o trabalho dele. Nisso, o tempo foi passando, ele foi embora e o projeto ficou na minha mão e o prazo foi se extendendo.
Inicialmente eu ficava com a equipe de TI mas nesse tempo, mesmo vendo-a todos os dias, nunca nem dei um "bom dia". Um dia, aparentemente "do nada", me mudaram de andar e me colocaram junto dos usuários, que por sinal, eram "usuárias"... e eu, que nunca tinha relacionamento profissional com mulheres (ou quase nunca) e sinceramente sempre tive muito mais amigos do que amigas, acabei tendo que aprender a lidar com a mulherada. Então, comecei a ouvir os papos de namorado, dei dicas, emprestei esmaltes, comprei chocolates na páscoa (hoje eu trataria a coisa de outro modo mas na época achava que seria simpático distribuir um agrado na ocasião) e acabei fazendo amizades.
De repente, a tal moça veio trabalhar na mesma área usuária. Ela não se misturava e nunca falava com ninguém porque, como ela mesma dizia, ela não falava com estranhos e, cá para nós, além dela ser estranha, eu definitivamente era muito estranha mesmo.
Só que chegou o final de março e Deus me deu a graça de comprar um carro. Eu tinha me prometido que, se fosse para comprar um carro, eu daria carona e ajudaria aos outros, da mesma forma que muitas vezes fui ajudada por pessoas que tinham carro e me salvaram na ocasião. E ela me ouviu dizendo e (estanhamente para mim) ela se voluntariou a ir comigo todos os dias embora, já que ela estuda em uma faculdade do lado da minha casa. Bom, eu tinha prometido e, sinceramente fiquei sem graça de recusar, então acabei aceitando.
Confesso que no começo foi difícil para mim porque achei que seria horrível a experiência. Mas, uns poucos dias depois do carro chegar, choveu muito e o carro começou a soltar uma fumaça branca absolutamente inexplicável e que nunca mais surgiu... como o carro era novo, fiquei com receio de acontecer algo errado e nós paramos. Ficamos conversando ali por mais de duas horas, já que a chuva não permitia que ninguém (inclusive o guincho) chegasse. E lá, para mim, ficamos amigas.
Depois eu soube que ela já me considerava amiga e por isso se ofereceu... eu ri e disse que achei engraçado mas ela entendeu e ficou contente depois que contei tudo isso. Então passamos a voltar todos os dias juntas.
Uns tempos depois veio um outro colega trabalhar comigo e curiosamente ele também estuda na mesma faculdade e portanto passou a pegar carona também. E então, o meu carro passou a praticamente uma "perua escolar", já que de manhã levava a minha filha na escola e à tarde levava o pessoal para a faculdade. Só ofereci a ele porque como já a levava e ele era colega não seria complicado levá-lo também.
Uns quinze dias depois dele ir trabalhar comigo ele saiu da empresa; em seguida eu fui movida de andar novamente e pouco tempo depois ela pegou afastamento no trabalho. Foi enviado um novo colega de trabalho para mim que ficou por pouco mais de um mês e foi embora e, eu que ia ficar, acabei indo embora logo em seguida de saber que ela não voltaria tão cedo.
Resumo da história: o colega que pegava carona é meu companheiro hoje e ela é uma grande amiga, de quem faço questão de saber notícias e com quem tenho muito prazer em conversar. Inclusive ela talvez me ajude a aprender a programar, o que será de extrema utilidade para mim. E ele, bom... ele é tudo de bom.
Pois é... Deus definitivamente tem caminhos muito mais altos do que os nossos e pensamentos a nosso respeito muito mais agradáveis e completos do que os nossos mesmo. E é assim que Ele vem me amando: me permitindo ver que (graças da Deus!) nada é por acaso e que tudo o que Ele faz é perfeito.
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