Quando a gente tem a disposição de mudar, de ir adiante, não importa aonde se esteja, simplesmente Deus dá um jeitinho, cria um meio, arranja um modo, coloca uma pessoa ou cria uma situação para que determinado aspecto simplesmente seja confrontado, te dando a oportunidade de fazer uma nova escolha.
Ontem de dia, eu estava me sentindo cansada, desanimada, mas nada que fosse assim algo identificável, simplesmente um desânimo meio generalizado em mim, mas de fato não sabia bem como conduzir a situação, e decidi dar uma espairecida. Abri o facebook e ali tinha um vídeo de um cara que é coaching e dá dicas de como aumentar a sua produtividade (no trabalho e na vida) e comecei a assistir. Ali ele falou de coisas super óbvias, e ao mesmo tempo, impressionantemente inovadoras. Bom, não que sejam super inovadoras, na verdade, mas eu ouvi e fiquei pensando no quanto muitas vezes me senti cansada ou "enxugando gelo", por não ver nenhuma evolução no que eu estou fazendo.
Ao final do dia, acabei discutindo o assunto em questão com alguém muito importante para mim, e não sei se fiquei mais feliz ou mais triste, mas certamente fiquei admirada e intrigada. Admirada porque ele disse que é assim que ele vive os dias dele (e pior, eu sei que é verdade) e aquilo pareceu tão impressionante... mas ao mesmo tempo fiquei intrigada porque fiquei pensando porquê raios eu não vivo assim. Enfim, aquele vídeo me deu algumas ideias, e eu decidi então que faria daquele momento em diante alterações na minha rotina diária.
Hoje acordei mais cedo, sem me sentir cansada ou pesada, e sem pressão ou peso, vim mais cedo para o escritório. Comecei a tratar das coisas com calma, mas com mais ânimo. Fiz mais ou menos as mesmas coisas que eu precisava fazer de rotina, mas decidi que algumas das coisas que estavam pendentes simplesmente seriam resolvidas, e assim segui resolvendo uma série de pequenas coisinhas, mas ainda encarando aqui sobre a mesa tantos bilhetes, alguns ainda já enrugadinhos de tanto esperar. Mas, eles ainda tem uma esperança e eu vou colocar um prazo para resolvê-los.
De qualquer modo, achei que isso seria o suficiente, e parecia, se não fosse o fato de que eu, depois de comer, fui pegar um café na cozinha e encontrei com a moça da comunicação do coworking no qual fica a empresa em que trabalho. Ali começamos a falar e, de repente, quando me vejo, estou ali justificando porque deixei de fazer coisas que eu acredito que são importantes mas que, com o passar do tempo, foram simplesmente perdendo o sentido para mim, seja porque eu pensei diversas vezes e, ao invés de admitir que a minha falta de organização não me permitiu executar, comecei a lançar mão de mil desculpinhas sobre fulano que não valoriza, ou beltrano que não permite... mas no fundo, tem mesmo a ver comigo, com essa falta de organização e de priorização das atividades dentro do meu dia a dia, de modo que comecei a ver bem porque a sensação de "enxugar gelo" me persegue: deixei de lado ideias simples que considero importantes e que sei que farão a diferença no médio prazo, pra mim e para outros, e abracei as justificativas, e isso não só não me faz andar para frente, como também me deprime, e me consome as esperanças que eu busco manter todos os dias.
Ou seja, até que ponto eu ainda acho que sou vítima, e ajo assim, mesmo que inconscientemente? Até que ponto meus sentimentos estão gritando algo que a minha razão não está dando conta de me alertar? Até que ponto meu inconsciente tem dominado as minhas decisões e o meu consciente procura me convencer de que o problema não está em mim, quando na realidade, é em mim mesma que está a oportunidade de mudança?
Parece simples, mas como isso é real em tantos aspectos das nossas vidas. Estou relendo um livro chamado "O impostor que vive em mim" (do Brennan Manning) e nele, o autor fala sobre as coisas que usamos para nos justificarmos de comportamentos de autossabotagem ou autodestrutivos. E neste momento, de repente, eu que achava que meu impostor estava morto (ok, nem tanto, mas pelo menos bem mais fraquinho), percebo que no fim das contas, ele parece mais vivo do que nunca em um certo aspecto da minha vida...
A boa notícia é que posso, ao identificá-lo, resolver tomar as rédeas da situação e mudar isso. A notícia delicada é que, mais uma vez, isso vai exigir empenho, dedicação e foco pra que não seja só uma mudança de uma ação, mas que se transforme em uma mudança de caráter mesmo, algo que fica, que permanece, e que dá frutos doces. Mas, o que é que vale a pena nessa vida que não tem um custo (fora o amor de Deus)?
Bom, já que estamos nesse momento de descoberta, que o impostor que há dentro de mim seja cada vez mais revelado, para que seja confrontado e principalmente, para que eu possa deixar de alimentá-lo, a fim de fazer com que ele simplesmente morra de fome, e eu seja livre das desculpas, das expectativas frustradas em relação a outras pessoas e das pequenas coisas que me consomem diariamente e que, de modo silencioso, vão me drenando aos poucos, sem que eu tenha percebido.
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