Nestes dias por aqui consegui perceber algumas coisas que pareciam tão poéticas mas tão distantes para a minha vida... e que no fim, descobri serem mesmo fundamentais para uma vida livre e plena.
A primeira delas é que muito pouco se faz necessário para se ter uma vida completa e quase tudo o que se precisa não se pode colocar em malas (ou armários, ou garagens ou qualquer outro recipiente). Com isso vejo que mesmo gostando de roupas, de comprar coisas legais, de ter objetos (na verdade nem sei se gosto mais tanto nos últimos tempos), nada disso define quem eu sou ou o que eu devo ser. Aliás, nada disso define quem Deus pensa que eu sou. Claro, isso é tão óbvio... mas viver isso na prática, sabendo que Ele me ama eu podendo oferecer alguma coisa ou não, é simplesmente maravilhoso... é pura Graça!
A segunda coisa é que do que se pode colocar em malas, nada tem mais valor do que os laços que são criados com as pessoas que Deus coloca no nosso caminho. Isso quer dizer que tudo o que podemos colocar em malas é substituível, mas as pessoas que Deus nos apresenta SEMPRE vão trazer consigo oportunidades que definitivamente não voltarão (ok, Deus pode nos dar nova chance mas nunca será igual).
A terceira é que a noção de conforto é muito relativa. Enquanto alguns pensam que conforto é ter uma casa cheia de coisas que possam simplificar a vida, outros pensam que conforto é ter um transporte que funcione corretamente, enquanto outros pensam que conforto é poder ter saúde e ter condição de ter uma bicicleta para transportá-lo para onde for necessário (e às vezes para onde as coisas são mais bonitas simplesmente porque é bom ver coisas bonitas).
A outra coisa é que o que carregamos na memória e no coração (de bom ou de ruim) nunca pode ser trocado por algo material. As fotos, por exemplo, são importantes não porque estão no papel e outros podem vê-las, mas porque elas trazem emoções, sentimentos ou memórias que nos fazem nos sentirmos vivos, e isso é o que conta. Mas, se não tivermos as impressões no papel (e aliás, se não tivermos a foto) mas pudermos ter as memórias, nada substitui a sensação de trazer à tona o que traz esperança.
Mais um ponto: quando a gente está de coração aberto para a mudança, a adaptação é muito rápida, chegando às vezes a ser quase instantânea. Ou seja, se acontece uma mudança e sofremos com ela é porque provavelmente não nos abrimos para entender o que Deus tem de melhor com aquilo tudo. Quando abrimos os olhos (ou permitimos que Ele os abra) para que vejamos o que Ele está vendo, tudo fica muito mais interessante, e é incrível como a vida tem mais cor, mesmo na situação que aparentemente pareceria tão crítica ou delicada.
E Deus... uau! Ele nos traz tantas alegrias nos salvando de nós mesmos, dos nossos conceitos, das nossas xaropadas, dos nossos temores, das nossas seguranças e confortos... mas ao mesmo tempo, se permitimos, Ele faz tudo isso com tanto amor... sem palavras para explicar o que tudo isso significa de fato neste tempo.
Talvez tudo isso esteja vindo do fato de que vivi um lindo dia hoje, cheio de alegria, de simplicidade e de amor de Deus demonstrado de tantos modos. Talvez porque, como diz o ditado, "água mole em pedra dura tanto bate até que fura" e com isso, a Água que mata toda a sede vai quebrando aos poucos as pedras que ainda existem na alma, e amolecendo essa dureza que o tempo criou para que, ao final, exista espaço apenas para a ação e direção do Espirito Santo. Eu glorifico a Deus por isso porque, por causa de Seu imenso amor, posso ver a vida de modo muito mais simples e plena e ao mesmo tempo experimentar a certeza de que grandes coisas estão por vir.
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