terça-feira, 15 de janeiro de 2013
O piercing do pneu
No final do ano passado, na volta da visita à casa da minha irmã (que por sinal mora bem distante da minha casa, cerca de uns quarenta quilômetros), vinha por uma avenida bem estreita que, por mais difícil que possa parecer, trafegam dois carros por pista. Como a tal avenida tem duas mãos, dirigir ali é um tanto delicado, especialmente dependendo do dia da semana. Era sábado e mesmo com o tráfego pesado estava mais tranquilo de trafegar. De qualquer forma, tinha carro prá caramba e realmente foi um desafio vir por ali.
Num dado momento eu vi que à minha frente tinha um pedaço de madeira que parecia um taco (como de piso de casa) com um enorme pedaço de metal que na hora achei que era um prego. Eu não entendi exatamente como aquilo tinha caído ali mas também não fiquei pensando muito nisso na hora porque a preocupação era tentar desviar do objeto perfurante.
Bom, olhei para a direita e tinha um carro; na esquerda vinha um na minha direção... nem deu tempo de pensar em frear mas seria inútil porque tinha carro atrás também... então, desviei o máximo que pude e acabei passando por cima do objeto.
Na hora, eu fiquei na dúvida se tinha conseguido desviar ou não e continuei andando. Algumas quadras à frente decidi confirmar o que estava acontecendo e parei em um posto de gasolina. Lá, vi algo que parecia um "piercing" no meu pneu, mas aparentemente não tinha afetado em nada e eu decidi seguir viagem, embora estivesse longe de casa (uns trinta quilômetros ainda), fosse iniciar uma tremenda chuva e eu quisesse chegar ao culto no prédio da igreja.
Andando mais um pouco, parei em um farol e vi que, de repente, estava ao lado de uma loja de pneus. Me deu então um estalo e eu pensei: "bom, já que estou aqui, podia entrar e trocar o pneu com o prego pelo estepe porque, se der alguma zica, ainda estou longe de casa e, se não der, depois eu destroco". Graças a Deus por aquele pensamento: quando entrei na loja notei que o pneu que estava inteiro já não tinha mais condições de rodar e a roda começaria a estragar em breve. Entrei então, pedi para o pessoal lá trocar e eles não cobraram nada (embora eu tenha dado uma gratificação para o rapaz pela ajuda) e segui viagem.
Depois disso, tudo funcionou e eu contei para um monte de gente sobre isso. Na verdade, inicialmente eu fiquei indignada porque fiquei pensando que aquilo tudo era só uma forma de tentar me impedir de chegar ao culto naquele dia... ou seja, achei que era só uma coisa ruim. Mas, conversando com o pessoal do escritório depois da virada do ano, um colega comentou o seguinte: essas madeiras normalmente são usadas para pregar objetos no pneu e impedir que a pessoa continue rodando com o carro (até porque normalmente a madeira não quebra) e quando a pessoa para o carro bandidos abordam o veículo para assaltos e sequestros.
Quando eu ouvi isso, a primeira reação foi de gratidão, especialmente porque minha mãe estava no carro e ela já estava nervosa porque outras pequenas coisas já tinham acontecido naquele dia. Depois, pensei que foi livramento de Deus porque a madeira simplesmente se partiu e eu não tive problema nenhum. Concluí ainda que o posto em que parei (que não era nem perto e nem longe do local em que passei pelo objeto) foi providencial e permitiu que eu continuasse até o ponto exato onde eu deveria chegar: a loja de pneus para a troca pelo estepe. Aliás, a loja estava estrategicamente posicionada em meu trajeto e isso foi também divino porque eu não conseguiria prosseguir.
Assim que pude, fui a uma loja tentar consertar o pneu. Chegando lá, descobri que na verdade, o piercing do pneu (é, parecia mais um brinco daqueles que o povo põe na língua ou por cima da sobrancelha) era mesmo um parafuso e que a roda entortou o parafuso com o impacto. Fiquei sabendo ainda que na verdade o prejuízo só não foi maior porque a minha roda é de ferro e não de liga leve (se assim o fosse teria entortado a roda e aí sim a coisa ficaria feia mesmo).
Fazendo então um balanço, vejo que aquilo que parecia um evento ruim e que traria prejuízo para mim, no fundo, foi um tremendo livramento (um não, vários diga-se de passagem). Além do mais, poderia ter acontecido com outra pessoa que, ao invés de reconhecer a mão de Deus protegendo e livrando, teria visto apenas a maldade do acaso (coisa que para mim sinceramente não existe).
Então, resta-me agradecer a Deus por tudo o que Ele permitiu que acontecesse e por tudo o que Ele não permitiu, afinal, foi mais uma prova de que, realmente, Deus cuidou de mim de modo maravilhoso e para mim fica apenas a gratidão por tudo o que Ele é e faz, apesar de mim.
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