quarta-feira, 27 de março de 2013

Primeiro vem o treinamento, depois vem a motivação


Hoje, fazendo um curso online na empresa, aprendi algo que explica muito mais coisas do que eu imaginava: a importância em saber o momento em que alguém precisa de treinamento e o momento em que alguém precisa de motivação.

Parece bem óbvio (ou parecia para mim) mas percebi que eu nunca tinha pensado nisso e de fato faz todo o sentido. E pior, quando tentamos inverter a ordem por qualquer motivo, a situação final acaba pior do que a inicial.

No curso é explicado que quando alguém não sabe o que fazer, elogios por parte de seu superior em relação àquela determinada habilidade (que no fundo não existe) soarão falsas e afastarão o subordinado de seu superior, deixando a situação seguinte pior do que a inicial; afinal, no começo, o subordinado tinha uma dificuldade técnica e agora ele também tem uma dificuldade de relacionamento com seu superior. Sendo assim, o que essa pessoa precisa é de treinamento, ou seja, orientação de como fazer e o seu superior é fundamental para passar conhecimento de técnicas ou dicas para formar aquela habilidade no seu funcionário.

Em outros momentos, o subordinado atingia um determinado resultado usando uma certa habilidade e, por um motivo ou outro, ele passou a simplesmente deixar de atingir. Neste caso, a pessoa sabe o que fazer e sabe como fazer: ela só precisa ser lembrada disso e estimulada a focar em seus pontos fortes para conseguir os mesmos resultados de antes ou até resultados melhores. Ou pelo menos, um estímulo para colocar em prática tudo aquilo que aprendeu. Só que, se o superior tentar treinar de novo o funcionário que perdeu a motivação este ganhará um inimigo: afinal de contar, o seu subordinado entenderá que seu superior não o respeita e o toma como um idiota e o seu relacionamento é abalado também. Ou seja, se antes o subordinado estava desanimado, agora, além do desânimo ele tem a raiva pelo seu superior e o sentimento de que não está sendo compreendido.

Quando eu vi isso no curso lembrei de diversos momentos em que eu, em minhas relações pessoais, acabei invertendo as coisas. Em partes, troquei a ordem porque via coisas que o outro não via e achava que só oferecendo argumentos de motivação já seria o suficiente para que o outro reagisse. No fundo, eu só coloquei mais carga e mais pressão na pessoa que já estava em desespero. Em outros momentos, tentei treinar pessoas que se sentiram ofendidas porque entenderam que eu as achava idiota, afinal, elas já sabiam e eu estava insistindo em treiná-las novamente.

E aí, lembrei de um exemplo muito claro de como esse conceito foi aplicado corretamente: a vida de Josué. Inicialmente, ele teve a oportunidade de andar lado a lado com Moisés. Nesse período em que andou com Moisés, Josué teve a chance de ser instruído, aprender como deveria ser um líder e o mais importante: como estar à altura da missão que Deus tinha para o seu povo. Em seguida, ele teve a oportunidade de ser treinado, sendo destacado para uma missão de identificação e reconhecimento de Canaã e nesse momento ele, tendo aprendido com o seu líder o posicionamento correto, tomou a atitude certa e voltou com notícias motivadoras. Ao final, quando Moisés morreu, ele foi colocado para liderar. E ali, ele já sabia tudo o que precisava para seguir adiante, mas faltava-lhe incentivo para tentar algo que ele nunca tinha feito e Deus, então, em Seu amor, começa o seu discurso a Josué dizendo três vezes para Ele não temer porque já o tinha instruído e treinado e Ele estaria com ele e Seu povo o tempo todo, evitando a derrota. Ou seja, Josué foi instruído, depois treinado e por fim motivado a seguir. E foi um sucesso como líder em sua empreitada.

Claro que me arrependo por ter, na intenção de ajudar, atrapalhado e complicado mais a vida de outras pessoas. Para os que eu puder, pedirei perdão pessoalmente. Para os que não for possível, peço perdão ao Pai. Para os que eu não me lembro, preciso pedir que o Senhor me lembre dessas pessoas e me dê oportunidades de resolver essa questão e tentar pelo menos encerrar algo que iniciei e que não foi adequado.

Mas o mais importante: essa é uma lição preciosa e sei que preciso mantê-la em mente e no coração para o resto de minha vida. Mais do que isso: esses conceitos me inspiram a pedir a Deus discernimento e sabedoria para entender quando devo fazer uma coisa ou outra ou quando devo simplesmente me permitir aprender. E seguir vivendo aquilo que Deus tem para a vida de todo cristão: ser sal da Terra e luz do mundo.

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