sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Você já fez tudo o que estava ao seu alcance?

Decidi participar de um estudo de quinze dias sobre finanças.

O objetivo do estudo é dar a quem participa instrumentos para se obter mais sucesso financeiro.

Aliás, estranho seria se o curso ensinasse como ser pobre, não é mesmo?

Enfim, o estudo é baseado em um livro e por quase uma hora ao dia os instrutores comentam princípios que servem não só para finanças mas para diversos aspectos da vida.

Os instrutores leem um trecho do livro, e comentam suas experiências e aprendizados, e como usaram o ensino lido ali para ter êxito nas suas finanças.

Um dos tópicos é a pergunta: diante de um desafio, como saber se você já fez todo o possível para superá-lo?

O instrutor explica que em geral desistimos rápido demais.

E a minha sensação ao olhar para muitas coisas que vivi é que ele tem razão.

 

Acontece comigo e com você

 Um dos instrutores contou sobre o dia em que seu sobrinho veio se lamentar que comprar uma casa era um sonho impossível para ele.

O rapaz lamentou-se do seu baixo salário, e justificou que não conseguia subir na empresa porque tinha tido poucas oportunidades de estudo.

Desanimado, comentou ainda sobre como o seu crédito estava mal avaliado por conta da sua situação e do seu perfil econômico e social.

O instrutor ouviu tudo aquilo, e olhando bem no fundo dos olhos do rapaz, perguntou: “você já escolheu uma casa?”

O sobrinho, frustrado, olhou para ele e recomeçou toda a explicação dizendo que o tio não tinha ouvido o que ele dissera, visto que blá, blá, blá...

Então o tio o interrompeu e disse: "meu caro, se você não escolheu uma casa, você não precisa de dinheiro.

Enquanto você não souber onde quer morar, em que tipo de casa, o que ela deve ter dentro, e outras características, você não precisa de dinheiro.

Afinal de contas, você nem decidiu que casa você quer...

Tem mais: você já conversou com alguma agência de financiamento imobiliário? Você nem tem certeza de quanto isso custaria então..."

Bom, não precisa de muito para imaginar a cara que o sobrinho fez com aquela explicação do tio.

Um misto ainda de irritação, frustração e raiva pairavam no seu rosto.

Mas lá do fundo, a tristeza aos poucos foi dando lugar a um tanto de dúvida. Tinha ali alguma coisa que chamava a sua atenção... mas seria verdade?

Porque, afinal, como saber se a pessoa tem ou não condição de obter uma coisa que ela nem sabe o que é ou quanto custa de fato?

 

A virada

Ainda desconfiado mas sem muitas opções e com uma fagulha de esperança, ele começa a conversar com o tio, e este coloca o sobrinho em contato com uma conhecida que trabalha no mercado financeiro para imóveis.

A moça, por sua vez, ao receber a ligação do rapaz, atendeu a ligação e, ao ouvir o que o rapaz queria, deu um gritinho de satisfação.

O rapaz ficou confuso, e a moça percebeu o incômodo do possível cliente ao telefone, e então explicou o que se passava.

Dias antes ela tinha recebido a terrível missão de encontrar cento e cinquenta pessoas para oferecer financiamentos para pessoas com baixa renda, crédito ruim, que quisessem casas de um determinado tipo e numa certa vizinhança. A condição principal era que a pessoa teria que obrigatoriamente morar ali por pelo menos dez anos.

Uau! Era exatamente o que ele precisava...

 

Lamentar ou agir?

Eu vejo duas coisas aí, e a primeira delas é que realmente não fazemos tudo o que poderíamos fazer para resolver um problema.

É mais fácil sentarmos e nos lamentar, ou simplesmente desistir calados e abraçarmos a frustração, porque pra isso o esforço é pequeno.

Também é mais fácil dizer que o mercado não está favorável, ou que a situação econômica está dura, ou ainda que a educação tem acesso limitado, e portanto, não será possível...

De fato, levantar e olhar para uma situação bem nos olhos, e se perguntar o que não estamos vendo (que é provavelmente a nossa solução) naquele contexto é muito mais arriscado. Agir assim pode nos levar à um estado de movimentação e esforço, e isso nos obriga a sair da zona de conforto.

Duro, não? Pois é... não!

Duro mesmo é ficar lidando com o amargor de quem fracassou, porque só fracassa quem desiste antes do fim, mas não foi isso que nos ensinaram (mesmo sem palavras) e é nisso que acreditamos.

A segunda coisa é: mesmo quando tentamos de tudo, ainda não tentamos de tudo.

Como assim, gente?

Simples: quando chegamos de fato ao fim da linha, e não tem nada que possamos fazer com as nossas próprias forças e recursos, Deus nos surpreende se for algo para o nosso bem. Sempre!

A própria Bíblia, que O define como O Bom Pai, afirma que Ele É Amor, e portanto, não tem nada que saia Dele que seja contra a Sua natureza.

E sim, Ele é o autor do mundo, e o executor do que para nós é literalmente impossível.

Portanto, mesmo quando chegamos ao fim, podemos não ter chegado ao fim.

Não é uma alegria ter essa certeza? Não é um alívio no coração sentir que podemos andar a próxima milha porque Deus pode nos surpreender?

Para mim é como se o sol brilhasse um pouquinho mais forte dentro da minha alma, trazendo a esperança que às vezes minhas crenças limitantes insistem em nublar.

Portanto, hoje a minha pergunta é se eu tenho feito tudo o que eu poderia... sem crise, sem pressão demasiada, mas também sem desistir e sem vitimismos.

Chega de espírito de Abreu (todo mundo menos eu)!

Fé é acima de tudo viver intensamente o que se acredita. E acreditar que Deus é puro Amor e que já nos proveu é no mínimo, para quem O conhece, um ato de inteligência e reconhecimento de Seu amor por nós.

Então repita comigo até que a resposta seja verdadeiramente sim: "diante do seu problema, você já fez tudo aquilo que você poderia realmente fazer?".

E vamos adiante conquistar este mundo!

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