Mais um ano se inicia e com ele mais 365 dias de muitas oportunidades. Mas será que este ano será realmente novo?
Parando para pensar, entendo que depende de mim principalmente. Não adianta nada a gente festejar uma quebra no calendário (cuja principal função para mim é psicológica) se ela não trouxer uma nova postura, ou pelo menos uma revisão do que foi feito até aqui.
Não adianta eu querer um ano novo, cheio de novas conquistas, se eu simplesmente não decidir aproveitar mais as oportunidades que eu já tenho. Não faz sentido pensar que alguma coisa vai mudar se, ao invés de eu abrir a minha mente, o meu coração e o meu espírito para novas coisas, eu ficar me abraçando a velhos conceitos, sejam eles bons ou maus.
Claro que tem muita coisa na vida que não é descartável e esse é um desafio adicional: conseguir avaliar o que de fato faz sentido mudar e o que precisa ser mantido. Mas sabe, mesmo o que devemos manter precisa ser, na minha opinião, constantemente revisitado, já que de tempos em tempos, mesmo os valores e conceitos que norteiam as nossas vidas podem parecer ligeiramente antigos conforme o tempo vai passando. Neste caso, revisar o que cremos serve para que possamos adicionar e vivenciar novas experiências aos conceitos que são perenes, e com base neles fica mais fácil identificar o que é descartável, o que é mutável e o que já foi útil mas não cabe mais.
Nestes dias tenho me visto nessa situação: quero coisas novas em alguns aspectos da minha vida, mas ainda me apego a coisas do passado que não fazem sentido e que me aprisionam. Por um lado eu já tomei consciência disso, e a consciência ajuda a entender a real situação. Por outro lado, tomar consciência de algo ruim e continuar alimentando o que não presta não ajuda em nada. Pelo contrário: nos faz escravos de algo que deveria trabalhar em nosso favor.
Como diz em Gálatas 5:1, devemos vigiar para nos mantermos livres na liberdade que já ganhamos em Cristo ("Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão"). Ou seja, se Ele já nos trouxe liberdade de vivermos uma vida plena, então devemos nos atentar a tudo o que nos prende e impede de sermos plenos. Se Ele já conquistou tudo o que precisamos na cruz, então, ao invés de nos apegarmos e lamentarmos o que não temos, precisamos ser gratos pelo que já temos e já somos. Se Ele é quem nos provê todas as coisas pela Sua infinita graça, não faz sentido termos medo de não ganharmos algo: nada merecemos em nossa condição humana, mas pelo Amor Dele nos é dado sempre o melhor quando deixamos que Ele cuide de todas as coisas. Assim sendo, nada é tão grande e nada é tão arriscado. Aliás, como diz em Lucas 1:37, "Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas".
Para Zacarias e Isabel, era humanamente impossível que eles tivessem um filho. Mesmo assim, a Bíblia não relata neles uma atitude de lamentação ou falta de fé: Zacarias era sacerdote na casa de Deus. Mas, mesmo com todas as circunstâncias humanas sendo contrárias a gestação de Isabel, Deus deu a graça a este casal e fez com que eles tivessem um filho que foi um grande profeta, responsável por preparar o caminho para Jesus.
Então, termos um ano novo depende daquilo que decidimos alimentar: se nos enchermos de fé, abriremos espaço para que Deus nos mude e com isso possamos plantar novas coisas, colhendo frutos mais doces e surpreendentes. E isso pode acontecer em qualquer dia do ano. Estarmos no início de janeiro é só mais um pretexto para que, antes tarde do que nunca, tomemos uma atitude de fé e sonhemos sem medo o que Ele sonhou para nós. E não só neste mas em todos os anos de nossas vidas.
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