quinta-feira, 23 de maio de 2013

O testemunho de Deus na minha vida


Hoje eu ouvi o testemunho de um cantor chamado Rodolfo. Ele era o vocalista de uma banda famosa que cantava músicas em tom de sátira mas com linguagem pesada e que, no fundo, só fazia colocar ideias duvidosas nas mentes dos jovens que gostavam de seu som. Ok, quem está me lendo vê as palavras de uma velha preconceituosa que antes de ver o rapaz convertido olhava para a imagem dele em uma capa de CD (tinha isso na época?) e gritava: "Queima Jesus!"... mas, quem me conhece sabe que eu era uma naquele mar de jovens que eu citei que, querendo ou não, eram influenciados pelo som da banda que tinha letras inteligentes, engraçadas e agressivas e fazia sucesso porque os jovens (e adolescentes como eu na ocasião) víamos nas palavras dele todo o descaso, rebeldia e falta de alguns valores dentro de nós mesmos nas letras que eles cantavam.

No testemunho ele conta como foi que ele se tornou cantor e porquê, conta como conheceu sua esposa (por quem é apaixonado até hoje) e conta como ele foi alcançado por Jesus através do posicionamento de fé daquela que ele elegeu para amar até o fim de seus dias. Ele conta também das drogas, do sarcasmo, da desconfiança em relação à fé que ela expressava quando ainda não conhecia o seu Salvador e como foi que a sua vida foi sendo transformada, ao ponto dele abrir mão de dinheiro e fama para viver uma vida com sentido e plenitude em Cristo.

Eu ouvi, chorei (em alguns momentos de rir) com o testemunho, comemorei com ele a grande obra que o Senhor fez na vida dele e da esposa e vi o quanto Ele é poderoso para fazer mais e mais, especialmente em relação à demonstrar Seu imenso e infinito Amor.

E aí, parei e comecei a pensar em minha própria vida... eu não passei pelo mundo das drogas como aquele moço, eu não vivi uma vida de fama e muito dinheiro, não fui curada de um câncer e não fiz grandes renúncias para viver a realidade do Evangelho. Por outro lado, em alguns pontos, eu percebi que nossas vidas são semelhantes, especialmente porque éramos pecadores e Ele nos amou; aliás, continuamos sendo pecadores, só que agora sem querer ser, se importando em tentar parecer mais e mais com Ele a cada dia.

Nessa retrospectiva, eu acabei vendo que em um balanço geral, posso dizer que:

- Eu era mão de vaca ao ponto de, quando realmente não conseguia fugir de comprar um presente, escolhia o mais barato, sem me importar se a pessoa realmente ia gostar (com raras exceções);
- Eu só sabia ser agressiva porque achava que todo mundo me odiava;
- No mundo em que eu vivi, os meus amigos tinham mais condições financeiras do que eu e, embora isso nunca tenha me gerado revolta, criou dentro de mim uma falsa sensação de que eu vinha de um mundo superior ao dos demais, o que me fazia ser uma pessoa melhor do que os outros;
- Definitivamente a minha opinião era a melhor sempre, afinal eu não conhecia o conceito de honra;
- O mais importante era que as pessoas me reconhecessem como alguém de valor (mesmo que de vez em quando fosse mentira);
- Nem sempre eu mantinha valores muito éticos como base para as minhas ações quando eu achava que alguém poderia me prejudicar;
- Não sabia o valor das pessoas e nem o quanto era realmente importante demonstrar respeito por quem me rodeia

Hoje, posso dizer que:

- Jesus me fez alguém que ama presentear indiscriminadamente;
- Meu dinheiro serve, principalmente, para fazer o meu mundo melhor, o que inclui as pessoas que me rodeiam;
- A agressividade no meu coração perde espaço a cada dia e, muito embora insista muitas vezes em ficar, é sempre vencida com o amor que Deus derrama em mim me constrangendo e me fazendo grata pelo que tenho e sou;
- Aprendi que ser alguém melhor não está ligado ao conhecimento acadêmico ou prático de uma disciplina, ou ainda aos títulos que uma pessoa possua; também não está ligado ao local em que ela vive ou as roupas que veste e sim às suas ações, especialmente aquelas praticadas quando ninguém vê porque nelas as motivações são mais puras;
- Eu não sou e nunca serei tão bonita, inteligente ou especial quanto eu precisaria ser para ser mais aceita do que sou quando sou amável, prestativa e disponível para a obra do Senhor;
- De nada vale ter vantagem se alguém for sacrificado no processo;
- Respeito é mais valioso do que dinheiro, o que significa que dar presentes nunca pode ser mais importante do que dar atenção e importância àquilo que as pessoas precisam, especialmente àquelas que eu posso dar

Não sou perfeita e nunca serei. E nem fico triste com isso como ficava no passado. Sei que Deus faz as coisas no ritmo Dele, e esse ritmo sempre me preserva não permitindo me acomodar. Sei ainda que tudo o que vivi (de bom e de ruim) foi permitido por Deus para que, um dia, eu pudesse mostrar a outros o quanto Ele é bom, o quanto Ele tem mudado a minha vida com Sua misericórdia e graça e o quanto a vida daqueles que estão ao meu lado pode ser mudada também. E é no fundo um privilégio poder escrever essas coisas que Ele me fez ver hoje.

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