terça-feira, 28 de maio de 2013
Cartão de visitas
Normalmente os dias não são tão carregados de informação quanto este final de semana foi para mim. Tão cheio de informação e significado que eu demorei ainda um tempo processando tudo o que aconteceu. E mais um tempo decidindo se escreveria sobre isso ou não. E acabei achando que para ser honesta com o propósito deste blog seria necessário escrever sobre o que aprendi.
Bom, começando do começo (mas como ouvi outro dia, mantendo o foco naquilo que realmente é importante, deixando de lado as firulas e aquilo que não é relevante... ok, já perdi o foco, né? voltando...), nas últimas duas semanas no curso de liderança que tenho feito o assunto é relacionamento. E claro, relacionamentos sendo vividos com uma visão bíblica, com propósito, com objetivo e com limites claros daquilo que não faz sentido quando se está com o objetivo de imitar a Cristo. Relacionamentos saudáveis, que fazem o bem e não o mal, e que fazem com que os envolvidos cresçam e cumpram o propósito que Deus tem para suas vidas.
Aprendi um tanto sobre algo que eu nunca tinha ouvido falar e que, resumidamente, é um relacionamento entre homem e mulher preparando-os para o casamento. Neste "formato" (por assim dizer) de relação preserva-se muito o coração dos dois, envolve-se bastante outras pessoas (como amigos, líderes e familiares) e conta-se um bom tanto com a aprovação dos pais, especialmente aqueles que cumprem este papel dentro da igreja.
No meio da aula, eu fiquei ouvindo muito falar sobre o papel dos pais e a postura que a família deve ter nessa relação e, claro, considera-se que os pais são os primeiros a orientarem os dois envolvidos, preservando sempre os valores da Bíblia. E eu achei mesmo isso tudo muito bonito mas fiquei pensando como seria no caso daqueles (vários) jovens, adolescentes e adultos que não contam com pais preparados (ou interessados) para assumirem essa posição. Quando eu perguntei, o professor então deixou claro que o líder assume o papel que a família natural assumiria.
Ainda achei tudo isso muito legal mas um tanto distante da realidade. Afinal de contas, achei meio difícil um líder se posicionar assim de modo tão incisivo nesse contexto e mais difícil ainda que uma pessoa aceitasse a interferência de um líder assumindo essa posição em um relacionamento seu. E lá fui eu para o curso do final de semana...
Lá, falamos novamente sobre o assunto. E, durante uma das palestras nos grupos menores (no meu caso fiquei no grupo de pais), o pastor da igreja comentou que viu no exterior um pai que mandou fazer cartões de visita e distribuiu a suas filhas para que, caso um rapaz viesse a se interessar por ela, que ela então o encaminhasse para conversar com ele de modo que ele pudesse protegê-la. E disse que mandou fazer um cartão para si e que entregaria para sua filha. Todo mundo riu, achou até bonitinho mas deixou barato.
Quando o curso estava no fim, o pastor resolveu falar para toda a igreja e ali ele comentou sobre o cartão e entregou-o à sua filha. Ela, constrangida, riu e aceitou o cartão. E ele, então, comentou que deixava à disposição o seu cartão para quem quisesse dele a mesma atitude paternal. E curiosamente, ao final do curso, fez-se uma enorme fila para pegar o cartão do pastor.
Saí de lá achando graça nisso tudo mas depois pensei: quantas pessoas simplesmente não tem um pai, ou tem um que não se posiciona e não interfere, deixando para seus filhos uma decisão que muitas vezes eles não sabem tomar? Quantas vezes os filhos tomam decisões que acham boas porque dentro daquilo que enxergam parece positivo mas que, no fundo, é só uma avaliação equivocada, fruto de sua inexperiência e ignorância? E quantas pessoas tomariam decisões melhores (em todas as idades) se os seus pais, com sabedoria, tomassem à frente ou se colocassem de modo a proteger seus filhos?
No fim das contas, eu vi na prática aquilo que durante a semana eu tinha ouvido falar e achei bem pouco provável. E fiquei pensando que, de certo modo, esta é uma maneira bem positiva do conceito de "família" que a igreja prega. E no fundo, sabe que até eu fiquei com vontade de pegar um cartãozinho para mim?
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