Sempre ouvi da minha mãe uma frase que, na verdade, é do carnavalesco Joaosinho Trinta, em que ele diz: "quem gosta de pobreza é intelectual, pobre gosta de luxo". Considerando o contexto em que esse homem falou isso, é fácil entender a motivação: em algum momento, houve um questionamento sobre o motivo pelo qual os desfiles de carnaval mostram tantas coisas luxuosas, tão cheias de brilho e um certo glamour; e claro, a explicação é que quem mora numa comunidade carente, por exemplo, vive dificuldade o tempo todo... então, por quê usaria a sua própria realidade como tema para festejar? Se o carnaval é tempo de desejo, sonho e imaginação, faz sentido que o que componha o sonho seja muito melhor do que se vive no dia a dia.
Mas, se isso é tão óbvio, quem foi que questionou isso e por qual motivo? Bom, acredito que a discussão tenha sido levantada por ditos pensadores, críticos do trabalho dele, que em algum momento colocaram para fora desse modo tudo aquilo que guardavam como ressalva ao trabalho dele dessa forma que, pra mim, foi meio "desajeitada" e até um pouco invejosa talvez (será que a crítica veio de alguém que não conseguiu o mesmo sucesso e os mesmos resultados na profissão que o Joaosinho?).
De qualquer modo, porque raios me lembrei disso?
Olhando para a minha vida sentimental, eu sempre preferi os "badboys": aqueles que não são ajustados aos padrões, que não são certinhos, que de alguma forma oferecem um "risco" a quem está do lado deles, e que conferem "fortes emoções" aos que caminham com eles. O que ninguém te conta é que, ao andar com os "badboys", as emoções não são apenas um espetáculo apreciado por quem anda junto: aquele ao lado do dito cujo é vítima dessa instabilidade e dessa falta de valores e padrões que o "badboy" vive. Ou seja, de fora pode parecer muito divertido, e até emocionante (o que de fato é), mas nem sempre a diversão é para você e muitas vezes a emoção não é tão boa assim.
Recentemente, notei que isso de alguma forma mudou: cansei de ser "Maria Bonita" ou de ser "a mulher do chefe da gangue". Cansei de ser a "bola da vez" ao invés de ser "a escolhida". Porque, de verdade, com os "badboys" funciona assim: hoje, enquanto você confere emoções a ele, você faz parte da vida dele, e continua no jogo, mas quando você quer algo seguro e estável, eles não tem muito a te oferecer, e com isso, você deixa de ser tão interessante assim, e a sua vez passa.
A gente dá o que a gente tem, e pessoas sem padrões e valores bem definidos e sólidos dão atitudes e palavras baseadas naquilo que as norteia. São pessoas que vivem ao sabor do momento, vão para onde o vento sopra e acham que isso é algo bom para quem está do lado. Claro que ser imóvel é péssimo, mas não dá para mudar de vida a cada duas semanas, e nem tem como construir algo duradouro e consistente se a cada circunstância a gente pensa diferente.
Por que então por tanto tempo eu gostei de homens assim? Por que por tanto tempo eu tive medo de estar com os "certinhos" e ajustados? Refletindo, voltei à frase do Joaosinho... e conclui que, de verdade, gosta de "badboy" quem de fato não enfrenta a realidade (ou pelo menos nunca a enfrentou). Ou, da maneira como conclui no título: gosta de bandidagem quem nunca teve acesso à realeza.
Os filmes são cheios de histórias que mostram os "badboys" sendo tendo seus corações derretidos por mulheres que os conquistaram, e com isso, parecem ter um final feliz. Mas, vem cá, quantas vezes se viu um "badboy" mudar por alguém? Aliás, não conheço pessoas que mudam por outras; eu conheço pessoas que mudaram porque a situação do momento não fazia mais sentido para elas e por isso elas mudaram. E isso pode ter sido movido por uma paixão, ou por uma situação complicada vivida, mas de verdade, só Deus pode mudar o coração de alguém. Então, esse lance da pessoa achar que vai mudar a outra é uma grande mentira. E a impressão que me deu fazendo um balanço de tudo o que vivi é que eu procurava a glória de dizer que alguém mudou por mim ou que eu mudei alguém.
Além dos filmes, existe toda uma ansiedade que é colocada nos nossos corações de que as coisas precisam acontecer no nosso tempo, porque o pensamento que é incutido é que ninguém melhor do que nós mesmos para saber o que nos vai fazer bem... outra mentira: se eu nunca vivi aquela situação, como eu teria maturidade para tomar uma decisão? Mesmo lendo e me preparando muito sobre o assunto, ainda existe a chance grande e real do planejamento original sofrer uma série de ajustes... então, como raios eu saberia o que é melhor por mim mesma?
Ou seja, tudo isso é um grande engano e nos leva a pensar (pelo menos nós mulheres) que se formos excepcionalmente doadoras em relação aos homens eles mudarão por nós, e com isso teremos um homem de atitude (como os "badboys") mas com valores e cuidados de um príncipe.
Sabe o que conclui nestes dias? Que de verdade, eu sempre achei que os "badboys" eram melhores porque eu nunca tinha conhecido de perto um príncipe. Ou seja, eu nunca tinha conhecido alguém de valores, caráter e postura de nobreza. Por causa disso, e por eles me parecerem tão distantes, eu achava que cabia a mim me contentar com o "badboy" e que isso era bom. Mas agora que convivo com outro tipo de homem é que eu vejo como eu estava enganada...
Claro que Deus tem tudo a ver com isso, mas o fato é que, uma vez que somos filhas do Rei, somos princesas e isso inclui tudo, inclusive sermos tratadas como tais. Sim, é clichê, e sim, soa super piegas. Mas não, definitivamente isso não é mentira. Deus tem o melhor, e o homem de Deus que está reservado para uma mulher de Deus é aquele que expressa o caráter de Cristo. E Jesus, que foi chamado de vários nomes, foi também definido como Príncipe da Paz. Será que foi por acaso???
Conclusão: se você não espera um príncipe, você não entendeu o que é ser princesa. Não tem a ver com longos vestidos, maquiagens carregadas, sapatos altos, jóias, coisas caras e outros símbolos que a gente acaba acreditando que significam nobreza. Ser princesa é ser filha do Rei, expressando aquilo que Ele é, e não tendo espaço em sua vida para nada menos do que alguém parecido com Seu Pai. Bandidagem é para quem não assumiu sua identidade em Cristo, ou nem ao menos a conhece...
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