quarta-feira, 23 de setembro de 2015

As mulheres são (ou deveriam ser) como flores

Hoje tive o privilégio de conversar ao telefone rapidamente com a minha irmã e, mais uma vez, fui agraciada com aquilo que Deus tinha para falar ao meu coração através da voz e da mansidão dela.

Falamos rapidamente sobre jejum (eu estou em um período desses) e comentei o quanto Deus usa esses momentos para catalisar o processo de crescimento. Acredito inclusive que era por isso que Daniel era tão sábio: ele levou uma vida jejuada, cheia de busca incessante da presença de Deus... algo a se avaliar mais adiante mas muito precioso.

Enfim, voltando ao assunto, comentei sobre algumas coisas que Deus tem mostrado que eu preciso avançar. Aliás, foi curioso porque fazia tempo que Deus não me mostrava que eu preciso romper uma barreira. Normalmente, o que preciso é segurar a onda, é correr mais, é pedir perdão ou continuar construindo algo. Mas quebrar uma barreira interior... não sei quando foi a última vez que tive essa impressão tão nítida. E eu comentei com ela que é como se Deus me chamasse para sair de uma caverna que eu me coloquei e deixasse para trás as decepções passadas e o medo de me decepcionar de novo para viver o melhor Dele para este tempo, mas que ao mesmo tempo, eu preciso esperar, e que isso é no mínimo paradoxal para mim.

Ela então veio e me brindou com um exemplo que eu achei absolutamente fantástico: nós mulheres somos (ou deveríamos ser) como flores. Observemos uma flor: o objetivo dela é portar as sementes e, com a sua beleza, atrair os animais polinizadores para que o pólen seja levado para outro canto e com isso aquela árvore se reproduza. Ela também anuncia os frutos, e também embeleza o lugar onde vive.

Uma flor nasce de uma planta onde quer que ela esteja: não fica olhando se tem ou não tem alguém em volta para reparar nela. A flor nasce, e vai se deixando nutrir pelo ramo que a gerou, e no tempo certo, ela se abre, sabendo que mais dia, menos dia, aquele animal que precisa espalhar o pólen vai passar. E se ele não passar, ela cumpriu a função da vida dela.

Então, uma flor é bela porque essa é a natureza dela. Ela não busca ser bonita porque quer impressionar alguém: uma rosa tem cheiro de rosa, cor de rosa, aspecto de rosa, tamanho de rosa e fica na posição de uma rosa. Afinal, uma rosa é uma rosa, e não uma orquídea, e ela respeita isso. E ela não tenta agradar quem gosta de outros tipos de flores: ela sabe que quem aprecia uma rosa vai reconhecê-la de longe e vai se achegar a ela. Até porque, mesmo que ela tente, ela não será uma margarida por exemplo. Ela assume ser rosa e vive em sua plenitude.

Por fim, a flor não fica buscando se movimentar, procurando uma nova planta na qual ela resplandeça mais ou onde ela fique mais visível: ela deixa que a ordem natural das coisas se encarregue disso. Ela não se esforça para ir atrás. Ela só é. Mas, ao mesmo tempo, ela não se fecha para as possibilidades que a vida oferece: ela fica majestosa no lugar dela, mas aberta, brindando a todos com sua graça, beleza, aroma e delicadeza, vivendo aquilo que lhe foi proposto.

Nós mulheres somos sempre desafiadas a irmos além (o que não é ruim), mas em muitas vezes, somos impelidas a irmos a distâncias e a fazermos coisas para as quais não fomos programadas, e isso traz peso e frustração (ou extremo cansaço por ter que lidar com coisas para as quais não temos estrutura). É bom conquistar algo, e definitivamente Deus nos fez para conquistarmos muitas coisas. Como seres humanos, ficamos satisfeitos quando percebemos que cumprimos uma etapa que nos foi proposta. Mas como mulheres, em alguns sentidos, precisamos realmente sermos como as flores, e sabermos viver compartilhando a beleza que Deus nos deu (não só física mas principalmente a interior, que é alimentada pelo Espírito Santo) sem buscar certas coisas, mas abertas no tempo certo para o novo Dele, para o melhor Dele, para frutificar no tempo correto e cumprir o propósito Dele para cada uma de nós.

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