Quando eu era pequena, eu sempre achei o máximo fotografar. Mas... eu nasci nos anos 80 e naquela época, no Brasil, fotografar era algo bem caro, porque além da câmera, tinha o custo do filme e claro, da revelação da foto. Fora isso, a gente nunca sabia como a foto ia ficar até que ela voltasse revelada do laboratório, e isso significava que muitos preciosos momentos únicos eram simplesmente perdidos porque a gente não podia sair por aí clicando alucinadamente como é possível fazer hoje com a tecnologia digital.
O meu sonho de infância era poder sair nas ruas com uma câmera fotográfica mostrando tudo o que eu via de bonito por aí, e mostrar aos outros, mas claro, nunca cheguei a expressar isso com palavras até recentemente, porque não parecia fazer muito sentido, e eu nem sabia com cinco ou seis anos como expressar aquilo. Aliás, acho que esse foi o meu primeiro registro de desejo do que eu gostaria de ser quando crescer.
Conforme fui crescendo, esse lance de fotografar foi ficando meio de lado, até porque eu tinha tantas outras coisa na cabeça que nem conseguia pensar muito no que ia de fato ser quando crescesse. Mas um dia chegou a faculdade, e lá a gente tinha curso de fotografia, e eu amava!
Foram dois semestres com a matéria, e na época, a única câmera digital que existia era uma que funcionava com disquetes (meu Deus do céu, quando penso nisso me sinto jurássica), e a foto não era realmente grande coisa (aliás, a resolução era horrível) e a gente andava com uma mochila lotada de disquetes para fazer fotos que na sua grande maioria não eram usáveis de verdade, mas era tudo muito divertido, especialmente as aulas de estúdio e laboratório, quando mexíamos naquele montes de químicos que traziam ao papel tudo o que tínhamos visto no momento de registrar. Era quase um sonho... até que engravidei.
Com a gravidez, eu não podia mais estar no laboratório, e ali era interrompida essa história por cerca de treze anos. Isso porque, mesmo depois da gravidez, eu não tinha condições de trabalhar com foto, porque isso na época era mais ou menos como ser um piloto de Fórmula 1: ou você tinha um pai muito rico que te patrocinaria, ou você teria que conseguir um marido muito rico que te bancasse, e nada disso era realidade para mim. A escolha ficou então em viver aquela fase de modo mais prático, e a fotografia ficou de lado.
Quase treze anos depois e muitas coisas vividas, entre elas a vida com Jesus como Salvador sendo rendida por uma vida com Jesus como Senhor, as coisas foram se encaixando, e meu coração queimava por poder fazer algo que faria sentido para o Evangelho que não fosse trabalhar num escritório enriquecendo alguém que não liga para as almas. E a fotografia voltou ao jogo. Na ocasião eu tive a oportunidade de ir para a Europa e para a África, e eu pude então comprar uma primeira câmera, e isso foi benção porque comecei a dar os primeiros cliques e entender como tudo funcionava. Mas ainda não era realidade para mim viver daquilo, mas eu sabia que um dia isso aconteceria.
Em 2014 comecei a conviver com fotógrafos em um arranjo divino, e surgiu o sonho de começar a criar uma empresa de conteúdo de divulgação de materiais cristãos, sonho esse que ainda não foi adiante... ainda! Por outro lado, tive a oportunidade de começar a fotografar eventos da igreja e aprender muito com isso, o que foi benção, e me ajudou a conhecer muitas coisas. Mas ainda não era o tempo...
E então 2015 chegou, e com ele a certeza de que aquele era o ano em que a vida na fotografia começava. No começo de fevereiro, fui demitida da empresa que eu jurava que sairia no segundo semestre, e muitas coisas foram se alinhando. No meio do ano, Deus me deu a oportunidade de fazer um curso profissionalizante e comprar uma câmera que ainda não é profissional mas que me permite fazer muitas coisas. E isso é só o começo!
Hoje, em 2016, começo a fazer os meus primeiros trabalhos, e isso tem sido benção. Mais do que poder ver que estou tendo a alegria de realizar um sonho, tenho o privilégio de poder fazer algo que marque a vida das outras pessoas... como? Isso é assunto para o próximo texto!
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