Decidi participar de um estudo de quinze dias sobre finanças.
O objetivo do estudo é dar a quem participa instrumentos para se obter
mais sucesso financeiro.
Aliás, estranho seria se o curso ensinasse como ser pobre, não é
mesmo?
Enfim, o estudo é baseado em um livro e por quase uma hora ao dia
os instrutores comentam princípios que servem não só para finanças mas para diversos
aspectos da vida.
Os instrutores leem um trecho do livro, e comentam suas experiências
e aprendizados, e como usaram o ensino lido ali para ter êxito nas suas
finanças.
Um dos tópicos é a pergunta: diante de um desafio, como saber se
você já fez todo o possível para superá-lo?
O instrutor explica que em geral desistimos rápido demais.
E a minha sensação ao olhar para muitas coisas que vivi é que ele
tem razão.
Acontece comigo e com você
O rapaz lamentou-se do seu baixo salário, e justificou que não
conseguia subir na empresa porque tinha tido poucas oportunidades de estudo.
Desanimado, comentou ainda sobre como o seu crédito estava mal
avaliado por conta da sua situação e do seu perfil econômico e social.
O instrutor ouviu tudo aquilo, e olhando bem no fundo dos olhos do
rapaz, perguntou: “você já escolheu uma casa?”
O sobrinho, frustrado, olhou para ele e recomeçou toda a
explicação dizendo que o tio não tinha ouvido o que ele dissera, visto que blá,
blá, blá...
Então o tio o interrompeu e disse: "meu caro, se você não
escolheu uma casa, você não precisa de dinheiro.
Enquanto você não souber onde quer morar, em que tipo de casa, o
que ela deve ter dentro, e outras características, você não precisa de
dinheiro.
Afinal de contas, você nem decidiu que casa você quer...
Tem mais: você já conversou com alguma agência de financiamento
imobiliário? Você nem tem certeza de quanto isso custaria então..."
Bom, não precisa de muito para imaginar a cara que o sobrinho fez
com aquela explicação do tio.
Um misto ainda de irritação, frustração e raiva pairavam no seu
rosto.
Mas lá do fundo, a tristeza aos poucos foi dando lugar a um tanto
de dúvida. Tinha ali alguma coisa que chamava a sua atenção... mas seria
verdade?
Porque, afinal, como saber se a pessoa tem ou não condição de
obter uma coisa que ela nem sabe o que é ou quanto custa de fato?
A virada
Ainda desconfiado
mas sem muitas opções e com uma fagulha de esperança, ele começa a conversar
com o tio, e este coloca o sobrinho em contato com uma conhecida que trabalha
no mercado financeiro para imóveis.
A moça, por sua vez, ao receber a ligação do rapaz, atendeu a
ligação e, ao ouvir o que o rapaz queria, deu um gritinho de satisfação.
O rapaz ficou confuso, e a moça percebeu o incômodo do possível
cliente ao telefone, e então explicou o que se passava.
Dias antes ela tinha recebido a terrível missão de encontrar cento
e cinquenta pessoas para oferecer financiamentos para pessoas com baixa renda,
crédito ruim, que quisessem casas de um determinado tipo e numa certa
vizinhança. A condição principal era que a pessoa teria que obrigatoriamente
morar ali por pelo menos dez anos.
Uau! Era exatamente o que ele precisava...
Lamentar ou agir?
Eu vejo duas coisas
aí, e a primeira delas é que realmente não fazemos tudo o que poderíamos fazer
para resolver um problema.
É mais fácil sentarmos e nos lamentar, ou simplesmente desistir
calados e abraçarmos a frustração, porque pra isso o esforço é pequeno.
Também é mais fácil dizer que o mercado não está favorável, ou que
a situação econômica está dura, ou ainda que a educação tem acesso limitado, e
portanto, não será possível...
De fato, levantar e olhar para uma situação bem nos olhos, e se
perguntar o que não estamos vendo (que é provavelmente a nossa solução) naquele
contexto é muito mais arriscado. Agir assim pode nos levar à um estado de
movimentação e esforço, e isso nos obriga a sair da zona de conforto.
Duro, não? Pois é... não!
Duro mesmo é ficar lidando com o amargor de quem fracassou, porque só fracassa quem desiste antes do fim, mas não foi isso que nos ensinaram (mesmo sem palavras) e é nisso que acreditamos.
A segunda coisa é:
mesmo quando tentamos de tudo, ainda não tentamos de tudo.
Como assim, gente?
Simples: quando chegamos de fato ao fim da linha, e não tem nada
que possamos fazer com as nossas próprias forças e recursos, Deus nos
surpreende se for algo para o nosso bem. Sempre!
A própria Bíblia, que O define como O Bom Pai, afirma que Ele É
Amor, e portanto, não tem nada que saia Dele que seja contra a Sua natureza.
E sim, Ele é o autor do mundo, e o executor do que para nós é
literalmente impossível.
Portanto, mesmo quando chegamos ao fim, podemos não ter chegado ao fim.
Não é uma alegria
ter essa certeza? Não é um alívio no coração sentir que podemos andar a próxima
milha porque Deus pode nos surpreender?
Para mim é como se o sol brilhasse um pouquinho mais forte dentro da minha alma, trazendo a esperança que às vezes minhas crenças limitantes insistem em nublar.
Portanto, hoje a
minha pergunta é se eu tenho feito tudo o que eu poderia... sem crise, sem pressão
demasiada, mas também sem desistir e sem vitimismos.
Chega de espírito de Abreu (todo mundo menos eu)!
Fé é acima de tudo viver intensamente o que se acredita. E acreditar que Deus é puro Amor e que já nos proveu é no mínimo, para quem O conhece, um ato de inteligência e reconhecimento de Seu amor por nós.
Então repita comigo
até que a resposta seja verdadeiramente sim: "diante do seu problema, você
já fez tudo aquilo que você poderia realmente fazer?".
E vamos adiante conquistar este mundo!
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