Muitas vezes vejo que temos a tendência (eu tenho) de dizer que amo alguém mas, sinceramente, até onde iria por essa pessoa? Ou melhor, o que de fato teria disposição de fazer por causa dela?
Li uma reportagem que considerei absolutamente impressionante: um menino de seis anos, o mais velho de três filhos do mesmo pai e da mesma mãe, ao saber que seu pai estava com câncer e não tinha dinheiro para o tratamento, decidiu vender limonadas para ajudar a arrecadar fundos para o tratamento. A ideia é obviamente tão pueril quanto a intenção do próprio garoto mas, sinceramente, fico encantada e cheia de esperança de ver que existem crianças que ainda sejam pueris e inocentes e verdadeiramente humanas no melhor sentido da palavra.
Eu sinceramente, se tivesse ouvido de uma criança que ela tinha a intenção de vender limonada para arrecadar fundos para tal finalidade teria segurado o riso da melhor forma possível mas acredito que falharia vergonhosamente na missão de, sem querer, desencorajar essa criança com o meu ceticismo em relação ao mundo adulto.
Pois não é que deu certo? O garoto conseguiu arrecadar mais de R$ 18.000,00 com as vendas e ainda conseguiu atrair a atenção (e por consequência a ajuda) de um site filantrópico.
Várias coisas nessa história para mim são impressionantes^:
1) Será que ele foi encorajado por todo mundo que viu a sua intenção?
2) Ele teve mesmo disposição de trabalhar para ajudar ao pai (confesso que senti grande curiosidade de conhecer esse pai tão imensamente amado pelo seu filho, para não dizer até uma ponta de inveja dele... me parece que ele tem feito um excelente trabalho nesse sentido e eu gostaria de ter a oportunidade de pedir algumas dicas ou conhecer alguns de seus truques);
3) Sabe o motivo pelo qual o garoto foi ajudá-lo? De acordo com a reportagem, o menino disse o seguinte: "Ele é tão importante para mim, nós amamos brincar juntos".
Pois é... esse pai está sendo recompensado pelo seu grande amor pelo menino e pela sua disposição de estar junto dele fazendo-se tão importante assim. Além de toda a atenção, carinho e risadas que esse pai deu para seu filho, ele deu algo maior; algo que ele próprio está tendo a oportunidade de ver na prática que o menino realmente aprendeu: amar ao próximo como a si mesmo.
Ficaram então algumas coisas no meu coração:
1) Como fazer para que a minha filha veja o mundo de modo tão apaixonado que tenha a disposição de doar seu tempo e esforço por alguém que julga importante?
2) Eu tenho tido essa atitude em relação aos que eu declaro amar?
3) Claro que Deus não é falível ou humano para ficar doente mas, se por causa do amor a Ele eu precisasse fazer algo dessa magnitude, de modo que eu precisasse enfrentar o ceticismo, a gozação e até os obstáculos maiores do que eu, eu teria essa disposição? Qual seria a minha reação?
Isso me faz ter uma nova perspectiva sobre o que está relatado em Mateus 19:13-15: "Trouxeram-lhe, então, alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus."
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