Nos últimos dias, muita coisa tem acontecido: mudança de casa, de hábitos, de ideias, de pensamentos e de vida em geral. Até a fé tem mudado, mas não para ser menor ou menos importante: penso que a fé é algo que, como todo o nosso ser, tem que mudar também, crescer, firmar-se, esclarecer-se, espalhar-se, frutificar e amar. No fim das contas, só mesmo o nosso Deus maravilhoso é quem não muda.
Estou em Porto Alegre nesta semana de novo. Eu não viajava assim a trabalho há uns quatro anos e, de verdade, descobri que não curto mais viajar a trabalho como antes. Naquela época eu achava muito gostoso viajar, conhecer outras pessoas, outras empresas, outros hotéis e outros aeroportos... eventualmente, até outros shoppings centers e outros restaurantes. Talvez porque a minha vida não era ajustada; talvez porque a minha fé estava guardada no fundinho do meu ser e eu, sem querer, deixei que o dinheiro, o status e outras coisas tomassem um espaço que não era deles, ou não deveria ser... quem deveria ocupar esse espaço no meu coração era a minha família, meus amigos e tudo o que deixo em casa quando vou para outra cidade.
Hoje, depois de muitas coisas ocorridas nestes últimos quatro anos, Deus me deu oportunidades e me fez uma pessoa diferente. Eu não sei bem como explicar o que mudou mas sei que muita coisa dentro de mim passou a ser realmente diferente e a mais clara para mim é a importância que as pessoas que Deus coloca ao meu redor para me amar tem para mim. Sinto uma falta absurda de todos os que Ele planta ao meu lado e isso faz com que as luzes das cidades, os luxos dos hotéis, as cores das construções, a recepção dos clientes e até mesmo as novidades dos shoppings e o gosto das culinárias locais percam muito do seu encanto e do seu gosto e brilho porque estou só.
Não fico triste de viajar: tenho um emprego que foi concedido e é mantido por Deus e através dele cresci como pessoa e como profissional nos últimos anos e agora cresço também como cristã, já que este foi o meio em que Deus me colocou para ser a Sua igreja. Claro que é difícil e claro que depois de anos agindo de uma determinada forma é complicado fazer diferente. Às vezes fica óbvia a confusão nos olhos daqueles que tem convivido comigo por tanto tempo e esperam de mim uma atitude que não vem nos últimos tempos... sinais da mudança Daquele que nos criou para sermos diferentes.
Não fico feliz de viajar assim: sinto falta da minha filha, do meu amado, da célula que ainda frequento durante a semana (mesmo como visitante), da minha cama, do meu cachorro e até da minha mãe, das minhas irmãs e dos meus costumes e hábitos, não necessariamente nesta ordem. Vejo muito mais sentido em ir a um retiro da igreja ou fazer um passeio com os meus queridos. Mas sei que esse é um período que, como todos os outros da minha vida, Deus tem permitido para que eu cresça na presença Dele sem rotina e sem monotonia: Ele me ama tanto que sabe que para mim as coisas não podem ser iguais sempre senão eu tenho dificuldades de lidar com elas. Talvez um dia Ele me coloque em uma situação em que eu possa vencer isso mas sei que ainda não é tempo.
No momento estou na bancadinha do quarto do hotel escrevendo e ouvindo um CD do Davi Sacer que tem uma música que resume muito do que é a minha relação com Deus: "O Deus que surpreende" ( http://letras.mus.br/davi-sacer/1835582/ ) e entendo que é isso mesmo: eu preciso confiar mesmo sem compreender... então entrego o meu dia, a minha segurança, o meu conforto, a minha vontade e os meus sonhos nas mãos Dele porque, se Ele tem permitido que tudo isso aconteça, é porque existe um propósito maior. E como eu tenho visto (sabe quando Jó disse que antes O conhecia de ouvir falar mas agora os olhos dele O vêem?) que a vontade Dele é realmente boa, perfeita e agradável, eu escolho confiar e viver esse momento do modo mais correto possível para que o propósito Dele se cumpra.
Volto na sexta à noite para casa e já soube que a minha mãe andou mesmo se irritando com o meu cachorro recém mudado para a casa dela (junto com a minha filha, eu e todas as nossas tranqueiras) e que isso causou alguns aborrecimentos entre eles. Fora isso, no domingo é aniversário dela e eu quero conseguir comemorar esse momento em família. Além do mais, estou mesmo com saudade do meu amado e quero vê-lo quando chegar se possível. E eu que achava que seria a origem das discussões em casa estou vendo que terei mesmo é que apartá-las... é uma nova fase, um novo aprendizado mas agradeço a Deus porque as coisas e as pessoas estão se posicionando de modos novos, dando-me a oportunidade de assumir novas posições e experimentar uma fase mais plena e mais cuidada por Ele.
Bom, falei (ou escrevi) muito, né? Deixo por hora o meu abraço a você e ao seu noivo e digo que com ansiedade espero vê-los neste final de semana.
Conte-me um pouco como anda a sua vida... assim, além de ficar menos solitária por aqui eu posso conhecê-la um pouco mais.
Um grande abraço!
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