Nossa, como essa frase faz sentido pra mim!
O conceito é antigo, mas a maneira como ela foi colocada é tão clara... preciso registrar aqui.
Também conhecido por "o povo vê as pingas que eu tomo mas não olha os tombos que eu levo", esse conceito mostra o quanto somos injustos ao nos compararmos com outro alguém. Especialmente quando nos sentimos intimidados, e/ ou quando não temos consciência da nossa identidade em relação a alguma coisa.
Ontem eu fui chamada para uma reunião geral na empresa em que eu prestava serviços, e a ideia era fazer um desfecho de tudo o que ocorreu durante o tempo em que estive ali. A reunião estava marcada para as dez da manhã e em algum ponto ela foi remarcada para as quatorze e eu não entendi isso, e claro, cheguei lá no horário que eu tinha pra mim. O lugar não é tão longe de casa, mas não é tão perto, e eu poderia ter voltado, mas acabei decidindo tentar algo diferente e fiquei pela região ali andando e visitando um shopping só para olhar mesmo as novidades.
Mesmo com dor de cabeça, o passeio foi fundamental: uma amiga já tinha me dito que existia uma galeria de arte ali que vende fotos de artistas desconhecidos. Eu entrei na galeria, olhei, olhei, e comecei a ver que muitas das fotos expostas ali eu faria, não só porque conheço a técnica, mas porque de fato várias delas são parecidas com coisas que eu já produzi. Algumas das que vi aliás, eu posso dizer que não gosto tanto quanto das que eu mesma produzi... e isso me deixou pensativa. Conversei com a moça da galeria um pouco e ela comentou comigo sobre o processo de seleção da curadoria. E eu saí pensando no assunto...
Várias coisas chamaram a minha atenção, e a primeira delas foi como a minha amiga tinha tido essa percepção de achar que o meu trabalho estaria à altura de um lugar como aquele. Eu confesso que ela tinha falado sobre isso há tempos e me faltou coragem de ir olhar, mas ontem, eu vi que é possível, e que faz sentido. Fiquei extremamente feliz por Deus colocar na minha vida alguém tão precioso que acredita no meu 'palco'.
Mas, por que eu tive medo no passado? Por que demorei tanto pra ir lá olhar? Na verdade, eu considerei o meu bastidor, e o comparei com o palco alheio. Ou seja, eu pensei nas dificuldades que enfrento, nas limitações que preciso vencer, nas coisas que tenho que realizar... e as comparei com o resultado dos outros. Justo? Nem um pouco! Quem disse que pra eles é fácil? Só porque o resultado agrada significa que o processo é palatável também? A que custo ou a que preço isso foi produzido? E mais: esse último questionamento vai realmente melhorar a minha vida?
O ponto é que eu posso ser quem eu sou. O que posso ser é o que Deus planejou para que eu fosse, ou posso tentar ser o que eu escolher sem Ele. Tenho opções, mas são limitadas. Mas dentro delas não existe a opção de ser o outro. E isso, meus queridos, é absolutamente libertador!
Deus nos faz únicos. Sim, iguais em diversos sentidos, pra que não nos sintamos mais ou menos do que o próximo. Mas nos faz únicos em alguns aspectos, e nunca seremos tão bons em ser o outro como ele. E o outro nunca será tão bom em ser eu ou você como nós. A reflexão então traz um resultado: a melhor escolha é decidir ser a melhor versão possível de si mesmo. Para mim existe a clareza de que isso só é possível quando decido seguir o plano original do Meu Pai. Mas, mesmo para quem não entende isso, o primeiro passo para uma vida que vale a pena certamente é: não queira imitar o outro... você nunca vai ser original!
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