terça-feira, 24 de abril de 2012

Na corda bamba

Aprendi a gostar da banda Third Day por causa da música "Wire" cuja tradução segue abaixo: 

"Acendam as luzes, comece a banda
Todo mundo olhando em minha direção
Eles vieram ver a animação em primeira mão
E ouvir tudo o que tenho a dizer

Oh, isso me faz pensar
Se eu escorregar, eles vão me segurar
Ou vão ficar me assistindo cair?

Eu estou andando na corda bamba
Meus dedos dos pés em brasas
Nunca olhando para baixo para ver que
Estou andando na corda bamba
A pressão está aumentando
Mas eu não olho em volta

Todos torcem pelo vencedor
Para os outros... bem... talvez da próxima vez
Seu tempo no topo é de apenas quinze minutos
E então eles te deixam para trás

Oh, isso me faz pensar
Se eu escorregar, eles vão me segurar
Ou vão ficar me assistindo cair?

Eu estou andando na corda bamba
Meus dedos dos pés em brasas
Nunca olhando para baixo para ver que
Estou andando na corda bamba
A pressão está aumentando
Mas eu não olho em volta
É tão longe do chão..."

Lembrei dessa música por causa de alguém com quem passei a trabalhar nos últimos dias e nunca pensei que, de repente, essa música pudesse se encaixar tão bem em algo que eu tenho desejo de dizer para o outro.

Essa letra para mim é o retrato do que acontece com qualquer pessoa dentro de uma empresa quando ela decide, a despeito de decisões políticas ou puramente financeiras, tomar posições e expressar-se sobre algo que é conceitualmente correto mas é contextualmente indesejado. 

Acredito que só pessoas de coração puro (ou que ainda preservam parte da pureza de Deus nele) e visão pouco corrompida podem acreditar que é possível se aventurar a adotar uma postura de defender o que é certo e o que é melhor para o coletivo desafiando aqueles que estão em posição de decisão que provavelmente não enxergam os benefícios do que o 'inocente com iniciativa' diz ou simplesmente não se interessam por isso porque as atrapalha pessoalmente.

Como é politicamente incorreto não dar chances para todas as pessoas que tenham um mínimo de coerência em seus argumentos dentro da corporação, as pessoas que se opõe àquela posição tomada pelo 'inocente com iniciativa' dão eventualmente algum espaço para ele mas, muitas vezes, essa chance é uma faca de dois gumes. Isso porque, na verdade, eles estão cumprindo o seu papel: assistindo o 'inocente com iniciativa' andar na corda bamba, externando um apoio que internamente é mais uma torcida para que o 'inocente com iniciativa' caia sozinho sem que ela tenha que derrubá-lo.

Ao 'inocente com iniciativa': se você ler este texto a tempo, por favor, repense como aproveitar os seus "quinze minutos de fama" tirando as desculpas que eventualmente tenha dado para que outros tirem-lhe de cena de vez.

Para mim, uma eterna entusiasta, outrora inocente, ainda muitas vezes com iniciativa mas já mais cética do que alguém com Jesus no coração deveria ser, fica a dica: quando estamos na corda bamba, podemos olhar para baixo e pensar o quanto estamos longe do chão... ou olhar para cima e ver que Cristo está nos oferecendo a Sua mão e vai Se manter assim enquanto estivermos buscando segurar as mãos Dele. Ou seja, ainda vale a pena andar na corda bamba. Só é preciso saber que a multidão que te aplaude, na verdade, pode não estar te incentivando mas fazendo barulho para você ganhar confiança em si mesma e, ao se distrair e largar a mão de Jesus, cair sem que eles tenham que te derrubar.

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