quinta-feira, 15 de junho de 2017

A consequência da arrogância

Hoje aconteceu uma coisa que eu já sabia se corria o risco de acontecer e, mesmo sabendo ser errado, porque fiz bobagem, decidi arriscar. E é claro, me dei mal.
Explico: aqui aonde eu moro os transportes são tarifados de modo um pouco diferente do que é feito no Brasil. Para circular dentro da cidade aqui, cobra-se um valor específico, e ele dá direito a entrar em todos os transportes disponíveis dentro do perímetro urbano usando-os quantas vezes quiser. E o melhor: não custa caro! Agora, se vc quer ir a uma outra cidade que seja colada à capital da província, então vc paga um pouco a mais por mês e conta com os serviços de ônibus interurbanos e todo o serviço urbano com o qual já contaria anteriormente. Se quiser andar de trem, a tarifa é quase a mesma, mas não inclui o ônibus interurbano.. para andar nos dois, a tarifa meio que quase duplica.
Se a gente faz as contas continua não sendo caro... isso porque, por exemplo, se todos os dias usarmos dois ônibus interurbanos, a tarifa individual será de menos de cinquenta centavos por ônibus (considerando, claro, a diferença apenas), é de verdade, não é pesado. Considerando ainda que isso te dá tranquilidade e mobilidade por uma longa extensão territorial, de verdade, é um preço muito justo. Mas, isso não significa que as pessoas sempre paguem o preço devido e, as vezes, simplesmente sejam multadas por usar um transporte pelo qual não pagaram...
Então... eu não sabia como fazer para ter acesso a ônibus e trem interurbano, e quando fui fazer a carga mensal, fiz bobagem. Pior: fiz uma bobagem que não me permitiu revertê-la, e a sugestão do funcionário da empresa de transportes pra quem perguntei foi: compra um bilhetinho mensal a parte nesse mês e anda tranquila. E o que foi que eu fiz? Nada... assumi a postura arrogante de uma adolescente que considera que nunca vai acontecer comigo aquilo que acontece com os demais!
Claro, como todo adolescente, uma hora o preço vem, e o susto é justificável, mas o gosto de pagar a multa é amargo.
Uma época eu não pagava porque simplesmente não tinha dinheiro... mas agora, por mais dificil que seja a situação financeira, eu podia ter feito um sacrifício e devia ter pago o transporte... no fim, paguei só a multa.
Agora, fica a reflexão: por que raios a gente insiste em coisas que a gente sabe que não estão corretas e que, uma hora ou outra, vai dar errado, simplesmente porque a gente está errado? Por que a gente acha que Deus precisa ficar cobrindo as nossas decisões inconsequentes e erradas, simplesmente porque Ele nos ama? Sim, Ele nos ama, e até por isso Ele permite que as coisas aconteçam pra que, em amor, aprendamos a fazer a coisa certa...
Pior: como a gente consegue ser cego ao ponto de cobrar do outro uma atitude correta e a gente mesmo não a tem? Sei que Deus não pune a gente, mas sim, permite correções de atitude e de rota dos Seus filhos... e considero esse acontecido algo realmente um sinal de que eu preciso rever essas pequenas coisas, de modo que nas grandes eu faça a escolha correta.
Pagar o preço do que usamos parece bobo, parece até irrelevante... mas lembrando do que diz a Bíblia, como podemos olhar o cisco no olho do irmão e não enxergarmos a trave no nosso? Fora disso, quando fazemos pequenas contravenções, o que nos impede de cometer grandes contravenções? O medo pela punição por conta do tamanho? Hum... somos mais ou menos ladrões do que os políticos que temos nos representando no Congresso Nacional?
É hora de agir e de pagar o preço justo, e de fazer a minha parte. O resto, não é problema meu, e não é trabalho meu. Mas se faço a minha parte, posso cobrar o outro... ou no mínimo dormir com a consciência tranquila de que estou buscando imitar o meu Pai, e isso traz Paz.

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