quarta-feira, 25 de julho de 2012

25/07: Dia do Escritor

Hoje, dia 25 de julho, é o dia do escritor.

Lembro-me do dia em que parei para ler o primeiro livro de histórias na minha adolescência. A minha mãe tinha comprado uma coleção de livros de capa dura com títulos clássicos, entre eles alguns de Julio Verne e outros similares mas não menos interessantes. Naquele dia comecei a folhear o livro "Robinson Crusoé" e, mesmo querendo fazer uma pausa, fui absolutamente inebriada e envolvida por aquela que seria uma leitura absolutamente marcante para toda a minha vida. Dali em diante firmou-se em meu ser uma sementinha que, às vezes às escondidas, às vezes bem evidentemente, foi tornando-se uma frondosa árvore dentro de mim: a paixão pela leitura.

Lembro-me ainda de um trabalho de escola (acredito que por volta da oitava série... o tal nono ano agora) em que a classe se dividiu em grupos e cada um deles precisou escrever um livro. O meu grupo (que confesso que não lembro por quem era formado) simplesmente não colaborou. Bom, a bem da verdade, eu também não pedi muita ajuda porque, quando soube, achei a ideia tão sensacional que comecei a pensar no roteiro e escrever as histórias daquela menina ruiva dos olhos verdes linda mas meio mal compreendida por ser diferente. Curti tanto a experiência que eu mesma fiz as ilustrações. Pena que em uma das diversas mudanças de casa eu tenha perdido o único exemplar.

Mais tarde fui cursar Publicidade no ensino superior e, como todo bom publicitário, fazia textos e mais textos a torto e a direito. Claro que na faculdade os textos eram em sua grande maioria mais curtos, voltados para vender uma ideia, um conceito ou um produto. Não podiam nem de longe ser comparados com livros ou com algo digno de um escritor.

Hoje em dia, olho em volta e vejo que nesse mundo cercado de informações (ou seriam "enformações"?) temos tantas imagens e tão pouco texto que já não é necessário escrever e menos ainda imaginar, já que recebemos todas as nossas informações praticamente prontas. Um bom tanto da magia da leitura daqueles livros se perde diariamente quando vejo que perdemos muito mais tempo na internet olhando vídeos e fotos (eu me incluo nessa lista de espectadores) do que o tempo que gastamos inventando histórias e contando-as verbalmente ou por escrito. Isso faz com que o escritor de verdade, para mim, seja um profissional raro nos dias de hoje (faço um aparte aqui pedindo desculpas aos roteiristas de comerciais e novelas porque os considero apenas publicitários e não redatores de histórias compromissadas sem fins monetários em si mesmos).

Será que é por causa disso que vejo cada vez mais pessoas perdendo a capacidade de inovar? Já não precisamos mais escrever: tudo o que queremos comunicar pode ser reduzido a uma foto ou um vídeo mal filmado em poucos minutos e postado na internet. Nada contra as fotos; eu mesma as amo e alegro meu coração quando vejo fotos cheias de significado (especialmente as que me fazem imaginar como foi chegar àquele resultado ou como é que o fotógrafo conseguiu captar que aquele momento seria perfeito ou ainda o que estaria acontecendo quando a situação foi imortalizada pela câmera alheia) mas acho que muitas vezes, quando trocamos as palavras por imagens, criamos uma comunicação muito mais direta mas muito menos criativa.

Sem uma conclusão para apresentar, deixo apenas a minha sincera admiração por estes profissionais que, de uma forma ou de outra, enriquecem-me constantemente, alimentando os meus sonhos, regando a minha capacidade de criar e imaginar e fazendo-me um ser mais cheio de sabedoria e conteúdo para fazer o dia daqueles que me rodeiam melhor.

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