terça-feira, 26 de março de 2013

Em certas situações, aquilo que rejeitamos é exatamente o que precisamos


Outro dia eu vi essa frase em uma rede social e achei absolutamente fantástica! Ok, ela é bem simples e em certos aspectos soa até um tanto óbvia mas, sinceramente, muita gente acaba deixando de perceber a grande verdade que ela traz.

Na minha visão temos a tendência de rejeitar aquilo que nos incomoda, aquilo que nos confronta. Só que, sem discordância e sem confronto, muitas vezes eu não cresço. E, na verdade, ninguém quer ser do mesmo tamanho para sempre. Pelo menos, não quem ainda tem a capacidade de sonhar.

A frase foi postada por um amigo e eu não sei exatamente o porque ele dizia isso mas presumo que tenha sido porque uma moça o rejeitou. E fiquei pensando: "hum... talvez não seja tão legal ficar mandando recadinhos assim por redes sociais...", mas depois cheguei à conclusão de que isso não era realmente relevante e comecei a pensar no conteúdo expresso ali.

No fundo, me identifiquei porque naquele momento eu estava me sentindo rejeitada de certa forma. Bom, eu pensei em descrever o que sentia de modo mais delicado mas, pensando bem, era isso mesmo: rejeitada. E esse sentimento, apesar de genuíno, era evitado por mim. Mas, com a frase, parei para pensar e cheguei à conclusão de que ao invés de evitá-lo, eu deveria mesmo era enfrentá-lo. Porque, de acordo com a frase, eu estava recusando enfrentar o sentimento que estava dentro de mim, mas era exatamente enfrentá-lo que me traria libertação dele.

E, olhando com mais calma, eu vi que no fundo, eu me sentia rejeitada por alguém que, de verdade não estava me rejeitando... essa pessoa rejeitava tudo aquilo que estar ao meu lado significava para ela. Ou seja, estar ao meu lado fazia com que diversos conceitos bem sedimentados dentro de si fossem ao chão em poucos segundos; que certezas absolutas construídas por décadas dentro de sua família simplesmente ruíssem; que muitos dos paradigmas que estavam ali até então definitivamente não se encaixassem mais. E aí, existia uma escolha entre duas opções: aceitar a mudança enfrentando tudo aquilo que a fez ser o que é até aqui ou fingir que nada tinha acontecido e voltar à vida como era até poucos meses atrás.

O ponto é que a vida como sempre foi, embora muito organizada, era organizada demais, mas ao mesmo tempo era um tanto sem vida. Por outro lado, a vida nova que eu apresentava mesmo sem querer era muito mais interessante e inclusiva em relação às pessoas, mas muito mais dolorida para se encaixar quando se viveu uma vida inteira de conceitos estruturados mas que excluem tudo o que é diferente.

E aí, eu entendi que, no fundo, ao me rejeitar, essa pessoa rejeitava não à mim exatamente, mas tudo aquilo que seria necessário enfrentar dentro de si para ser possível conviver comigo em paz.

Bom, eu entendo a escolha. Não que eu concorde porque definitivamente prefiro a dor do crescimento à paralisia da estagnação que o medo traz. Mas eu aceito; e aceito pelo fato de entender que, eu mesma, até um tempo atrás, teria feito a mesma escolha. O que me mudou? O perfeito Amor, que lança fora todo o medo, como está escrito em 1 João 4.

Por fim, concluo que essa pessoa rejeita mesmo é a oportunidade de experimentar e viver sem medo, tendo o seu coração diariamente inundado por esse profundo Amor. Eu sei porque isso acontece: porque, quando já sofremos por causa de amostras do que consideramos algo genuíno, fica difícil de querer o pacote completo. Mas, um dia, precisamos aceitar comprar o pacote todo para confirmar se aquela amostra era mesmo do produto original. E enquanto esse dia não vem, a vida segue, e nós continuamos a rejeitar exatamente aquilo que mais precisamos.

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