terça-feira, 2 de julho de 2013

Como será que seria?

Já pensou se Deus usasse as mesmas desculpas que nós para fazer algo ou decidir algo quando pedimos ou precisamos?

Hoje em uma conversa eu ouvi algo que, traduzindo, entendi: "sim, eu quero seguir o propósito de Deus para mim mas agora eu quero fazer outras coisas". Tudo bem que a pessoa que disse isso não usou essas palavras e neste caso nem quis dizer o que eu entendi, afinal, essa pessoa não enxerga as coisas da mesma maneira que eu. Mas no fim das contas, sabendo que a promessa e o propósito de Deus para essa vida é que ela seja instrumento poderoso nas mãos Dele, foi isso que foi dito.

O mais curioso é que eu ouvi isso diversas vezes e de diversas pessoas, tanto cristãs quanto pessoas até que se consideram sem religião ou fé. Dos cristãos, ouvi coisas como desculpas por não seguir aquilo que Deus tem proposto, seja porque tem um filho pequeno, seja porque agora está velho demais. Dos que não são cristãos, ouvi a explicação de que, já que não acreditam mesmo nisso, por que tentar? E, se Deus é tão bom mesmo, então quando tudo que o mundo oferece tiver sido aproveitado, é possível voltar-se à Deus, pedir perdão e seguir feliz adiante.

As desculpas e raciocínios, no fundo, não estão errados: só denotam uma diferença entre as prioridades de Deus para elas e as prioridades delas mesmas para elas (ou o que elas acham que é prioridade).

Isso me fez chegar à pergunta inicial: como seria se, ao pedirmos algo a Deus, Ele agisse como agimos? Se, quando pedíssemos algo, como seria se Deus colocasse como prioridade outras coisas que não aquilo que é o melhor para nós? Como nos sentiríamos se, ao precisar de algo, Ele se voltasse para nós e dissesse: "sim, Eu posso te ajudar mas agora vou fazer algo que tem mais valor ou desperta maior interesse em mim"? Certamente não nos sentiríamos bem e entenderíamos Deus como alguém sem amor, ou com um discurso vazio e furado, para o qual não vale a pena pagar nem ao menos uma moeda porque, no momento de maior necessidade, Ele não estaria disponível.

Deus, em Sua enorme justiça, teria todos os motivos para agir assim. Afinal, nada mais justo do que devolver aquilo que foi entregue. Como o código de Hamurabi que os antigos seguiam: olho por olho e dente por dente. Mas Deus, em Sua infinita misericórdia, não age assim conosco e, incessantemente, busca nos mostrar que o melhor para nós é o que Ele nos reserva. E nós, da nossa perspectiva limitada e arrogância até involuntária, ficamos receosos e não conseguimos ver que o que mais importa é o que Ele (o Criador do universo) pode nos proporcionar em termos de objetivo, meta, foco, resultado e frutos.

Pois é, tendo dito tudo isso, preciso reconhecer que eu mesma tenho falhado nisso também. Quantas vezes eu não digo (com palavras ou com atos) que o que penso, o que sinto ou o que vejo é melhor ou mais importante do que aquilo que Ele reservou para mim? O quanto eu mesma vejo os meus próximos escolhendo algo inferior, me indigno com eles e, no fim das contas, faço o mesmo?

Senhor, perdoa-me pela minha burrice, pela minha limitação, pela minha incredulidade, pela minha falta de perspectiva, pela minha arrogância (anteriormente perene mas agora creio que já intermitente depois do muito trabalhar Dele em mim) e pela minha preguiça. Dá-me mais da Tua misericórdia e permita-me mais uma vez usufruir da Tua graça, mesmo (ou principalmente) sem merecer porque agora, é quando eu mais preciso.

E Senhor, se possível, não deixe de sonhar com o meu futuro: não permita que quando eu esmorecer e deixar de sonhar que eu fique sem rumo porque o Senhor desistiu de mim... aliás, obrigada Senhor porque o Senhor NUNCA desistiu de mim, mesmo com tanto engano, com tantas desculpas e com tanta demora. Cumpre em mim aquilo para o qual fui criada e tira de mim os medos, a ansiedade e tudo o que vai contra a Tua essência que é amor e misericórdia.

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