sábado, 12 de novembro de 2016

Alargando as fronteiras

Toda vez que eu penso nisso eu me lembro com saudade da minha líder de célula na minha cidade natal, que sempre orava por nós e pedia pra que Deus alargasse-nos, de modo que sejamos não maiores, mas mais largos, com limites mais extensos, com fronteiras mais abrangentes... engraçado que eu cheguei a essa conclusão só agora escrevendo, mas tenho certeza de que é isso mesmo: quanto mais alargados somos, mais podemos conter dentro de nós o Amor e a Graça do Pai.
Enquanto eu estive com ela (por quase dois anos) eu vi o quanto ela orou por isso, e o quanto eu achei que já estava sendo realmente expandida em tantos sentidos, mas hoje vejo que tudo aquilo era mesmo uma preparação para o que eu viveria nesse tempo de hoje. Afinal de contas, quem diria que aquela mulher de dois anos atrás estaria vivendo quase que o tempo todo apenas para servir outros, deixando de lado suas preferências, seus costumes, seus gostos, suas manias, e procurando superar em Jesus todas essas coisas para que Ele brilhe ao invés de seu ego, seu conhecimento, seus pensamentos e sentimentos?
Hoje eu vejo o quanto isso era necessário antes, e agora eu sinto (às vezes até fisicamente) os efeitos desse alargar, porque realmente eu acho que só dormi tão pouco na minha vida em dois períodos anteriores: quando minha filha nasceu (e claro, nos primeiros meses de sua vida) e quando eu assumi uma posição de coordenação de equipe e de implantação de projetos fora da minha cidade, acumulando papéis, funções e atividades. Era cansativo, mas eu seguia dia a dia achando que tudo aquilo era bom, e que era o melhor a se fazer. Doce ilusão: a situação atual é muito mais estressante, mais profunda, mais tensa, mas ao mesmo tempo, sei dos frutos eternos que estou plantando, e isso me faz ver que, mesmo não vendo nada por agora, um dia isso tudo fará diferença na vida dos que estão ao meu lado e Jesus será absolutamente irresistível, não por mim, mas porque sei o quanto Ele tem pressa e interesse de mudar a vida dessas pessoas, e o quanto Ele tem me alargado para que eu possa ser útil nesse novo contexto.
Em alguns momentos me sinto exausta, mas sei que essa sensação é um misto de três coisas: o resultado do desgaste da luta enfrentada, os efeitos das horas de sono que estou devendo pra mim mesma e o fato de depender mais de Deus agora do que nunca, já que estou me propondo a carregar algo maior, e claro, não tenho forças (e quando começo a passar do meu limite, até o corpo me lembra que estou puxando pra mim expectativas e cuidados que não são meus, e que é Deus quem cuida, salva e pode todas as coisas). Nessas horas, o negócio é entregar mesmo, e fazer com que tudo o que eu espero seja simplesmente deixado de lado; essa é a melhor hora de se colocar nos braços Daquele que sustenta todo o universo com a ponta do dedo menor. Aliás, já pensou que temos um Pai de tamanha magnitude? Difícil de entender, especialmente quando esse Pai nos convida a termos intimidade com Ele como se Ele, de repente, ficasse quase que do nosso tamanho, como que assumindo uma fração de si mesmo, e viesse sentar-se conosco à mesa, ou ainda na grama pra fazer um piquenique e conversar sobre a vida, contar o nome de cada estrela e as histórias dos que passaram que não conhecemos mas que Ele conheceu tão de perto... uau, sem palavras pra entender... só provando um relacionamento assim!
Uma coisa tenho certeza: estou vivendo coisas que sonhei e que pedia mas que não acreditava que fossem realmente possíveis... e Ele as tornou reais, assim como esse alargamento que vem acontecendo. Pode ser até que todas essas coisas estejam acontecendo através desse alargamento que Ele vem proporcionando... como saber? O fato é que, no fim das contas, independente se o alargamento é a causa ou a consequência, ele vale a pena, porque assim como tudo o que Ele nos sugere, essa é a melhor vida que alguém pode viver. Por isso sou extremamente grata a Ele!

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