domingo, 3 de abril de 2016

O coisa certa no tempo errado é a coisa errada

Outro dia eu estava trabalhando em um evento que, via de regra, é bastante corrido. Era um evento com mais de 15.000 pessoas e em dois dias de programação, muita coisa deveria ser feita. Então, tudo o que era feito precisava ser feito rápido, ou corria-se o risco de simplesmente não dar mais tempo e aquilo que deveria estar pronto meia hora antes já não tinha mais utilidade naquela hora.
Bom, lá estava eu com o meu computador, e recebendo coisas pra fazer... só que, começo de evento como esse, via de regra também, é bem mais corrido do que o restante do dia, e bastante coisa se acumula, então a correria é maior, e a pressa de concluir as coisas também.
Assumi neste ano, além da tarefa habitual de fazer a cobertura na fanpage em tempo real, eu me ofereci pra fotografar as peças de um stand e fazer a publicação para convidar aos participantes do evento para visitarem o stand. E claro, além de fazer as fotos, era necessário tratá-las e ajustá-las, para depois postá-las como o esperado.
Bom, lá fui eu com minhas fotos começar a arrumá-las para em seguida postar e, como quem trabalha com foto sabe, os softwares de edição de imagem tendem a ser bem mais pesados e consumirem mais recursos do computador. Como o meu notebook não é exatamente o equipamento adequado em termos de infraestrutura para a tarefa, não dá pra fazer muita coisa nele enquanto edito imagens.
E lá fui eu: começo a importar as imagens, abro a primeira para a edição e o computador trava. Paro, penso, penso... não tinha mais nada em execução... pelo menos não que eu tinha pedido para executar... não consigo achar nada, e espero. Alguns minutos depois (exato, minutos), desisto e sigo a teoria da Microsoft: "se nada der certo, sai do fusquinha e entra de novo". E lá vou eu reiniciar o computador...
Minutos depois, o computador volta a todo vapor a funcionar. E lá vou eu: abro a imagem para edição e vou novamente começar quando... trava tudo outra vez. "Caramba, eu não liguei mais nada..." foi o pensamento. Mas dessa vez fui investigar os serviços em uso e quando olho, vejo o antivírus fazendo uma verificação no computador e consumindo quase todos os recursos da máquina junto com o editor de imagens... e eu pensei: "que porcaria esse antivirus... eu devia desinstalar ele... isso é hora de fazer verificação?"
Quando eu pensei em reclamar, lembrei porque temos antivirus nas máquinas: eles tem o nobre objetivo de impedir que outros softwares não desejados sejam instalados no computador e que possam prejudicar o funcionamento das coisas. Então, o objetivo dele é excelente, e bem usado ele é um sucesso. Mas naquela hora... bom, naquela hora ele estava mesmo não só atrapalhando, mas impedindo o progresso das coisas para aquele momento.
E então me lembrei de uma frase que ouvi outro dia: "o cara certo na hora errada é o cara errado". Ou seja, quase tudo na vida está sujeito ao contexto e ao momento... dependendo da situação ou da hora, o que era para ser incrível passa a ser terrível... como saber então o tempo de cada coisa?
Olhando para o computador era fácil avaliar: no momento de executar um trabalho, fazer varredura com o antivirus não é uma boa. Então, primeiro fazemos a varredura, depois a edição de imagens e tudo vai bem. Parece simples, não? Mas e quando é com a nossa vida? Será que o computador saberia avaliar por si mesmo qual é o melhor momento de executar uma coisa ou outra? Para meu computador pareceu um momento propício executar o antivirus mas para mim, que precisava dele para executar uma tarefa, não era adequado.
Pensei em Deus: quando estamos nas mãos Dele para sermos usados em uma determinada tarefa ou missão, mesmo parecendo muito óbvio para nós a ordem e o funcionamento das coisas, às vezes tomamos decisões que não só prejudicam mas impedem que Deus siga e faça aquilo que Ele quer fazer, e por vezes perdemos o tempo daquela obra...
Ah, se o computador tivesse me perguntado qual era a melhor hora para aquela verificação... tudo seria tão mais simples, não é mesmo? Mas por que pensamos isso sobre o computador e não nos ocorre que perguntar para Deus a ordem e o tempo das coisas na nossa vida? Acho que ainda sou muito arrogante, e acho que sei avaliar melhor do que Ele...

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