Depois de muito adiar, decidi aceitar as promessas de Deus para a minha vida. Decidi deixar de lado a desconfiança, o medo, as frustrações e a minha independência para que seja possível abraçar de verdade aquilo que Deus tem para mim.
Engraçado que, se eu estivesse lendo o que alguém vai escrever sobre o assunto, eu imaginaria que as promessas que Deus fez para a vida dessa pessoa são bem duras, já que demorou tanto para aceitá-las. Mas, eu tenho convicção de que são coisas boas e escrever dessa forma parece um tanto incoerente.
O que aprendo com isso é que, embora recebamos com certa frequência promessas boas e agradáveis (aliás, a própria Bíblia fala que a vontade de Deus é perfeita, boa e agradável e que não sabemos os pensamentos que Ele tem a respeito de nós mas que são pensamentos de amor e de bem e não de mal), a gente acaba mesmo é se entregando à falta de fé e abraçando tudo quanto é porcaria que nos aparece na frente.
Sabe quando a gente está morrendo de fome mas tem que ir ao mercado fazer compras do mês? Pois é, comigo é assim: eu acabo comprando um monte de coisas deliciosas e desnecessárias para comer ao passo que, quando eu me dedico a essa atividade com o estômago saciado, a compra é muito mais racional e muito mais equilibrada, e no fim, eu gasto menos e fico mais satisfeita e alimentada.
Mas, embora eu tenha consciência disso, por muitas vezes, quando estando com fome, ao invés de me alimentar do Pão da Vida, eu decidi beliscar por aí. E em seguida, percebendo que aquilo não era suficiente, fui às compras. E claro, fiz besteira.
Numa dessas, perdi a oportunidade clara que Deus me dava de ter algo que nunca tive na vida. Era algo que estava desenhado como algo especial, bonito e santo mas, por causa da minha ignorância, arrogância e pressa, eu decidi comer a fruta antes dela estar madura e, além de me dar uma tremenda dor de barriga, eu ainda estraguei a fruta porque ela não pode mais ser comida.
Enfim, decidindo fazer diferente, abri meu coração a Deus para que Ele mude o meu ser, transformando o meu caráter para que eu fique mais parecida com Ele e, no fim das contas, seja alguém melhor para os que me rodeiam e para mim mesma.
E quando isso aconteceu (cabe aqui uma nota: neste final de semana passamos por um jejum de quarenta horas e eles costumam ser realmente eventos marcantes para mim), começaram mesmo a acontecer coisas que o Pastor tinha dito durante uma das orações: coisas estranhas. Por exemplo: ontem mesmo, ao final do jejum, recebi uma mensagem no celular de que um parente do meu pai havia falecido. Com isso, ao invés de ir direto almoçar com o pessoal da igreja, eu voltei para do lado da minha casa para ir ao cemitério, fiquei lá no velório por um período e depois voltei para almoçar com meus amados irmãos. Não vi muito sentido naquilo na hora mas sabia que queria dizer algo.
Hoje, estou de volta a um cliente no qual trabalhei por meses no ano passado. E aqui aconteceram diversas coisas, inclusive algumas que eu já descrevi em textos passados. Umas das quais tenho saudades, outras das quais tenho orgulho, outras ainda das quais tenho vergonha. Mas, percebi que Deus me trouxe aqui para me tratar daquelas que ainda tenho mágoa ou que simplesmente não notei que ficaram mal resolvidas dentro de mim.
O primeiro impacto de algo desse tipo é chegar e ver que algumas coisas mudaram radicalmente, e normalmente elas estão ligadas às pessoas (que ainda ficaram e às que saíram). O ambiente muda, a rotina muda, as prioridades e o ânimo mudam também. Por outro lado, é engraçado perceber como tem coisas que não mudam nunca... uma delas é que com a troca constante de pessoas, a desorganização e a quantidade de surpresas nos projetos continua assustadora.
Outro grande impacto é olhar e ver o quanto eu mudei e o quanto Deus me mudou nesse tempo que se passou. Lembrar de como cheguei aqui na primeira vez, do que eu valorizava (eu amava os meus almoços solitários com a boa e velha companhia dos livros e direito a açaí de sobremesa ao sol) e de como uma série de coisas não fazem mais sentido (almoçar sozinha hoje, por mais gostoso que estivesse o prato e por mais bonito que seja o lugar, foi bem vazio).
Mas, um outro impacto importante é ver o que ainda precisa ser mudado e que não foi concluído ainda em minha vida. Não sei quando saio daqui agora... quando vim a primeira vez, eu vim para passar dois dias e fiquei por sete meses. Agora, vim passar teoricamente uma semana... então, que Deus esteja no controle e me faça passar por esse processo o quanto antes para que o meu crescimento em fé seja breve, o sofrimento menor ainda e a próxima etapa venha rápido.
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