segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Metade pra cá, metade pra lá

Nestes dias vivi algo que fazia algum tempo eu não vivia: querer estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Sim, eu sei, Deus faz todas as coisas de modo perfeito e no tempo certo. Sim, querer estar em dois lugares ao mesmo tempo pode ser, em vários sentidos, falta de clareza do que realmente é o melhor para o momento. Ou ainda, pode ser uma falta de clareza do propósito de Deus para aquele momento... Mas no meu caso, foi mesmo um "cabo de guerra" entre os meus sentimentos e a minha razão dentro de mim.

Se por um lado eu queria demais estar onde estava porque estaria com pessoas que quero estar mais perto, e sei o quanto tem sentido e propósito de Deus estar com eles, por outro lado, queria estar em outro canto, com pessoas que também amo mas que, na verdade, naquele momento, não me permitiriam cumprir o papel para o qual Deus me chamou: ser luz.

Eu tinha a certeza de onde eu deveria estar. Eu sabia os motivos pelos quais eu deveria estar ali. Sei que deveria de fato estar onde eu estive, porque sei o que Deus tinha de propósito em me usar naquele dia. Nada de tão incrível, mas formar alianças, ter tempo de qualidade com pessoas que não conhecem o amor de Jesus, são fundamentais para que elas vejam a plenitude daquilo que Deus sonha para cada um de nós. Mas, isso me exigiu abrir mão do que eu desejava.

Se eu estivesse onde meu coração queria, eu estaria em um lugar de frustração. Isso porque eu geraria expectativas por estar com pessoas que deveriam estar ali, e não estariam comigo como eu gostaria. E mesmo que eu me colocasse à disposição para ser instrumento de Deus, de verdade, não seria a mesma coisa. De certo modo, seria como Jonas, que definiu por si mesmo que ir para Nínive não era uma boa coisa.

Passei parte do meu dia pensando nisso, e de certa forma me alegrando com uma parte, e me deixando abater pelo que eu estava "abrindo mão" (bom, naquele momento eu não tinha muita clareza de que o que deixava de lado, se fosse levado adiante, me traria resultados ruins). Quando eu entendi que não podia aceitar aquela condição dividida dentro de mim, e que eu realmente precisava estar em um lugar por inteiro, sei que Deus me fez escolher a coisa certa, e o tempo ali foi maravilhoso. Sim, de vez em quando eu pensava em como estariam as coisas no outro canto, mas logo em seguida eu voltava os meus pensamentos ao contexto correto e tudo fluía normalmente. Quando o tempo acabou, fiquei feliz porque senti que tinha escolhido a melhor parte: estar aonde Deus planejou para eu estar.

Curiosamente, horas depois, sem planejar e sem que eu pudesse ter provocado aquilo, Deus me permitiu viver do jeito certo o que eu gostaria de ter vivido horas antes. Ou seja, quando eu permiti que Deus escolhesse, abrindo mão do que meu coração escolheria, Ele de certa forma me recompensou, e me deu mais do que eu poderia esperar.

O que aprendi? Que escolher o que Deus quer definitivamente vale a pena, mesmo quando o sentimento no seu coração não está errado, mas o tempo não chegou ainda. E quando descansamos em Deus (ai, preciso muito aprender isso), Ele nos dá o melhor, no melhor tempo, da melhor forma, mesmo que pareça impossível...

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