Nesses dias, Deus tem como que trazido coisas do mais profundo do meu ser à tona, de modo que tem se revelado a mim coisas que nem eu mesma imaginava...
Um dia desses tivemos na igreja um chá de bebê. Bom, no mês passado eu fui em dois, é em mais dois casamentos e um noivado, é de verdade, fui feliz por ver a felicidade (mesmo quando momentânea) dos envolvidos. Mas aqui, nesse sábado passado, quando aconteceu esse chá de bebê, eu fui realmente porque eu precisava ir. O fato é que a consciência de que a mãe da criança nada tinha a ver com a minha crise me arrastou para aquele lugar, muda, é muda entrei, calada fiquei, e em silêncio voltei pra casa. No carro, no dia anterior, a pergunta que já tinha sido feita e que eu não tinha tido coragem de responder tão honestamente até ali: foi simplesmente massacrante, terrível, doloroso, difícil, eu diria esmagador. Sim, Deus é bom e a Graça me sustentou e me salvou (aliás, não só a mim mas a alguns dos meus) diversas vezes no ano, mas eu só me lembro de mais um ano tão complicado como esse em toda a minha vida. Bom, talvez dois, mas de verdade, foram complicados em modo diverso.
Se naqueles anos que mencionei a dificuldade foi por causa de um casamento que começou errado e continuou até a sua falência total, neste ano as dificuldades e desafios não tinham ligação com aquilo pela primeira vez... ou tinham?
Nesse ano, gente morreu, gente quase morreu de diversas formas, gente ficou bem doente, muita coisa difícil de lidar aconteceu com os que eu amo, mudamos de casa diversas vezes, tive decepções seguidas com algumas pessoas em relação a promessas não cumpridas e até mentiras ditas por covardia... e de fato, até um certo ponto do ano, nada disso me abalou tanto... até o ponto em que cheguei ao fim de 2017 e, nesse chá de bebê, na volta pra casa, me dou conta de que não tenho um companheiro, que meus sonhos parecem estacionados e que minha vida parece ter voltado a um estado de carência estrutural que eu jamais tinha vivido até o momento. E de repente, dentro de mim, a alegria que me sustentava deu lugar a uma amargura que me doía a alma... e eu saí do chá de bebê e fui arejar.
Pra mim, arejar significa ficar sozinha com Deus, orar do modo mais sincero possivel, chorar e deixar claro pra mim mesma e pra Ele que preciso de mudanças, em especial no jeito de ver as coisas (afinal de contas, me parece que Ele não concorda com a minha percepção atual dos fatos). E lá fui eu... e no meio do caminho, conversando com uma amiga linda pelo celular, chega a pergunta: "qual é a sua maior dor?"
Quando ouvi aquela pergunta, na hora, vi que o problema não estava relacionado a tudo o que aconteceu em 2017... e sim ao fato de que eu ainda não vejo o final disso tudo, é principalmente porque me senti totalmente incompreendida, e solitária, já que as pessoas ao meu redor vivem muitas dificuldades, mas são definitivamente diferentes das que vivo, em especial no que se refere à questões familiares.
Me senti de repente como Elias, aquele profeta que torrou as toras molhadas de madeira e fez algo absolutamente miraculoso por causa do seu posicionamento ousado em Deus, e logo em seguida, saiu correndo porque uma rainha doida o ameaçou pessoalmente... e foi pra caverna, é dormiu, e chorou e reclamou dizendo que estava completamente só. Naquele momento, por morar com tantas pessoas na mesma casa, a minha caverna era o cemitério: ali eu poderia orar e chorar e ninguém estranharia, já que é lugar pouco visitado, e os que ali estão sabem que que ler é lugar de pranto e dor. Disse a Deus tudo o que estava sentindo, e como eu gostaria de me sentir como Ele me vê, porque a consciência de que o desajuste estava na minha visão sobre mim mesma não tinha me abandonado.
Isso me aliviou, me trouxe uma segurança e me permitiu confiar que as coisas mudariam dentro de mim em pouco tempo. E não é que assim está sendo? O Papai tem colocado pessoas que me cercam e tem me mostrado que não sou a única incompreendida, e que não sou a única que tem vontade de fugir ou correr, mas que como eu, muitos filhos sinceros Dele já pediram ajuda e Ele proveu.
Mais do que isso: Ele me mostrou que esse episódio só veio pra me mostrar que a minhas maiores dores ainda não estão completamente curadas, e por isso nesse tempo de festas, confraternização e família, a secura do período fez romper-se sob a minha pele a casca da ferida ainda em processo de fechamento. Mas o que Ele quer mesmo é me curar por inteiro, tirar de dentro desse buraco que ainda está com um pedacinho aberto todos os grãozinhos de autopiedade, justiça própria e mágoa que entraram, pra que de uma vez por todas issi se encerre e eu siga adiante, podendo dizer que Ele me curou por inteiro.
E um dia, em breve, vou poder dizer que sim, tenho a identidade curada e restaurada, e que foi Ele, através do Seu Espírito Santo e de pessoas que Ele usou ao meu redor, quem restaurou a minha sorte e me fez mais do que uma resgatada: me fez filha amada e bendita, não só aos Seus olhos, mas também aos dos demais, incluindo os meus mesmos.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Qual é a sua maior dor?
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