segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Não julgueis para que não... passeis vergonha!!!
Na Bíblia, Jesus nos adverte: "Não julguei para que não sejais julgado. Porque com o juízo que julgares serás julgado".
Embora seja muito claro para uns, para outros, parece que esse alerta simplesmente não tem sentido ou que é só uma ameaça vazia como aquela que fazemos para nossos filhos em momentos de raiva e nunca cumprimos.
Outros ainda podem achar que isso só valerá quando morrermos e, de verdade, como nem todo mundo tem o mesmo entendimento sobre o que acontece fora desse mundinho limitado em que vivemos, eles acham que isso é só um aviso para quando encontrarem-se com Deus no dia do juízo final.
Conheci inclusive um outro homem que acha que isso descrito acima é somente uma desculpa de um deus mau e sádico para punir suas criaturas, muito embora, entendo que se Deus fosse mau, de fato não precisaria de desculpas para nos fazer sofrer mas o ponto aqui não é esse.
Entendo que os seres humanos têm diversas opiniões sobre o tal assunto e, mesmo considerando que na minha visão qualquer opinião humana é irrelevante já que Deus é maior do que tudo isso e já explicou como funcionarão as coisas quando morrermos, são essas opiniões que nos fazem perder o foco do que é mais importante: como nos comportamos diante daqueles que nos rodeiam, não porque devemos manter aparências mas porque é o nosso comportamento (para nós mesmos, aquele que temos quando entendemos que ninguém está olhando e não vai saber as consequências) que faz com que as pessoas nos conheçam e é através deles que podemos nos tornar irrelevantes ou completamente inesquecíveis aos que estão ao nosso lado (pro bem ou pro mal).
O meu argumento aqui (e eu me permito a isto neste momento) é mais imediato: quando julgamos esquecemos que para podermos julgar com isenção deveríamos conhecer todas as variáveis de uma determinada situação mas não as conhecemos. Como humanos, é absolutamente impossível que conheçamos a verdade absoluta em um fato, já que sempre vemos as coisas e as pessoas de acordo com o que temos de experiência pessoal (o que não necessariamente é a verdade).
A conclusão em si não é nova mas nessa semana algumas coisas ficarão muito marcadas para mim. A primeira delas (não por ordem cronológica ou de importância mas por lembrança mesmo) é que li em uma reportagem que a conta de luz de todos os brasileiros neste próximo mês virá mais cara porque estima-se que o consumo de energia elétrica aumentará de modo não planejado nesta noite, e por um simples motivo: hoje passa na televisão o último capítulo da novela sensação do momento.
Honestamente, quando li isso, em primeiro lugar, achei que era só uma piada de mal gosto. Depois, li de novo e fui olhar com calma e vi que não: é realmente um plano do governo de contar com uma fonte de energia seis vezes mais cara para que todos os brasileiros possam parar as suas vidas cotidianas para assistir ao último capítulo da novela. Por sinal, novela essa que ensinou à nação que vingar-se, trair e cometer outras atrocidades é normal, especialmente porque já anunciaram que a vilã teve uma infância difícil e por isso tem motivos para agir como agiu em toda a trama.
Eu fiquei absolutamente chocada em considerar que, mesmo não assistindo novela há dezesseis anos (aliás, televisão mesmo não assisto quase nunca) eu terei que pagar mais caro pela minha conta de luz para que montes de pessoas doem cerca de uma hora de suas vidas à receber mensagens destrutivas e nada colaborativas para seu dia-a-dia em termos de amar a Deus ou ao próximo. Então, a reação que tive foi comentar com a pessoa do meu lado a minha indignação e percebi que, mesmo tendo compreendido o meu ponto de vista, ela veria o tal capítulo.
E fiquei pensando: "meu Deus do céu... por que mesmo essas pessoas fazem isso?" e eu me lembrei de quando eu mesma viajava todas as semanas para a mesma cidade à trabalho e, ao chegar no hotel, pagava para o técnico da manutenção fazer uma ligação proibida no meu quarto para eu poder assistir a um canal que não era liberado para o tipo de quarto em que me hospedava, só para continuar acompanhando a série de televisão "Lost".
Sim, me arrependi e peço perdão a Deus por ter pago por ligações ilegais e também por incitar aquele pobre técnico a prestar serviços não permitidos com base em trocos que eu fornecia, induzindo-o a uma vida que corrobora com a impunidade (depois a gente reclama dos políticos, né?).
Pois é... então, quando comecei a condenar, lembrei-me disso e fiquei com vergonha porque, afinal, mesmo tendo me arrependido do meu passado e seguindo para uma vida melhor em Cristo em todos os sentidos, eu continuo eventualmente errando. A diferença é que agora eu me sinto triste quando erro. Não acusada ou me sentindo imprestável, mas triste porque sei que o propósito de Deus para todos os homens é espalhar o amor Dele e quando erramos frequentemente erramos contra alguém e prejudicamos esta pessoa, seja no entendimento do amor de Cristo, seja em coisas materiais.
Então, o meu conselho é (ok, se conselho fosse bom a gente vendia, eu sei, mas ainda sim, registro até para mim mesma): não julgue. Quando julgamos, antes de qualquer coisa, passamos vergonha porque, de uma forma ou de outra, normalmente já cometemos o mesmo erro, só que com uma roupagem diferente...
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