Quando comecei a minha jornada mais recente na fotografia, e me veio de desejo de viver profissionalmente disso, fiquei feliz por saber que era algo que eu realmente gostava, e que eu teria então a oportunidade de fazer algo que amo, e não só aprender a amar o que faço. Mas, pouco tempo depois, me bateu uma crise: as minhas fotos mudariam em que a vida das pessoas?
Por mais que possamos registrar momentos lindos da vida alheia, e possamos mesmo trazer algo incrível para deleite público que ninguém mais tinha visto antes, por que isso mudaria a vida de alguém? Digo, como usar a fotografia para levar o amor de Deus e cumprir o Ide Dele? Isso me gerou uma crise.
Um dia, decidi me inscrever num congresso de comunicação de uma outra igreja que eu considero um referencial no assunto, e que tem um trabalho que me agrada muito com certas "tribos" que não são alcançadas por outras igrejas, e como era algo acessível, eu decidi ir até lá. Fui com uma amiga e tudo o que fomos ouvindo foi maravilhoso, e tivemos mesmo oportunidade de ver como usar a arte para comunicar aquilo que Deus quer dizer. Mas até o almoço, tínhamos ouvido um cineasta, um comunicador de um grande banco e um cara cuja profissão é ser criativo (que por sinal suas palavras fizeram uma revolução dentro de mim e eu até agora estou processando certas coisas). Mas nada de fotografia...
Durante o almoço, conversando com a minha amiga, contei a ela que tinha essa questão de que não sabia direito como usar a fotografia para cumprir o Ide, e que vinha orando por isso. Na verdade, eu tinha a expectativa de que Deus dissesse algo naquele dia. Depois que comentei isso, mudamos de assunto, acabamos o almoço gostoso e voltamos para as palestras.
Então, a parte da tarde começou com um rapaz blogueiro, e em seguida sobe ao palco um fotógrafo. Eu já fiquei maravilhada porque pensei: "Uau! Ele deve ter coisas ótimas para contar!" e realmente, eu não estava errada, mas confesso que fui surpreendida pela pequenez da minha visão, afinal o que viria ali era incrível.
Ele começou a contar sobre sua história, e ele contou como lidou com a gravidez de sua esposa ainda no início da vida adulta, e aos poucos foi contando vários lances de sua própria trajetória. Até que ele conta uma experiência em que ele foi chamado para fotografar uma personalidade mundialmente famosa, e como isso foi na verdade um pano de fundo para que Deus o usasse poderosamente para marcar a vida daqueles que estavam ali. E eu entendi: era Deus desenhando para mim a resposta da pergunta que eu tinha verbalizado no almoço... chorei, entendi, me maravilhei, e fiquei esperando então como colocar aquilo em prática.
No final de semana passado tive a oportunidade de estar em uma sessão fotográfica para uma agência de modelos, e embora os modelos estivessem muito à vontade na sua grande maioria, e a equipe estivesse tranquila, eu pude viver a minha versão daquela história: num dado momento pude consolar e conversar com uma modelo que, aos dezesseis anos, não aguentou a pressão das primeiras fotos nessa cidade gigante sozinha no domingo de Páscoa, e pude fazer a foto que creio que foi a mais incrível de todas, em que ela aparece de modo tão sutil sendo ela mesma, mas ao mesmo tempo, transmitindo tudo o que era necessário para aquele momento. Pude também orar por um dos diretores (que foi quem me chamou para estar ali) e pude também conversar muito com toda a equipe, sabendo que de alguma forma, a presença de Deus estava ali fazendo a diferença.
Me senti honrada e tranquila, por ver que Deus está no controle e que Ele tem Seu jeitinho todo especial para alcançar aquelas pessoas que, de outra forma, talvez não tenham mesmo acesso tão prático ao Deus de Amor. E eu amo tudo isso!!
Por fim, de modo mais poético, entendi que ser fotógrafa é poder enxergar através das lentes a beleza de Deus e, com um clique, mostrar aos outros que ainda não conseguiram ver. Parece simples, parece pouco, e parece até difícil de compreender, mas isso é não só literal mas também feito no âmbito espiritual: quando conseguimos ver numa situação a Luz do Senhor, e a capturamos com uma cena (ou uma parábola, como Jesus fazia) e podemos transmitir isso a outros... bom, podemos ter a alegria de saber que nada do que estamos sendo e fazendo é em vão para o Reino de Deus!
Wowww!
ResponderExcluirComo Deus é bom, Pedro! E hoje, você no Nordeste do Brasil, e eu, amanhã, no Norte da Itália, e muitos outros por este mundo, temos o privilégio de sermos usados pelo Pai para algo mais elevado: fazer a diferença ao nosso redor, refletindo A Luz!
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