terça-feira, 27 de novembro de 2012

O jogo da vida


Ultimamente temos jogado aqui em casa um joguinho de cartas chamado "Uno". Em linhas gerais, o jogo é composto por por um baralho que contém cartas de quatro cores (vermelho, amarelo, verde e azul) com números que vão de 1 a 9 além de umas "cartinhas extras" que podem forçar o próximo jogador a comprar mais duas ou quatro cartas além de bloquear a próxima jogada do outro.

Cada jogador começa o jogo com sete cartas na mão e o jogo começa com uma carta numérica na mesa. O objetivo é simples: descartar todas as cartas da mão antes do seu adversário.

O ponto é que mesmo parecendo uma missão simples, nem sempre é tão fácil assim se livrar de suas cartas porque para descartá-las, é necessário que na mesa esteja uma carta com o mesmo número/ figura ou com a mesma cor e nem sempre as cartas que você tem na mão estão dentro dessas condições e se você não tiver uma carta dessas na mão terá que comprar mais uma no monte de cartas geral.

Por outro lado, existem momentos em que, de repente, você tem em suas mãos uma cartinha de grande valia: ela pode forçar o adversário a comprar mais cartas ou ainda ela pode permitir que você escolha a cor que o adversário deve depositar na mesa e, em momentos cruciais, isso pode impedir o seu adversário de ganhar de você quando ele estiver em vantagem.

De resto, existem momentos em que parece que tanto faz comprar ou não mais cartas porque tanto você quanto o seu adversário tem muitas cartas na mão e uma a mais ou uma a menos não parecem mudar muito.

Tudo isso faz do jogo um passatempo interessante mas ao mesmo tempo com um quê tático que exige raciocínio e planejamento para não se descartar as melhores cartas logo de início ou fazer uma jogada que, sem querer, te deixe em desvantagem.

E daí? Bom, percebo que a minha vida também é assim: às vezes eu entro em uma situação e Deus me dá algumas cartas para entrar no jogo. COnforme o tempo vai passando, eu tenho a sensação de que a coisa não está se desenrolando como eu esperava e as cartas que tenho na mão não parecem me ajudar muito. QUando isso acontece, eu às vezes me afobo e acabo jogando uma carta para forçar o adversário a comprar mais mas, quando vejo, ele joga outra igual e quem acaba comprando um monte de novas cartas sou eu, exatamente no momento em que acho que estou perdendo. Outras vezes consigo ter uma visão de jogo mais clara e tomo atitudes que me dão grande vantagem e uma vitória tranquila.

Outra coisa que aprendo é que, assim como eu, o objetivo do adversário é descartar suas cartas antes das minhas e para isso ele também dará o seu melhor, o que significa que eventualmente ele irá me prejudicar (pelo menos aparentemente) mas, no fundo, na maioria das vezes, o intuito dele não é me deixar mal mas sim se favorecer e ganhar a partida. Ou seja, eu ser prejudicada neste caso é apenas uma consequência da visão inevitavelmente egoísta que um jogador neste caso tem que assumir e não de uma ação premeditada para única e exclusivamente me prejudicar. Então, um ganhar e outro perder é parte do jogo e isso não deve nos dar espaço para criar mágoas do adversário, transformando-o em inimigo.

Eu curto muito jogar porque mesmo quando não ganho a partida, sei que tenho a oportunidade de aprender com os meus erros para melhorar na próxima disputa. Quando ganho, enfrento o desafio de não ficar "convencida" dos meus próprios "méritos" (porque no fim das contas no caso do jogo contamos com muito do que chamamos de "sorte" ou "azar" mas na vida contamos mesmo é com a mão Divina cadenciando o jogo).

E no final de tudo, além de passar o meu tempo com a minha família que amo, tenho a oportunidade de ver que como está escrito na Bíblia em Mateus 5:45, o sol nasce para o justo e para o injusto, e no jogo, assim como na vida, não é diferente. E que, em cada momento da minha vida, Deus me dá oportunidades de aprender a crescer e estar mais preparada para os desafios em situações seguras e até divertidas. Só porque Ele simplesmente me ama!!!

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