Hoje eu me preparei para dar um presente para alguém muito especial para mim: fui buscar o meu sobrinho no aeroporto para que ele passe o final de semana do dia das mães com a minha irmã.
De manhã, ao ler uma frase engraçadinha postada em uma rede social, lembrei-me de um grande amigo e, ganhando a oportunidade de fazer o dia dele melhor, decidi que, porque a frase se aplicava a ele, eu deveria mandar um e-mail para que ele desse risadas comigo. E horas depois, quando ele leu, recebi o retorno de que ele ficou contente com a lembrança e eu ganhei o privilégio de ver meu amigo começar o dia mais leve.
Saí do trabalho com uma amiga que pega carona comigo e paramos no caminho para lanchar (aliás, uma pausa no assunto principal: se ela ler isso, vai rir porque hoje, mais do que nunca, eu acho que este post está com cara de "Meu querido diário"). Sentamos e, como foi um dia difícil, ela teve a maior paciência de escutar algumas questões sobre as quais refleti durante o dia e acabamos conversando sobre coisas que eu não esperava ouvir dela. Percebi então que, além de uma amiga, eu ganhei também algumas respostas sobre questões relacionadas à minha maternidade e relacionamentos anteriores que tive. Ganhei também uma visão nova sobre como a gente nunca pode achar que conhece alguém até "comer um quilo de sal" com essa pessoa (essa expressão aprendi com a minha segunda mãe... a teoria dela é que como um ser humano come apenas pitadas de sal por dia, para comer essa quantidade de sal seria necessário um tempo minimamente suficiente para que passemos a conviver e assim conhecer um pouco mais o outro). Ganhei de brinde perguntas sobre a natureza humana que eu não faço a menor ideia de como repassar a Deus e menos ainda como respondê-las.
De lá, passei em casa, peguei a minha filha e fomos então ao aeroporto. Como ela estava com fome e já tinha me pedido para tomar um lanche no caminho, eu decidi chegar antes no aeroporto e lá comprar algo para ela comer. Então, chegando lá, procuramos um lugar para sentar e, sem querer, descobri um bar bastante tranquilo que servia porções de batatas fritas e lá sentamos. Com a falta do que fazer, começamos a jogar um "futebol de catchup" em que o sachê era a "bola" e as mãos faziam as traves. Rimos muito e, apesar de ser um momento simples, foi uma delícia! Acabamos o lanche e fomos ao portão de desembarque para esperar o meu sobrinho que estava prestes a chegar.
Quando chegamos no portão, um misto de coisas passaram pela minha cabeça e confesso que a primeira delas foi que se o avião caísse a minha irmã perderia o seu filho sem ao menos saber que ele estava ali (eu sei, foi bem tétrico mas eu pensei nisso mesmo) e comecei a orar pedindo a Deus que ele viesse em segurança. Em seguida, o avião pousou mas ele começou a demorar. E eu fiquei pensando se, de repente, ele poderia não ter vindo... aliás, eu não tinha perguntado a ele se em algum momento ele tinha viajado de avião (descobri depois que fora a sua primeira vez e ele veio sozinho: orgulho da tia!). No fim das contas, ele chegou e fiquei contente porque, mesmo sem nunca ter viajado de avião, não se intimidou e veio sozinho para ver a mãe (e eu ganhei o privilégio de ver que o meu sobrinho está se tornando um homem e é mais corajoso e preparado do que eu esperava...).
Saímos de lá e fomos até a aula noturna que minha irmã estava fazendo e lá ganhei algumas coisas: a gratidão da minha irmã pela surpresa (meia-surpresa na verdade porque ela desconfiava já... mas ficou feliz assim mesmo), a satisfação de ver o carinho entre eles, e principalmente a alegria de ver que aquele garoto confuso, inseguro com as coisas normais da adolescência e rebelde está se transformando em um homem de quem eu tenho muito orgulho.
E, no fim das contas, percebi que eu, que tinha me proposto a dar um presente hoje, ganhei vários... absolutamente insubstituíveis, completamente cheios de emoções e que eu, de nenhuma forma, imaginava ganhar. E por fim, ganhei o presente de ver se cumprir em minha vida o trecho de Atos que diz que mais vale dar do que receber.
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